A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quarta-feira (16) o operador de criptomoedas Pablo Henrique Borges. Ele é um dos suspeitos de ser o mandante do assassinato de Anselmo Becheli Fausta, um traficante do PCC conhecido como ‘Magrelo’. Borges foi preso em uma casa de luxo em Angra dos Reis, segundo informações do jornal O Globo.
O operador de criptomoedas, que já possui ficha na polícia por ter aplicado golpes no passado, vinha sendo monitorado pela polícia até sua prisão, de acordo com o delegado Maurício Mendonça. A residência em que ele se encontrava, à beira mar, tem um custo diário de R$ 15 mil.
Os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão e arrestaram um automóvel de luxo e documentos, como passaportes, tanto dele quanto de sua esposa Marcella Portugal Borges, diz a reportagem.
As investigações do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de São Paulo, também apontam um segundo envolvido no caso, o corretor de imóveis Vinícius Lopes Gritzbach, amigo de Borges, a quem Magrelo teria pedido ajuda para lavar dinheiro. Vinícius está preso temporariamente.
O sumiço de R$ 100 milhões
A dupla teria encomendado a morte do traficante por circunstâncias de uma negociação de criptomoedas, já que Magrelo teria confiado a eles R$ 100 milhões para investimento no mercado. Segundo apuraram as autoridades, o traficante teria um patrimônio avaliado em cerca de R$ 500 milhões.
O dinheiro, contudo, acabou sumindo, o que pode ter motivado o crime. Ainda de acordo com a reportagem, o agente penitenciário David Moreira da Silva teria contratado Noé Alves Shaun para executar Magrelo; dias depois, ele também foi morto.
Anselmo Becheli Fausta foi assassinado em 27 de dezembro, em São Paulo, quando o carro em que estava foi alvejado por vários tiros disparados de dentro de outro veículo. Na ação, também morreu Antonio Corona Neto, o ‘Sem Sangue’, segundo informações do R7.
Pablo é velho conhecido da polícia
A história de Pablo Henrique Borges é um capítulo à parte. Reportagem do jornal O Globo publicada em outubro de 2018 revela como ele ficou milionário ao levar para São Paulo o esquema criminoso “pague apenas 50% do seu boleto”.
Por meio de ataques hackers, ele conseguia obter logins e senhas de clientes de banco. Isso em uma ponta. Na outra, ele oferecia o serviço do boleto: a pessoa interessada mandava a conta para ele, pagava 50% do valor; Pablo usava os dados de sua base para quitar o boleto.
Isso rendeu milhões, que foram convertidos em casas, carros de luxo e uma vida regada à champagne e a viagens internacionais.