Polícia Civil do DF prende foragido da Justiça em caso pioneiro de golpe com criptomoedas

Uélio Alves de Souza foi laranja do golpe da falsa criptomoeda Kriptacoin
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Foto: Shutterstock

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu na manhã de segunda-feira (04) um dos condenados na Justiça no caso Kriptacoin. Uélio Alves de Souza, que era tido como foragido, foi encontrado na Colônia Agrícola Samambaia, em Taguatinga, Brasília. Kriptacoin foi um esquema de pirâmide de R$ 250 milhões aplicado a partir de uma falsa criptomoeda e que lesou milhares de pessoas no Distrito Federal e Goiânia entre 2016 e 2017.

Segundo informações do portal Metrópoles, Souza, que na hora da prisão apresentou documento de identidade falso, é apontado como “laranja” do grupo que comandava a ‘Wall Street Corporate’, nome fantasia da ‘Kripta Coin Investimento em Tecnologia’, empresa constituída por ele em 2015 com nome fictício “Hélio Xavier Gomes”.

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Souza agora ficará sob o regime prisional fechado, em razão de crime reincidente, diz a reportagem. Em 2018, ele havia sido condenado a 7 anos e 8 meses de reclusão e 397 dias-multa, por diversos crimes relacionados à prática da pirâmide financeira. Uma dezena de réus também foi julgada.

Em 2019, Weverton Viana Marinho, considerado o chefe do grupo, teve sua pena aumentada de 11 para 15 anos de prisão. Uma mulher que participava do grupo e que tinha sido condenada em primeira instância, acabou sendo absolvida por falta de provas.

Ainda segundo o Metrópoles, Souza e mais quatro réus — Cezar da Silva, Wellington Junior Alves Santana, Wendel Alves Santana e Fernando Ewerton — também respondem pelo crime de lavagem de dinheiro. No entanto, tanto a defesa quanto os réus alegam que não houve ocultação de valores.

Pirâmide financeira Kriptacoin

O esquema montado pela Wall Street Corporate prometia 1% ao dia de rendimentos em aportes na falsa criptomoeda Kriptacoin. Os investidores eram persuadidos a chamar mais pessoas para a rede, e, desta forma, eles recebiam 10% de bônus a cada pessoa registrada. 

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O grupo foi desarticulado em 2017 durante a Operação Patrick da PCDF a partir de uma denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Durante a operação, foram apreendidos um helicóptero e vários veículos de luxo  — que foram a leilão em 2019 — adquiridos com o dinheiro dos cerca de 40 mil investidores lesados.

Entre os suspeitos, vários deles já tinham passagem pela polícia por crimes de receptação, estelionato, formação de quadrilha, furto tentado, porte ilegal de arma de fogo, entre outros. No caso Kriptacoin, eles foram acusados de crime contra a economia popular, falsidade ideológica e organização criminosa.