O NFT.Rio chega ao seu último dia com um papo sobre diversidade em blockchain com mediação de Marimoon e liderado por Ikaro Cavalcante, artista NFT do coletivo Magma, Carol Santos da ONG Educar+, e a influencer Sabrina Coin.
Carol Santos é a idealizadora do Educar+, uma organização educacional que atua no Complexo do Chapadão, no Rio de Janeiro. Na última sexta-feira, ela trouxe as crianças da ONG para ver seus desenhos transformados em NFT na primeira exposição internacional de NFTs que acontece no Brasil, centro do NFT.Rio.
Para ela, a ação foi simbólica para mostrar na prática como a tecnologia blockchain pode incentivar pessoas que até então não tinham espaço a lugares de arte, a fazer parte dessa realidade.
“Estar aqui mostra para as crianças da periferia que elas podem. Para eles isso é muita coisa, representa, então é importante ocupar esse espaço. Nós já sabemos que NFT tem valor, mas para nós ele passou a ter um valor afetivo. Quem estava aqui sentiu a emoção dessas crianças que saíram acreditando mais em si mesmas”.
Quem também esteve aqui foi Ikaro Cavalcante, artista que trabalha com NFTs desde 2020 e que achou na nova tecnologia um espaço para difundir sua produção após ficar um ano produzindo arte digital sem encontrar formas de comercializar suas obras.
“Antes do NFT eu já participava de exposições, mas o mercado de arte é atrasado e não entende a arte digital como válida. Estava um ano sem conseguir vender, mas quando eu comecei a entender NFT, tudo se encaixou”, conta. “Foi meu foco no NFT e na arte digital que eu consegui desbloquear chances melhores para mim, minha família e amigos ao meu redor”.
Sua carreira no meio cripto foi alavancada após receber um convite para vender suas obras em um dos maiores marketplaces de NFT, Foundation. “Pouco menos de um mês, eu vendi minha primeira obra por 1 ETH, era mais do que eu ganhava meses trabalhando. Em seguida, me tornei a primeira pessoa no Brasil a ter uma arte digital vendida em leilão da Sotheby’s”, relata.
Aproveitando seu espaço, Cavalcante ajudou a criar Magma, um coletivo de artistas LGBTQ+ que atua para difundir arte desse grupo na forma de NFTs.
“Eu fico muito feliz de ter conseguido, mas não quero ser o único. A ideia é trazer mais pessoas LGBTQ+ a ocupar esse espaço comigo”, reflete. “Para nós, NFT não é só uma estratégia para conseguir dinheiro. Tem dado muitos números, mas para artistas que até então eram excluídos, se tornou uma forma de ter uma renda básica e conseguir sobreviver”.
A produtora de conteúdos Sabrina Coin também estava presente na roda de conversa para compartilhar sua história de transformação no meio cripto:
“Comecei a criar conteúdo porque fui em um evento do setor e tinha apenas uma mulher. Aqui também, ao olhar ao nosso redor, vemos que faltam pessoas pretas nesse espaço. Em lugar que só tem homem branco sis, não tem como você se sentir incluída. Essa falta de diversidade cria barreiras”.
Para ela, fazer parte ativamente do meio cripto é uma forma de tentar romper essa barreira e trazer visões diferentes para o mercado: “Eu morava em um barraco de madeira e agora posso morar em um lugar muito melhor e seguro de se viver. É para isso que servem as criptomoedas, elas conseguem mudar a vida das pessoas. É importante que as pessoas olhem para a gente e veja um exemplo.”