O Ministro da Economia, Paulo Guedes, cogitou a criação de um imposto sobre compras de importados feitas com bitcoin, durante um evento sobre economia na quinta-feira (19). Intitulado ‘Perspectivas econômicas do Brasil’, o encontro foi promovido pela plataforma de investimentos TC e a empresa de análises políticas Arko Advice.
Em resposta ao trader Rafael Ferri, que disse que o governo está demorando para agir em relação a cobrança de impostos sobre a venda na internet de produtos importados, o que ele chamou de “camelódromo virtual”, Guedes disse:
“O tal do camelódromo virtual existe mesmo. O negócio vem… é uma invasão maciça e parece que as liquidações são feitas em bitcoins, que é para não terem rastro”.
Ele também sugeriu que notas fiscais desse tipo de compra não são emitidas com o valor real do produto.
“Tem todo tipo de fraude. Não tem imposto, não tem nada em cima — é um Adam Smith”, disse Guedes, se referindo ao filósofo e economista britânico dos anos 1700.
O ministro também afirmou que “abusos são cometidos”.
“Evidentemente tem algo acontecendo que nós temos que olhar. Eu acho que estamos entrando em um mundo cada vez mais digital. Então, os abusos que são cometidos. E transações que sejam feitas, seja por bitcoin, isso aqui ou aquilo outro, vai aparecer o ‘digitax’ aí já já”, para equalizar o jogo”
Entende-se que por ‘digitax’ o ministro se referiu a um imposto sobre transações digitais. Ele fez a junção entre o cognato ‘digital’ e o falso cognato ‘tax’, que em inglês significa ‘taxa’ ou ‘imposto’.
“Eu não sei como vai ser feito [o digitax]. Tem países querendo botar imposto no bitcoin muito alto logo de cara para jogar o ônus da prova para o outro lado, ou seja, cobrar o imposto antes. E aí você vem e fala que estava fazendo uma coisa legítima e então você é ressarcido”, disse Guedes.
E acrescentou. “É uma possibilidade”.
Veja o vídeo do evento.