Uma ação coletiva movida na quinta-feira (08) alega que uma série de celebridades — incluindo Justin Bieber, Madonna, Steph Curry e Paris Hilton — violaram as leis estaduais e federais quando promoveram NFTs do Bored Ape Yacht Club, deixando de divulgar suas relações financeiras ao Yuga Labs.
O processo, aberto no Tribunal Distrital dos EUA no Distrito Central da Califórnia, nomeou nada menos que 37 co-réus — variando da liderança do Yuga a celebridades e executivos. Ele também nomeia MoonPay, a startup de pagamentos com criptomoedas que supostamente facilitou os apoios.
Embora o processo liste 10 acusações que vão desde violações das leis de proteção ao consumidor da Califórnia até violações das leis federais de valores mobiliários, suas 100 páginas contam, mais ou menos, uma única história.
Ele detalha uma suposta conspiração elaborada, engendrada pela elite de Hollywood, para aumentar o valor de Bored Apes com uma torrente de promoções de celebridades — tudo isso enquanto secretamente enriquece todos os envolvidos por meio de um esquema de pagamentos secretos lavado por uma importante empresa de criptomoedas.
O processo alega que o gerente de talentos Guy Oseary — representante de longa data de Madonna, assim como de Yuga — instruiu sua extensa rede de celebridades a apoiar publicamente os produtos de Yuga, incluindo os NFTs Bored Ape, em troca de pagamentos canalizados secretamente pela MoonPay. Oseary, também citado como co-réu no processo, foi um dos primeiros investidores na MoonPay.
Além de Justin Bieber
A MoonPay, agora avaliada em US$ 3,4 bilhões, conta com muitos dos réus famosos do processo entre seus investidores, incluindo Bieber, Curry, Hilton, Kevin Hart, Jimmy Fallon e Gwyneth Paltrow. A empresa ganhou destaque em 2021 ao oferecer um serviço sofisticado que facilitou a compra de NFTs de alto valor para clientes famosos.
O processo de quinta-feira argumenta que MoonPay era uma “operação de fachada”, que repassava secretamente pagamentos da Yuga Labs – a empresa de US$ 4 bilhões por trás do Bored Ape Yacht Club – para celebridades que passaram a promover os NFTs sem divulgar seu enriquecimento, sob a direção de Oseary.
A Yuga Labs, por sua vez, nega veementemente as acusações.
“Em nossa opinião, essas alegações são oportunistas e parasitárias”, disse um porta-voz da empresa ao Decrypt. “Acreditamos firmemente que eles não têm mérito e esperamos provar isso.”
O processo é cortesia do escritório de advocacia Scott+Scott, que em julho anunciou outra possível ação coletiva contra Yuga. Essa empresa alegou então que a Yuga Labs violou as leis de valores mobiliários em sua venda e promoção de NFTs Bored Ape e ApeCoin, o token baseado em Ethereum do ecossistema Bored Ape, e buscou demandantes para uma possível ação judicial.
O escritório de advocacia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Para obter sucesso no processo, os advogados do autor terão que provar que o quadro de amplificadores de celebridades de Yuga se envolveu em práticas injustas ou enganosas quando endossaram os produtos da empresa. Receber pagamentos secretos por meio de uma escondida quase certamente atenderia a esse padrão; se tal esquema pode ser provado, no entanto, é outra questão.
Ecoando o processo anterior da empresa, a denúncia também alega que os NFTs da Bored Ape são títulos não registrados. Se comprovado, aumentaria ainda mais o nível de divulgação de informações.
Embora os tribunais americanos ainda não tenham decidido que as chamadas coleções NFT de imagens de perfil “blue chip” (PFP), como o Bored Ape Yacht Club, constituem valores mobiliários, um relatório de outubro revelou que a Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA está investigando a Yuga Labs sobre potenciais violações de valores mobiliários.
*Traduzidos e editado com autorização do Decrypt.