Um policial militar foi preso na última quinta-feira (28), acusado de lucrar cerca de R$ 1 milhão aplicando golpe de criptomoedas em outros colegas policiais do estado de Goiás.
Ao prometer um lucro de até 30% ao mês em supostas aplicações no mercado de criptoativos, o cabo Francisco de Assis Jesus de Oliveira, que atuava no Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) de Goiânia, foi capaz de convencer ao menos 23 policiais a investir com ele, contou o advogado das vítimas, Rubens Barbosa, ao G1.
“As vítimas viam confiança nele, por isso tentavam o investimento. Acreditamos que está com dinheiro guardado”, explicou Rubens ao veículo.
No dia seguinte à prisão preventiva de Oliveira, o Ministério Público de Goiás ofereceu à Justiça a denúncia contra o policial pelo crime de estelionato. O MP também conseguiu que a Justiça Militar acolhesse seu pedido de bloqueio de valores disponíveis em contas bancárias do policial preso.
A Polícia Militar de Goiás disse em nota que acompanha a tramitação do processo na Justiça e que, na esfera administrativa, já tomou todas as providências cabíveis.
Multiplicação das criptomoedas
O advogado que representa as vítimas afetadas pelo golpe, conta que Oliveira dava dicas sobre aplicações financeiras em criptomoedas e apostas esportivas no local de trabalho.
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Entre julho e outubro do ano passado, ele começou a captar o dinheiro dos colegas de serviço para investir. Os policiais começaram investindo R$ 1 mil, mas outros faziam depósitos recorrentes de até R$ 10 mil.
Esse dinheiro supostamente era depositado em uma conta mantida por Oliveira em uma plataforma de apostas esportivas, na qual o policial garantia ser capaz de conseguir um lucro de 30% a 50% sobre o dinheiro dos colegas.
“De início, ele prometia lucros de até 30%, quando viu que as vítimas estavam buscando o retorno financeiro, chegou a dizer que o ‘negócio’ estava muito bom, e falava em lucros de até 50%”, ressaltou o advogado das vítimas.
As suspeitas contra o policial que promovia o esquema começaram quando ele não pagou os rendimentos prometidos, alegando que o dinheiro estava bloqueado na plataforma onde supostamente fazia as aplicações.
Na época, nenhum policial que tinha dinheiro no esquema recebeu os lucros. Para piorar a situação, Oliveira exigiu que os colegas lhe pagassem R$ 2 mil para que seus fundos fossem desbloqueados — uma cobrança que nenhum afetado pagou.
Pressionado, Oliveira então prometeu que devolveria o dinheiro de todos até o dia 20 de dezembro. A promessa, no entanto, não foi cumprida e os policiais foram buscar solução na esfera legal.
Procurada pela TV Anhanguera, a defesa de Francisco de Oliveira não se pronunciou sobre o caso, alegando que ainda não teve acesso aos autos do processo que corre em segredo de Justiça.
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