A Agência Nacional de Eletricidade do Paraguai (ANDE) localizou na semana passada mais uma fazenda de mineração de Bitcoin na cidade de Canindeyú onde a polícia apreendeu desta vez 2.738 mineradoras, dando continuidade à iniciativa de intervenção de mineradores clandestinos que roubam eletricidade, informou a entidade em um comunicado.
A fazenda, localizada no bairro San Blas em Salto del Guairá, foi identificada após verificação e controle realizado no bairro por funcionários técnicos da ANDE, que, com a ajuda de inteligência artificial (IA), identificaram no estabelecimento a conexão direta sem medidor de energia.
Durante a ação, que teve apoio da Polícia Nacional, Ministério Público e da Força-Tarefa Conjunta (FTC), além das mineradoras — descritas pelo site Criptonoticias como ASICs, foram apreendidos também 5 transformadores de distribuição de até 3.150 volts “totalizando potência instalada de 7.150 kVA”.
“Esta operação foi possível graças à utilização de software de Inteligência Artificial (IA) e do sistema SCADA de Distribuição, que permitiu analisar detalhadamente o comportamento registado no alimentador principal que abastece a área, identificando possíveis cargas correspondentes a instalações dedicadas a furtos eléctricos ilegais de energia”, ressalta a ANDE.
Diante da irregularidade, a ANDE apreserntou uma denúncia formal à Promotoria de Plantão da Unidade Penal nº 3 de Salto del Guairá pelos crimes de furto ilegal de energia elétrica, perturbação do serviço público e sabotagem, de acordo com o Código Penal do páis.
Inteligência artificial contra mineração clandestina
Não é a primeira vez que as autoridades paraguaias usam a inteligência artifical contra a mineração de criptomoedas clandestina; no dia 21 de maio, foram apreendidas 176 ASICs em Saltos de Guairá, também na cidade de Canindeyú, com ajuda de sistema que mede a tensão de redes elétricas.
De acordo com um post no X da ANDE, o sistema funciona com um software de IA com um sistema de distribuição baseado na tecnologia SCADA, que permitiram identificar “variações importantes na carga das redes elétricas”, o que levou à identificação e verificação da área suspeita por técnicos.
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O governo do Paraguai vem reprimindo rigorosamente os mineradores de criptomoedas sem licença para operar na região. Por conta da energia barata, várias empresas de mineração já possuem autorização para atuar no país e pagam as taxas correspondentes, como a tarifa de US$ 65 mil por garantia para cada megawatt que utilizam em suas operações.
Dois dias antes da intervenção em Salto del Guairá, as autoridades agiram na cidade de Sapucai, Departamento Paraguarí, onde 396 máquinas de mineração de criptomoedas foram apreendidas. A propriedade, cuja infraestrutura foi avaliada em cerca de US$ 1,5 milhão, pertence ao ex-deputado paraguaio Miguel Cuevas.
Segundo apurou o Criptonoticias na ocasião, com base nas mais de 50 intervenções da ANDE realizadas desde o início de 2024, o governo apreendeu mais de 6.000 equipamentos.
Projeto de lei no Paraguai
No início do mês passado, 14 senadores apresentaram um projeto de lei que visa proibir de forma temporária praticamente tudo o que está relacionado ao mercado cripto no Paraguai, proibindo “a criação, conservação, armazenamento e comercialização de ativos virtuais ou criptoativos, criptomoedas e a instalação de fazendas de mineração de criptomoedas em território paraguaio”.
Portanto, até mesmo a compra de Bitcoin seria considerada ilegal no país dentro do período previsto de 180 dias, ou até que seja decretada uma lei que regule o setor cripto.
O projeto de lei foi enviado a três comissões do Senado para avaliação e deliberação — dentre elas a Comissão de Energia e Meio Ambiente.
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