Por que 2019 foi ruim para o mercado de criptomoedas

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Muitos vão dizer que 2019 foi um ano excelente, afinal, encerramos aquele período que ficou conhecido como ‘inverno das criptos’. Mesmo após um 2º semestre bem ruim, o Bitcoin caminha para fechar em alta de 78% em dólar.

Bom, pra começo de conversa, só três das 20 maiores moedas estão no território positivo em 19 dezembro.

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Bitcoin Cash e Litecoin

Além do Bitcoin (BTC), tivemos Bitcoin Cash (BCH +13%) e Litecoin (LTC +1%). Chocado? Eu também. Mas a verdade é que grande parte dos projetos falhou mais uma vez nas entregas.

O próprio Bitcoin tinha grandes expectativas de implementar Schnorr, que reduziria a quantidade de espaço ocupado pelas assinaturas no bloco.

A proposta surgiu em Julho de 2018. Naquele ano, ouvi de ninguém menos que Adam Back, da Blockstream, que estaria implementada dentro de seis meses.

Em contrapartida, o Bitcoin conseguiu avançar no SegWit (blocos de 1,3 megas e 53% de adoção), além da Lighting Network ter sido implementada com sucesso na exchange Bitfinex.

O resultado? Liderança absoluta em poder computacional, volume real das exchanges e performance no ano dentre as top 20.

Ethereum

Já a vice-líder, Ethereum, promete soluções de escalabilidade através de Sharding (dividir os nodes em grupos) e Plasma (espécie de sidechain).

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Isso já ocorre a algum tempo e obviamente não entregou absolutamente nada de concreto. Fez somente ajustes preparatórios via hard fork. Resultado? -18% no ano em dólar.

Ripple

A 3ª colocada, Ripple, teve um ano de choque de realidade — foram dezenas de anúncios de ações:

Parcerias com bancos; renomearam produtos para esconder aqueles que não utilizavam token XRP; adquiriram MoneyGram; contrataram um ex-Tesoureiro dos EUA… Não adiantou.

A verdade é que nenhum banco usa o token XRP, apenas a tecnologia da empresa Ripple. Quem afirma isto é Nic Carter, da Castle Ventures.

Em relação às empresas de remessas, o mesmo pode ser realizado via stablecoin. Xoom, adquirido pela Paypal, também resolve o problema.

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A Libra, stablecoin do Facebook, quando for lançada será outra concorrente. Performance no ano? -47% em dólar.

Litecoin perdeu 60% do hashrate após o halving e devolveu toda a alta no ano pra fechar praticamente zerada.

O projeto assinou acordos para integrar a tecnologia MimbleWimble, mas efetivamente não houve entrega alguma em 2019. Charlie Lee tentou, sem sucesso, dar satisfações pela ausência de novidades.

O maior feito da Stellar em 2019 foi realizar o burn de 55 bilhões de tokens, causando uma alta de 25% na cotação.

Pena que o mercado entendeu corretamente que esses tokens não estavam em circulação, e todo ganho foi devolvido em apenas 4 dias. Resultado final? Queda de 62% no ano em dólar.

Não estamos omitindo as entregas e performances positivas de Binance Coin (BNB +113%), Tezos (XTZ+218%) e ChainLink (LINK +383%), porém:

a) somente BNB figurava entre as top20 até março de 2019;

b) são exceção, não a regra. A vasta maioria caiu entre 15% e 60% num ano excelente para o Bitcoin.

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Sobre o autor

Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas, além de ser cofundador do site de análise de criptos RadarBTC.