A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal (RF) mobilizaram seus agentes nesta quinta-feira (6) na Operação Anemia para garantir vários mandados de prisão e busca e apreensão contra um grupo suspeito de cometer evasão de divisas e lavagem de dinheiro com criptomoedas em um esquema internacional de importação de eletrônicos.
Os mandados, cumpridos por 230 policiais federais e 34 auditores-fiscais da Receita Federal, foram expedidos pela Justiça Federal de Curitiba, que também mandou bloquear R$ 400 milhões dos suspeitos.
Segundo a PF, a atividade por vários anos do grupo investigado chamou a atenção das autoridades por sua evolução e uma intensa movimentação financeira, que era realizada por meio de laranjas e de empresas fictícias constituídas para dissimular o recebimento de recursos.
“A organização criminosa atuava desde 2014, introduzindo mercadorias irregularmente no país por meio da fronteira com o Paraguai, sobretudo eletrônicos, que eram distribuídos a diversos estados da federação”, diz a PF, que identificou também a participação de agentes públicos nas práticas ilícitas.
Lavagem de dinheiro com criptomoedas
O modus operandi dos suspeitos contava com o uso de criptomoedas para enviar remessa de valores ao exterior em um esquema que consistia em “adquirir produtos eletrônicos diretamente de fornecedores nos EUA, China e Hong Kong e contratar sua remessa para o Paraguai, de onde eram inseridos em território nacional”.
“O pagamento dos produtos era realizado por meio de uma complexa rede de empresas nacionais e no exterior (offshore) que, mediante utilização de criptomoedas, efetivavam a evasão de divisas e consequentemente a lavagem do dinheiro”, ressalta a PF.
Segundo a PF, durante a Operação Anemia, foram cumpridos sete mandados de prisão e 53 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens, expedidos pela Justiça Federal de Curitiba. Os alvos foram localizados em cidades dos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.
“As ordens judiciais expedidas pela 9ª Vara Federal de Curitiba preveem o sequestro, bloqueio e apreensão de bens imóveis, veículos, dinheiro em espécie, obras de arte, joias, criptoativos e outros itens de luxo ou de alto valor encontrados”.
As investigações, que se iniciaram em 2020, tiveram como objetivo desarticular uma organização criminosa responsável por importação ilegal de grandes quantidades de mercadorias de origem estrangeira sem obediência aos devidos procedimentos legais, disse o órgão.
Acerca da participação agentes da segurança pública, a PF afirma que as medidas estão sendo cumpridas com apoio das corregedorias da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Polícia Penal do estado do Paraná.
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