Não é de hoje que a macroeconomia impacta o Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas, mas nos últimos dias o calendário de indicadores se tornou algo crucial para todo investidor, principalmente após dados dos Estados Unidos ligarem um alerta global de possível recessão, derrubando brevemente preços nas bolsas e no mercado cripto.
“Apesar das criptomoedas operarem em um mercado global, estamos em um momento em que a economia norte-americana é o grande foco dos investidores. Até tivemos um ruído recente envolvendo o Banco Central japonês, mas aparentemente o sell-off durou pouco tempo”, afirma Beto Fernandes, analista da Foxbit.
Na última sexta-feira (2), apenas dois dias após o Federal Reserve manter as taxas de juros nos EUA entre 5,25% e 5,5%, o dado de emprego no país mostrou a criação de apenas 114 mil vagas em julho, ante a expectativa de 185 mil. Isso fez com que o mercado passasse a ver como reais as chances da maior economia do mundo entrar em recessão.
Para piorar, alguns dias antes, pegando todos de surpresa, o Banco do Japão (BoJ) elevou sua taxa de juros para 0,25% – maior taxa desde 2008 -, antes a faixa anterior de 0% a 0,1%, e anunciou detalhes do plano para reduzir seu programa de compra de títulos. Isso também foi visto como sinal de problema na economia global.
Essas movimentações elevam a cautela do mercado, afetando ativos de risco, o que inclui também Bitcoin e outras criptos. Diante disso tudo, as próximas semanas podem ser cruciais para os investidores, com risco de mais volatilidade nos preços.
Em quais indicadores ficar de olho?
Segundo André Franco, head de research do Mercado Bitcoin (MB), o próximo dado importante de ser acompanhado é nesta terça-feira (13), às 9h30 (horário de Brasília), com a inflação ao produtor (PPI) dos EUA. No dia seguinte, no mesmo horário sai a inflação ao consumidor (CPI).
Ambos os números são acompanhados de perto pelo Fed para definir o rumo da taxa de juros e são essenciais para analistas entenderem a trajetória da inflação na maior economia do mundo. Porém, o principal dado de inflação que o BC americano olha será apresentado no dia 30 deste mês, o Personal Consumption Expenditures (PCE).
Fernandes complementa destacando ainda a divulgação das vendas no varejo americano, no dia 15, que, segundo ele, vão mostrar se o consumo está ou não aquecido, em meio à pressão inflacionária no país. Além também da produção industrial, que pode sinalizar a saúde de algumas empresas importantes.
“A China também vai apresentar seus dados da indústria. Por ser um polo produtivo global tão importante, isso pode gerar alguns ruídos na inflação global, se vierem muito abaixo do esperado”, diz o analista da Foxbit. Esses dados serão divulgados dia 14, às 23h.
No médio prazo, é importante destacar a próxima reunião do Fed, que ocorrerá em 18 de setembro para definir a taxa de juros nos EUA. Além disso, as eleições presidenciais, marcadas para 5 de novembro, deverão movimentar os mercados até a data do pleito.
“Ambos os dados podem mudar o rumo da economia do país e impactar no cenário global e também no mercado de risco”, conclui Fernandes.
Confira a agenda de indicadores mais importantes até o fim de agosto:
13 de agosto
Core PPI (núcleo da inflação ao produtor dos EUA) – 9h30
PPI (inflação do produtor dos EUA) – 9h30
14 de agosto
Core CPI (núcleo da inflação ao consumidor dos EUA) – 9h30
CPI (inflação ao consumidor dos EUA) – 9h30
Produção industrial da China – 23h
30 de agosto
Core PCE (inflação ao consumidor dos EUA) – 9h30
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