Paraguai apreende centenas de máquinas de mineração de Bitcoin em nova ofensiva ao setor

Autoridades já confiscaram mais de 9.000 mil equipamentos nas últimas semanas
Maquinas mineração de Bitcoin apreendidas em La Colmena, Distrito de Paraguarí

Maquinas mineração de Bitcoin apreendidas em La Colmena, Distrito de Paraguarí (Divulgação/ANDE)

A Agência Nacional de Eletricidade do Paraguai (ANDE) desmantelou na última quarta-feira (5) mais uma fazenda de mineração de Bitcoin que operava ilegalmente com furto de eletricidade. A ação desta vez aconteceu na cidade de La Colmena, Distrito de Paraguarí, onde foram apreendidas 271 mineradoras. A ofensiva ao setor já acumula apreensão de mais de 9.000 mil equipamentos.

Imagens divulgadas pela ANDE mostram que a fazenda de mineração era operada dentro de containers gigantes em uma área verde de La Colmena. Segundo a agência, a ligação clandestina foi identificada por técnicos na terça (4) “após verificação e controle da linha de Média Tensão que apresentava variações na demanda elétrica na empresa Yvaroty”.

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“Dada esta irregularidade, a ANDE procedeu à apresentação de queixa formal ao Ministério Público de Ybycui pelos crimes de furto ilegal de energia elétrica, perturbação do serviço público e sabotagem, de acordo com o Código Penal”, diz um comunicado.

Além das centenas de máquinas, os agentes anotaram o funcionamento de 2 transformadores de distribuição de energia com capacidades de até 3.150 volts. Os equipamentos estavam descritos para funcionamento em um Posto de Distribuição, mas ainda não havia um contrato de prestação de serviço de energia elétrica efetivado em nome de uma mulher.

Portanto, segundo a ANDE, as operações identificadas por softwares de Inteligência Artificial estavam irregulares e representaram um grande prejuízo econômico para a instituição.

Mineração de criptomoedas no Paraguai

A ofensiva ao setor de mineração por autoridades paraguaias já acumula mais de 9 mil máquinas apreendidas e vários processos na justiça por roubo de energia; Só no final de maio, cerca de 3 mil máquinas foram alvo da ANDE, Polícia Nacional e Ministério Público. Os alvos, no entanto, são mineradores sem licença para operar na região.

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Por conta da energia barata, várias empresas de mineração já possuem autorização para atuar no país e pagam as taxas correspondentes, como a tarifa de US$ 65 mil por garantia para cada megawatt que utilizam em suas operações.

Projeto de lei

No início do mês passado, 14 senadores apresentaram um projeto de lei que visa proibir de forma temporária praticamente tudo o que está relacionado ao mercado cripto no Paraguai, proibindo “a criação, conservação, armazenamento e comercialização de ativos virtuais ou criptoativos, criptomoedas e a instalação de fazendas de mineração de criptomoedas em território paraguaio”.

Portanto, até mesmo a compra de Bitcoin seria considerada ilegal no país dentro do período previsto de 180 dias, ou até que seja decretada uma lei que regule o setor cripto.

O projeto de lei foi enviado a três comissões do Senado para avaliação e deliberação — dentre elas a Comissão de Energia e Meio Ambiente.