Pequim e Xangai se preparam para testes do yuan digital

Prefeitos chineses disseram já estar de prontidão
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As duas maiores cidades da China, Pequim e Xangai, podem estar em breve testando o Pagamento Eletrônico de Moeda Digital (DCEP), mais conhecido como yuan digital, revelou o Global Times neste domingo (24). Até agora, foram feitos três testes: um em Suzhou e dois em Shenzhen.

De acordo com o Global Times, os prefeitos de Pequim e Xangai, e o governador da província de Guangdong, viram a oportunidade de se pronunciarem sobre a CDBC da China, durante um congresso que ocorreu neste final de semana na capital chinesa.

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O prefeito de Pequim, Chen Jining, disse que neste ano a capital vai acelerar a construção dos centros de inovação para fintechs e serviços profissionais e promover a aplicação piloto do yuan digital. 

Ao dissertar sobre o relatório de trabalho de sua administração, o discurso de Gong Zheng, prefeito de Xangai, seguiu a mesma linha. Segundo ele, a maior cidade da China vai continuar com a abertura financeira global promovendo a moeda digital chinesa.

Ma Xingrui, governador da província de Guangdong, no sul da China, onde fica Shenzhen, também prometeu continuar apoiando o projeto de moeda digital, ampliando a zona de testes. Aliás, foi em Shenzhen o ponto de partida da empreitada chinesa.

O caminho, contudo, é longo, disse o jornal, pois ainda deve se estabelecer uma base sólida para seu lançamento oficial. No entanto, segundo observadores da indústria, a adesão dessas grandes cidades enviam um sinal claro de que o DCEP deve tomar grandes proporções no contexto de uma corrida global.

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“É apenas o primeiro passo de uma longa caminhada. Uma vez lançado, o yuan digital vai remodelar a indústria financeira da China”, disse ao Global Times um veterano da indústria de Shenzhen, cujo nome não foi revelado.

Yuan digital

Para o terceiro teste-piloto do yuan digital finalizado no último dia 17, o governo distribuiu em forma de loteria cerca de US$ 3 milhões em yuans a 100.000 moradores de Shenzhen. No primeiro teste, em outubro do ano passado, os números foram menores: US$1,5 milhão a 50.000 cidadãos.

Logo depois que começaram os testes, a China tentou passar tranquilidade para quem temia que o yuan digital pudesse corroer o status do dólar americano.

O ex-presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan, por exemplo, disse em dezembro que o yuan digital não está sendo emitido para substituir as moedas fiduciárias existentes.

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Conforme explicou, alguns países estão preocupados com a internacionalização do yuan, mas que ele não se destina a substituir ou desafiar o dólar e euro. “Não podemos pressioná-los”, disse Zhou.

De acordo com ele, o yuan digital é uma ferramenta que ajuda com transparência e responsabilidade no espaço de pagamentos digitais existentes na China, liderada por players privados como WeChat e Alibaba.