Uma operação iniciada no Rio Grande do Sul na manhã desta quinta-feira (25) teve como alvo a quadrilha que desviou R$ 30 milhões de uma conta da Gerdau dentro do banco Santander, um golpe revelado com exclusividade pelo Portal do Bitcoin.
Conforme a nota de imprensa do Ministério Público do RS, foram cumpridos na região metropolitana de Porto Alegre 13 mandados de busca e apreensão na Operação Criptoshow. O comunicado, contudo, não fala o nome das empresas lesadas.
Um valor de R$ 5 milhões foi incluído no processo depois que os investigadores descobriram que o mesmo grupo comprou essa quantia em bitcoins de uma exchange de criptomoedas cujo nome não foi revelado. Essa empresa, segundo o MP, foi lesada em mais R$ 5 milhões por causa de uma transferência bancária clandestina.
Em nota, o MP disse que o material apreendido será analisado para responsabilização dos integrantes da organização criminosa, a recuperação dos valores subtraídos, bem como para identificação da participação de outras pessoas.
Conforme o MP, as investigações mostram que se trata de uma organização criminosa cujo comando estava a cargo do responsável de um empresa em Cachoeirinha, beneficiada com R$ 1 milhão.
Para o promotor de Justiça, está clara a existência do furto qualificado (mediante fraude), cometido, em tese, diante da sofisticação do modus operandi empregado e pelo número de envolvidos, por organização criminosa, integrada pelo operador do desvio e pelos sócios e representantes das empresas diretamente beneficiadas com os recursos desviados.
Esquema complexo
A nota do Ministério Público reforça o que já havia sido revelado pelo Portal do Bitcoin — que o Santander arcou com o prejuízo financeiro da Gerdau e foi á caça do dinheiro roubado pelos criminosos.
Foi assim que a empresa descobriu, de acordo com o MP, que uma corretora recebeu R$ 11 milhões no dia 16 de abril com objetivo de comprar bitcoins. O dinheiro veio de três das cinco empresas que receberam as transferências da Gerdau.
Um dia antes, outros R$ 7.764.927,00, já haviam sido repassados por duas das empresas e revertidos em bitcoins, totalizando, assim, R$ 18.844.927,00.
No comunicado o promotor Flávio Duarte afirmou: “Esse cenário beira a clandestinidade e assim se caracteriza como um ambiente propício para a lavagem de capitais”.
Veja o vídeo que explica o golpe: