Eleito presidente da Colômbia em 2022, Gustavo Petro tem sofrido duras críticas e diversos protestos da população contra reformas feitas pelo seu governo. Porém, um caso que tem chamado atenção no país é das suspeitas de financiamento irregular de sua campanha durante a corrida eleitoral.
Segundo a Revista Semana, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) elaborou um documento em que afirma que irá investigar e colher depoimentos de empresários ligados à Daily Cop, uma empresa de criptomoedas que teve seus diretores presos recentemente e que já assumiu ter participado da campanha de Petro.
O Conselho quer investigar as grandes somas de dinheiro que entraram na campanha do atual presidente em 2022, principalmente o enorme valor depositado no banco Davivienda.
“Exigir que o banco Davivienda apresente, para o arquivo com a conta CNE-E-DG-2023-002164, uma certificação contendo os dados relativos ao titular, origem dos recursos, número e tipo de conta, dos quais a soma de quatro bilhões de pesos foram debitados através do cheque administrativo nº 88120-7”, diz o documento.
No mesmo documento, a entidade pede que o Ministério Público entregue uma cópia de documentos que estão no processo e que incluem informações relacionadas ao financiamento da campanha presidencial da coligação Pacto Histórico.
Na sua comunicação, a CNE definiu que convocará Cristian Andrés Hernández Valencia, da Daily Cop, para prestar depoimento, “para que exponha tudo o que sabe sobre os pagamentos efetuados ao senhor (Ricardo) Roa, a título de financiamento da referida campanha eleitoral”.
Daily Cop
Segundo as investigações, a Daily Cop estaria envolvida em um esquema de lavagem de dinheiro que afetou mais de 220 mil pessoas, com um prejuízo de mais de 180 bilhões de pesos (cerca de R$ 230 milhões).
A Daily Cop começou a ganhar força na Colômbia após nomes famosos no país, como “La Liendra”, passaram a divulgar a criptomoeda dizendo que tiveram altos ganhos. Porém, em novembro de 2022 o projeto começou a cair depois que o próprio “La Liendra” disse ter sido vítima de uma fraude do sistema da moeda digital.
A situação agravou-se com a detenção de vários nomes importantes ligados ao projeto, incluindo Leonardo Galindo Jiménez e Luis Fernando Marín Lasprilla, em setembro de 2023, que teriam utilizado fundos ilícitos para adquirir bens de luxo e estabelecer empresas em diversos setores.
Agora, diretores e outros envolvidos no caso começaram a colaborar com o CNE, passando informações sobre os movimentos financeiros para a campanha de Petro, destacando a ligação entre as operações ilegais com a criptomoeda Daily Cop e a política colombiana.
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