Talvez você já tenha ouvido conselhos sobre evitar o cartão de crédito e pagar tudo no débito ou dinheiro, pois é muito fácil perder o controle, utilizando o cartão de crédito. Mas esse meio de pagamento, usado corretamente, pode ser o seu maior aliado no controle financeiro e otimização do orçamento.
Você acredita que o cartão é o vilão ou algo negativo para as suas finanças? Talvez você não esteja aproveitando todos os benefícios que ele pode oferecer.
Quando perdemos o controle utilizando o cartão de crédito, o problema não é o cartão. Pagar apenas com dinheiro e passar tudo no débito, com o pensamento “vou usando até acabar o dinheiro”, isso também não é ter controle.
A melhor forma de colocar a vida financeira nos trilhos é manter um orçamento e estipular um limite de gasto para cada categoria de despesa no início de cada mês, depois de separar um dinheiro para investimentos.
No começo é difícil, mas durante os primeiros meses você vai descobrir quanto precisa reservar para cada categoria de despesas e faz os ajustes ao longo desse período. O cartão de crédito é uma ferramenta para a otimização do orçamento.
3 motivos para passar todas as despesas possíveis no cartão de crédito
Motivo número 1: facilita o controle financeiro e orçamentário
Muitas pessoas acham chato e complicado anotar os gastos, mas isso é importante para conhecer os seus hábitos de consumo. Saber para onde o seu dinheiro está indo e principalmente na construção do orçamento.
Quando efetuamos os pagamentos das nossas despesas no cartão de crédito, fica tudo anotado automaticamente na fatura mensal, facilitando bastante esse controle. Alguns cartões já categorizam as despesas de forma automática, em categorias editáveis, e te mostram gráficos interativos de despesas.
Mesmo se o seu cartão não possuir essa funcionalidade, existem inúmeros aplicativos no mercado que fazem isso para você. Outra opção seria através de planilhas, pois todos os cartões e bancos disponibilizam a fatura no formato Excel.
Motivo número 2: adiar o momento do pagamento, ganhando rendimento sobre o dinheiro investido.
Muitas pessoas acreditam que o cartão de crédito serve para comprar bens que desejam, mas ainda não tem dinheiro para aquisição, mas com exceção de itens de necessidade básica, como a substituição de uma geladeira quebrada e investimentos em algo que irá gerar renda, o cartão de crédito só deve ser usado para comprar coisas que você já tem o dinheiro para pagar.
Devemos utilizar o cartão de crédito apenas para adiar o momento do pagamento e manter o dinheiro investido, para não correr o risco de se endividar.
Não use o cartão de crédito para antecipar sonhos, é importante ter um plano para realizar os seus sonhos e utilizar o cartão de crédito somente como uma ferramenta para otimizar o seu planejamento.
Motivo número 3: principal razão para passar todas as despesas no cartão de crédito. A possibilidade de “cashback”.
Você sabia que uma parte de tudo que você gasta com o cartão de crédito pode voltar em forma de dinheiro? A maioria dos cartões de crédito geram pontos em programas de fidelidade, que por sua vez podem ser revertidos em milhas aéreas.
A maioria das pessoas já sabe que pontos viram milhas, mas muita gente não sabe que as milhas não precisam necessariamente virar passagens aéreas, elas podem ser vendidas e convertidas em dinheiro. Essa possibilidade de transformar os gastos com o cartão de crédito em dinheiro é chamada de “cashback”.
Qual é o valor do “cashback”? Isso depende de qual cartão você usa e de quantos pontos ele gera. O valor pode chegar a 2% de todas as suas despesas pagas com o cartão de crédito.
Vale a pena o exercício de somar todas as suas despesas que são possíveis de pagar no cartão de crédito e verificar quanto seria o valor de 2% em cima do montante total. Esse é o valor que você está deixando de receber por acreditar que o cartão é o vilão das finanças.
Sobre a autora
Marina Luz, CFP®, é economista, com experiência de 8 anos no mercado financeiro e trabalhou no Itaú BBA. É especialista em finanças pessoais e mantém o canal no Youtube Mais Dinheiros, sobre educação financeira e investimentos