Polícia encontra máquinas de minerar Bitcoin dentro de presídio na Venezuela; veja vídeo

Além de várias ASICs minerando Bitcoin, complexo penitenciário tinha piscina, salas de jogos, restaurante, e esposas morando com detentos
Máquinas mineração de bitcoin encontradas na prisão de Tocorón na Venezuela

Máquinas de mineração de Bitcoin encontradas em presídio na Venezuela (Imagem: Reprodução/Youtube AFP)

Autoridades do governo da Venezuela recuperaram na quarta-feira (20) o controle da prisão de Tocorón, um complexo penitenciário que fica no estado do Aragua e era controlado por gangues. Na ação, que envolveu cerca de 11 mil policiais, foram encontradas além de armas, munições e drogas, várias máquinas de mineração de Bitcoin.

“Tocorón acabou, o Estado tem controle total do presídio”, disse o governo em publicação oficial, assegurando que quatro funcionários foram detidos e mais de 60 indivíduos que pertencem a gangues criminosas ativas em todas as partes do país foram identificados.

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Um vídeo publicado por Javier Bastardo no X, antigo twitter, mostra o local onde as máquinas de mineração foram encontradas:

There were bitcoin miners in one of the most dangerous places in Venezuela👀

Recently, we saw an intervention in Tocorón, one of the most known jails in the country, in which the criminals were in control.

Besides all the weird things that they had, they even had some bitcoin… pic.twitter.com/xEfZfj9NJN

— Javier ₿astardo 🏴‍☠️ (@criptobastardo) September 22, 2023

No balanço da “Operação Cacique Guaicaipuro”, o governo disse que ”foi desferido um duro golpe contra grupos criminosos que praticam extorsão, sequestro, homicídios, assassinatos de aluguel e crimes informáticos”.

Segundo informações do site O Globo, a prisão ostentava comodidades instaladas por gangues, como zoológico, piscina, salas de jogos, discoteca, campo de beisebol e restaurante, e que algumas esposas de detentos moravam no centro penitenciário.

A organização criminosa de Tocoró, que pode ser formada por cerca de 5 mil membros, surgiu há aproximadamente dez anos e desde então vinha praticando sequestros, roubos, tráfico de drogas, prostituição, extorsão e garimpo ilegal de ouro e até mesmo contrabando de migrantes.

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#LoDijo || Vpdte. Sect. A/J @CeballosIchaso1: “Mediante investigaciones se aplicará la ley a funcionarios, colaboradores y cómplices y se determinarán las respectivas responsabilidades penales”.#GuaicaipuroConManoDura pic.twitter.com/0a09wxvgYb

— MPPRIJP (@MijpVzla) September 21, 2023

De acordo com o ministro do Interior e da Justiça da Venezuela, Remigio Ceballos, a operação vinha sendo planejada com cuidado há mais de um ano para salvaguardar os direitos humanos dos prisioneiros, o que, segundo ele, está alinhado a protocolos internacionais.

“O sistema prisional venezuelano tem feito excelentes progressos, poderia dizer que é um dos mais modernos da América Latina e estamos empenhados em avançar porque é a ordem que temos do Presidente no fortalecimento, transformação, busca pela excelência de todo o sistema prisional que antes não existia”, afirmou o ministro.

Segundo o site do governo, todos os internos da Tocorón  — que estavam sendo tratados em situação análoga à escravidão — foram transferidos temporariamente para outros centros penitenciários do país para salvaguardar os seus direitos legais.

Acerca dos funcionários que atuavam no centro penitenciário, o governo afirma que irá abrir uma investigação e “punir todos os colaboradores cúmplices” e  qualquer um que tenha desviado de suas funções “seja intencionalmente ou não, ou simplesmente devido à imprudência”.  “Vamos estabelecer responsabilidades civis, criminais e disciplinares, o que nos permitirá avançar no esclarecimento de todos os fatos”, concluiu.

Vídeos publicados no YouTube por agências de notícias mostram como foi a operação em Tocorón:

Venezuela envía a 11 000 militares a retomar la cárcel de Tocorón, base de la banda Tren de Aragua