Entre sua máxima histórica no dia 17 de dezembro e esta quarta-feira (9), o Bitcoin perdeu 15% de valor: saiu de US$ 108 mil para US$ 92 mil em menos de um mês. A deslizada da maior criptomoeda do mercado pegou o setor um tanto quanto no contrapé, já que a euforia com a chegada à Casa Branca de Donald Trump, auto eleito maior amigo de cripto do mundo, fez todos pensarem em 2025 como um período contínuo de alta.
Se a queda foi um tanto inesperada, os seus motivos já estão ficando mais claros para o mercado. Segundo Pedro Fontes, analista de criptoativos do MB, a recente correção está ligada a fatores econômicos globais. Dados divulgados na terça-feira (7) nos Estados Unidos, como o PMI de serviços e o relatório JOLTS, indicaram uma economia aquecida e um mercado de trabalho robusto.
Essa perspectiva elevou as expectativas de inflação, reduzindo as chances de cortes de juros por parte do Federal Reserve (FED). Além disso, a ata do FED, divulgada na quarta-feira (8), reforçou preocupações sobre políticas econômicas que podem aumentar a inflação sob o governo de Donald Trump, que assume a presidência em 20 de janeiro.
Esses fatores contribuíram para o aumento da aversão ao risco, impactando negativamente ativos como ações e criptomoedas. “Eventos como este fazem parte do processo de descoberta de preços, e o Bitcoin já superou quedas maiores em ciclos anteriores”, ressalta Fontes, lembrando a resiliência do ativo no longo prazo.
Os Bitcoins da Silk Road
A tensão no mercado também foi intensificada por uma decisão judicial nos Estados Unidos que autorizou a venda de 69.370 Bitcoins apreendidos no caso Silk Road. Avaliada em cerca de US$ 40 bilhões, essa quantidade massiva no mercado pode causar uma pressão vendedora significativa.
Paula Reis, analista parceira da Ripio, destacou o receio de que esses Bitcoins sejam vendidos antes da posse de Trump, que havia prometido utilizá-los como reserva nacional.
“Esse tipo de movimentação já gerou quedas anteriores no mercado cripto. A venda de 42 mil Bitcoins pela Alemanha, em 2024, provocou uma desvalorização de 15% no BTC”, lembrou Paula. No entanto, o contexto político e o envolvimento do governo americano adicionam ainda mais volatilidade e pânico ao mercado atual.
Otimismo a Longo Prazo
Julian Colombo, diretor de políticas e estratégias para a América do Sul, também apontou as incertezas econômicas como catalisadoras da recente queda. Ele destacou que o mercado está atento às primeiras decisões econômicas de Trump, com expectativa de que qualquer política favorável à regulamentação de criptomoedas possa trazer alívio ao setor.
Embora o curto prazo permaneça volátil, Colombo acredita que o longo prazo para o Bitcoin continua promissor. “Com mais instituições adotando a criptomoeda e avanços em regulamentações, o Bitcoin ainda tem potencial para crescer significativamente.”
Pedro Fontes, analisa do MB, ressalta que os recuos de preço e eventos negativos de curto prazo fazem parte do caminho para a descoberta de novas altas históricas, sendo possível recordar de diversas quedas do BTC de 20%, e até mesmo 30%, mesmo em plena fase de expansão dos preços.
“Desse modo, em momentos como este é recomendado executar o famoso ‘zoom out’, ou seja, olhar em retrospectiva a tendência majoritária de alta desse mercado, e relembrar que durante todas fases de alta da história das criptomoedas, sempre tivemos que lidar com recuos como este”, diz Fontes.
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