Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin”, dono da GAS Consultoria, foi indiciado pela Polícia Federal por organização criminosa e crimes contra o sistema financeiro, conforme o Globo. Além do executivo, mais 21 pessoas também são agora formalmente acusadas pela PF de atividades ilícitas ao agir no mercado de criptomoedas. O Ministério Público Federal irá agora decidir se apresenta denúncia.
A venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, mulher de Glaidson e sócia da GAS Consultoria, é uma das indiciadas. Ela é considerada foragida pela Justiça, está na lista de procurador da Interpol. Enquanto isso, o “Faraó” está preso desde o dia 25 de agosto, após a realização da Operação Kryptos pela Polícia Federal.
A GAS Consultoria já parou de pagar seus clientes, alegando impossibilidade pelo fato de a Justiça ter ordenado o bloqueio de R$ 38 bilhões em ativos da empresa. No dia 15 de setembro, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou que autorizou a venda de R$ 150 milhões em bitcoin apreendidos de Glaidson.
A Operação Kryptos foi deflagrada em decorrência de denúncias da CVM e Ministério Público. Em sua primeira batida, encontrou na casa de Glaidson várias malas de dinheiro, carros de luxo, joias e 591 bitcoins.
A pirâmide da GAS Consultoria
Glaidson começou a operar com criptomoedas em 2014, quando trabalhava como garçom. Em pouco tempo criou a empresa, alardeando o ‘fantástico investimento sem risco’. Prometia retorno de 10% ao mês, como uma caixa mágica na qual você apenas coloca o dinheiro, nunca perde e ainda ganha mensalmente.
Leia Também
A empresa formada por Glaidson foi registrada como G.A.S Consultoria e tem patrimônio de R$ 75 milhões, sendo registrada na Junta Comercial do Rio de Janeiro. Glaidosn possui 80% de participação e o restante é de sua mulher, a venezuelana Mirelis Yoseline Zerpa, que é considerada foragida pela Justiça.
Justiça confirma prisão
A Justiça já negou dois pedidos de Habeas Corpus feitos pela defea de Glaidson, sendo a última decisão tomada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), última instância antes do Supremo Tribunal Federal. O desembargador Jesuíno Rissato, da quinta turma do STJ negou o HC apontando indícios de movimentações financeiras atípicas que chegariam a bilhões de reais, valores que estariam sendo remetidos ao exterior.
Conforme explica o STJ, isso é “uma possível forma de ocultar o patrimônio investigado”. O juiz também considerou o potencial risco de fuga dos investigados e a possibilidade de “lesão irreversível aos investidores”.