Moedas de bitcoin e cartão com o tema em cima de dólares sob mesa escura
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Não importa qual é a jornada de compra do consumidor. Seja no ambiente físico ou virtual, ele precisa encerrá-la com o pagamento de seu pedido — e espera que essa etapa seja segura o suficiente para proteger a transação e suas informações.

É uma demanda cada vez mais requisitada pelas pessoas, mas as empresas seguem enfrentando problemas para atendê-la. As opções tradicionais ora prejudicam a experiência do usuário, ora não garantem a proteção necessária. Isso faz com que novas soluções apareçam com destaque.   

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Os meios digitais, por exemplo, rapidamente se tornaram populares. Um levantamento realizado pela Mastercard indica que 86% dos consumidores utilizaram um método de pagamento digital em 2021 — e o número deve subir para 94% em 2022. Isso porque, embora 81% prefiram a biometria a outros recursos de identificação, 79% não estão confiantes com a forma como as instituições financeiras utilizam os dados biométricos.  

Diante desse cenário, as criptomoedas também se consolidam como uma alternativa segura e, ao mesmo tempo, simples de usar. A mesma pesquisa mostra que praticamente metade dos brasileiros (49%) já teve contato com algum tipo de moeda digital e que quase três quartos (72%) a utilizariam como meio de pagamento se tivesse apoio de uma organização confiável. Mas o que explica essa confiança? Confira quatro motivos:  

1 – Transações de ponta a ponta  

Uma das principais características dos criptoativos é a operação peer to peer, ou seja, feita de uma ponta a outra, sem a presença de qualquer intermediário no meio do processo. A quantia sai da conta digital do consumidor para o caixa da empresa de forma instantânea. Assim, além de proporcionar maior economia por não incluir taxas por transação, a medida representa uma camada de proteção adicional.  

Afinal, com a presença reduzida de outras empresas e pessoas na operação, o risco de fraude é bem menor. Isso porque o caminho é bem mais curto e depende apenas da validação da conta digital da pessoa que detém as criptomoedas. É diferente, por exemplo, do cartão de crédito, que basta apresentar com a senha ou até mesmo com máquinas fraudadas que captam todas as informações bancárias do usuário.  

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2 – Utilização de blockchain  

A tecnologia blockchain é a base dos principais criptoativos e se tornou uma das principais tendências de segurança dos últimos anos. Essa imensa rede de dados permite que as informações possam trafegar na web em pequenos blocos – e esses “pedaços” ainda são protegidos por criptografia com complexas fórmulas matemáticas antes de se juntarem em uma corrente no seu destino.  

O que isso significa na prática? As informações carregadas por criptomoedas e tokens desenvolvidos em blockchains são quase invioláveis. Ainda que algum hacker consiga quebrar a criptografia de um bloco, ele não teria acesso ao dado completo. Um cenário diferente que o e-commerce normalmente encontra com as transações efetuadas por boletos e cartões, com risco elevado de exposição dos dados financeiros da pessoa.  

3 – Poucas informações pessoais 

A combinação entre a característica peer to peer com o blockchain leva a um terceiro fator primordial para a segurança das criptomoedas enquanto meios de pagamento. Sua operação trabalha com pouca informação pessoal do consumidor, reduzindo a probabilidade de vazamento e/ou roubo de dados. Em muitos casos, basta aproximar o celular com sua conta digital ou utilizar o app para confirmar a transferência de valor.  

Numa transação com cartão, o usuário precisa digitar a senha, além de ter que inseri-lo na maquininha em muitos casos — que pode ser hackeada. Até mesmo a transação em dinheiro expõe mais o consumidor, uma vez que ele precisa tirar a carteira e manusear certa quantidade em cédulas, deixando à vista quanto possui no bolso. Os criptoativos são discretos e simples de usar.  

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4 – Transparência total  

Ainda que os dados pessoais dos consumidores estejam protegidos, as operações com criptoativos e em blockchain prezam pela transparência. Os blocos com informações são totalmente rastreáveis, permitindo identificar o caminho que foi feito de uma ponta a outra. Assim, qualquer tentativa de violação é facilmente detectável.  

É por isso que essa tecnologia já é utilizada para inibir crimes financeiros na administração pública. A rastreabilidade inibe qualquer tentativa fraudulenta em uma operação comercial. Isso é uma vantagem para o consumidor, que pode pagar sua compra sem qualquer receio, e também para o varejista, que não precisa se preocupar com estornos do cartão.  

O importante é compreender que os pagamentos digitais são realidade para uma parcela significativa da população — e a tendência é aumentar no futuro. Afinal, se falamos em todas as possibilidades do Metaverso, é inviável ter que tirar a carteira e pegar dinheiro físico ou de plástico para confirmar a transação. Nesse sentido, as criptomoedas, com todas as suas características, largam na frente em relação à segurança, comodidade e simplicidade.  

Sobre o autor

Rubens Neistein é business manager da CoinPayments, a primeira e maior processadora de pagamentos em criptomoedas do mundo

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