Agentes da PF e Receita cumprindo mandados de apreensão
(Foto: Divulgação)

A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal (RF) mobilizaram seus agentes nesta quarta-feira (22) para desmantelar uma quadrilha de doleiros que, entre outras artimanhas, utilizava criptomoedas compradas através de empresas de fachada para cometer o crime de evasão de divisas.

Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão na “Operação Recidere”, que tinha o objetivo de reprimir crimes contra o Sistema Financeiro Nacional praticados por meio de evasão de divisas, fraudes em contratos de câmbio e operações irregulares de instituições financeiras. Na estimativa das autoridades, o esquema criminoso movimentou pelo menos R$ 4 bilhões.

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Os mandados foram cumpridos em São Paulo, nas cidades de Barueri, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Mogi Guaçu, além da capital paulista, e em Florianópolis, capital de Santa Catarina.

Os alvos, segundo as agências federais, são 16 pessoas e cinco empresas. Participam das buscas 56 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita Federal e 94 policiais federais da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo e de Campinas.

Como a quadrilha operava

De acordo com os comunicados da Polícia e Receita Federal, os suspeitos sob investigação foram responsáveis por movimentar de forma ilegal mais de R$ 4 bilhões em dezenas de contas bancárias.

“Somente no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2020, estima-se que o valor evadido do país de modo ilegal tenha ultrapassado a cifra de R$ 1,5 bilhão”, destacou a Receita Federal.

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A entidade explicou que os alvos criaram várias camadas para movimentar os fundos. Na prática, a quadrilha usava dezenas de contas bancárias de diversas empresas controladas por ela mesma, sendo a maior parte delas sem existência real, ou seja, empresas de fachada.

Na segunda parte do esquema, “os valores depositados nessas contas bancárias eram pulverizados em outras contas, visando dificultar seu rastreamento”. Em seguida, as quantias eram enviadas ao exterior por meio de operações ilegais de câmbio ou pela compra de criptomoedas.

“Outra forma de ocultação dos ativos pela organização investigada seria feita pela aquisição de criptomoedas em nome de empresas de fachada, cujas carteiras são de difícil rastreabilidade. Dezenas de milhões de reais foram investidos nesses ativos digitais”, acrescenta a Receita.

A agência disse que os recursos que circularam por essas contas tem origem ilícita e estava “à margem dos sistemas e dos controles da Receita Federal”.

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Se considerados culpados pelos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, os alvos da operação podem pegar 26 anos de prisão.

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