A Polícia Federal deflagrou na terça-feira (9) a Operação Kryptolaundry para desarticular um amplo esquema de captação ilegal de investimentos e lavagem de dinheiro com uso de criptomoedas no Distrito Federal.
Informações do site Metrópoles apontam que se trata de um grupo ligado a Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin” que deixou milhares de investidores no prejuízo com a pirâmide financeira GAS Consultoria.
Segundo as investigações, o grupo movimentou mais de R$ 2,7 bilhões, dos quais R$ 404 milhões foram identificados como recursos ilícitos destinados ao enriquecimento de seus líderes. No total, porém, os criminosos teriam conseguido um lucro de R$ 3,8 bilhões ao fazer pelo menos 62 mil vítimas no Brasil.
Ao todo, foram decretados 24 mandados de busca e apreensão e nove prisões preventivas, alcançando 45 investigados entre pessoas físicas e jurídicas, segundo nota da PF. Seis pessoas foram presas no DF e duas na Espanha, em ação coordenada com autoridades internacionais.
A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 685 milhões em contas bancárias, além do sequestro de propriedades urbanas e rurais, incluindo imóveis de luxo, fazendas e empreendimentos comerciais supostamente utilizados para mascarar a origem dos recursos.
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O esquema investigado
O núcleo empresarial da quadrilha com ligações ao esquema do “Faraó do Bitcoin”, estruturava e controlava dezenas de empresas de fachada para pulverizar valores, ocultar patrimônio e adquirir bens de alto valor.
As investigações mostram que o grupo atuava com forte aparência de legalidade, oferecendo investimentos em criptoativos apresentados como “seguros” e com promessas de rentabilidade elevada, de 10% ao mês. Para atrair investidores, eles usavam contratos elaborados, eventos presenciais e intensa divulgação nas redes sociais.
No entanto, segundo a PF, parte expressiva do dinheiro captado era desviada para o enriquecimento do topo da organização criminosa, que recorria ao uso de criptomoedas como forma de dificultar o rastreamento dos valores.
Os investigados poderão responder por crimes financeiros, lavagem de dinheiro, organização criminosa, falsidade ideológica e outros delitos relacionados.
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