O desenvolvedor canadense Peter Todd ficou globalmente conhecido após ser nomeado Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin, em um documentário da HBO no início deste mês — embora poucas pessoas no espaço cripto acreditem que isso seja verdade. Agora, ele diz que a exposição lhe gerou assédio e ameaças.
“Isso claramente seria um circo”, disse Todd em um e-mail ao site WIRED. “Até agora, [é] um bando de pessoas pedindo dinheiro”. Para se ter uma ideia, descreve o site, apenas uma pessoas enviou 25 e-mails no intervalo de dois dias pedindo que Todd a ajudasse a pagar um empréstimo.
O documentário , intitulado “Money Electric: The Bitcoin Mystery”, narra a investigação do diretor Cullen Hoback sobre quem poderia ser o criador do Bitcoin; no final, o eleito por Hoback foi Todd, que refutou logo em seguida: “Eu não sou o Satoshi”.
Para ele, o tema central do filme é a história do Bitcoin e que Cullen incluiu o enigma por marketing, pois “precisava de uma maneira de chamar atenção para seu filme”. Por sua vez, Hoback continua confiante em suas conclusões. As várias negações e desvios de Todd, ele alega, são parte de uma grande e complexa desorientação.
“Embora, é claro, não possamos dizer abertamente que ele é Satoshi, acho que temos um caso muito forte”, diz Hoback.
No entanto, seja qual for a verdade, Todd agora carregará o fardo de ter sido enquadrado como o suposto Satoshi e por isso se escondeu, não especificamente pelo assédio, mas por potenciais implicações de segurança pessoal, como roubo e sequestro.
“Satoshi obviamente não queria ser encontrado, por boas razões, e ninguém deve ajudar as pessoas que tentam encontrar Satoshi.”
Mas Hoback vê as coisas de forma bem diferente, diz a publicação. Ele afirmou que embora tenha havido casos violentos contra detentores de criptomoedas, nada de terrível aconteceu com as muitas pessoas que já apontadas antes como Satoshi. “Acho que a ideia de que isso coloca a vida delas [em risco] é um pouco exagerada”, concluiu.
Em todo caso, diz Hoback, a identidade do verdadeiro Satoshi é uma questão de interesse público. “Essa pessoa está potencialmente a caminho de se tornar a mais rica da Terra”, diz Hoback. “Se os países estão considerando adotar isso em seus tesouros ou torná-lo moeda de curso legal, a ideia de que há potencialmente essa figura anônima por aí que controla um vigésimo do fornecimento total de ouro digital é muito importante.”
Viúva de Len Sassaman
Nessa história, quem ficou aliviada foi a também desenvolvedora de software Meredith Patterson, viúva do criptógrafo Len Sassaman, primeiramente apontado como sendo Satoshi Nakamoto por uma parte da comunidade cripto. Na plataforma Polymarket, ele chegou a ter um quarto dos votos dos apostadores.
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Patterson afirmou que passou a receber extensas listas de perguntas, incluindo pessoas tentando se aproximar mais intimamente no intuito de interrogá-la. Quando Patterson soube que o doc poderia citar Sassaman, seu primeiro pensamento foi para seus pais, temendo que eles fossem alvos de ladrões de Bitcoin.
“Fiquei aliviada por mim e pela minha família que eles nomearam Peter Todd”, disse Patterson ao site. “Mas sinto pena de Peter Todd. Francamente, ninguém merece ter um alvo pintado nas costas.”
O alvo a que Patterson pode ter se referido é a fortuna do criador do sempre esquivo criador do Bitcoin, que ainda possui cerca de 1,1 milhão de BTC e nunca tocou neles. Isso dá atualmente cerca de R$ 417 bilhões.
Mas na verdade, esses bitcoins são considerados perdidos — e se algum dia fossem retirados da carteira de Satoshi, isso provavelmente teria consequências dramáticas, confirmando que o pseudônimo criador do Bitcoin estava vivo e bem.
Por que Peter Todd foi apontado como Satoshi
Hoback focou em Peter Todd, apresentando uma série de pistas sugerindo que ele poderia ser o inventor evasivo da criptomoeda, se concentrando em um post de Todd em um fórum em resposta ao pseudônimo Satoshi, que o diretor acredita ser Todd continuando o pensamento de Satoshi — como se fosse a mesma pessoa usando várias contas.
Ele também destaca o estilo de escrita de Todd em relação a Satoshi, os esforços de Todd, ainda adolescente, para transformar o experimento Hashcash em uma moeda funcional, e o que foi descrito como um código C++ não profissional por trás do protocolo do Bitcoin. Finalmente, Hoback sugere que o pseudônimo Satoshi foi usado para que as pessoas levassem o Bitcoin a sério.
Mas, como em tentativas anteriores de desmascarar Satoshi, o filme não fornece provas definitivas, e os críticos descartaram a teoria como especulativa — baseada em suposições falhas.
Em resumo, “Money Electric: The Bitcoin Mystery” se faz valer por explicar de forma concisa, mas sagaz, toda a saga que a maior criptomoeda do mundo passou até chegar nos dias atuais.
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