Há exatos 11 anos, o programador Laszlo Hanyecz publicou no fórum BitcoinTalk que queria comprar duas pizzas por 10 mil bitcoins, o equivalente a US$ 41 na época — o que seria equivalente a quase R$ 1 bilhão cada uma.
Um entusiasta topou a então ‘brincadeira’, recebeu BTC como pagamento e pediu para um estabelecimento levar duas pizzas para ele em 22 de maio de 2010. Aquele dia virou um marco para o mercado e passou a ser celebrado todos os anos como ‘Bitcoin Pizza Day’.
A transação ganhou um espaço na breve história do BTC porque foi a primeira vez que a criptomoeda — até então em fase experimental e sem qualquer tipo de equivalente em preço — foi usada para comprar algo do mundo ‘real’. Hanyecz, ao dar esse pontapé inicial, também acabou se transformando em um personagem icônico de um setor que hoje vale US$ 1,6 trilhão.
“É muito legal ter um tipo de celebração em minha honra”, disse Hanyecz para o apresentador Anderson Cooper, do programa 60 Minutes, em 2019.
‘Amigo virtual’ do Nakamoto
Hanyecz vive com esposa e filhos em Jacksonville, cidade mais populosa do estado da Flórida, nos Estados Unidos,
Conforme entrevista publicada pelo CoinDesk em 2020, ele foi um dos primeiros mineradores de bitcoin da história. Na época em que o BTC foi lançado ele inclusive chegou a trocar algumas mensagens com Satoshi Nakamoto, o criador (ou criadores) do bitcoin.
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MInerar criptomoeda, no entanto, era só um hobby. O trabalho principal dele é como desenvolvedor da Goruck, uma empresa americana de equipamentos esportivos fundada em 2008 na Flórida.
Por causa dele, a companhia começou a aceitar BTC há cerca de três anos. “Para celebrar o Bitcoin Pizza Day e homenagear nosso próprio Laszlo, a Goruck agora está aceitando o Bitcoin como método de pagamento”, disse a Goruck em um post em seu blog institucional.
Sem arrependimento
Se ainda tivesse os 10 mil bitcoins na carteira, hoje Hanyecz teria US$ 372 milhões, o equivalente a R$ 1,9 bilhão. “Pessoas riem hoje em dia, mas na época bitcoins não valiam tanto como hoje”, disse ao 60 Minutes.
“Na época eu sinceramente só pensei que seria muito legal comprar com dinheiro de internet de código aberto algo real”, completou.
Há 11 anos, quando fez o pedido no fórum, ele falou que a pizza poderia ter cebola, pimentão, cebola ou qualquer ‘coisa normal’. Os ingredientes não importavam. O objetivo, disse na época, era apenas encontrar alguém disposto a aceitar criptomoedas em troca do produto.
Desde aquela transação, o BTC ganhou espaço na carteira de investidores do varejo e de institucionais, em plataformas de empresas de tecnologia e até em folhas de pagamentos de governos.