Imagem da matéria: O que muda na prática com a expulsão das mineradoras de bitcoin pela China
Imagem ilustrativa (Foto: Shutterstock)

A China declarou guerra contra as mineradoras de bitcoin. Desde março, pelo menos cinco províncias do país asiático determinaram o fechamento de empresas do setor. A última foi Sichuan, que em uma tacada derrubou 26 fazendas.

No curto prazo, essa repressão gera FUD e faz os preços das criptomoedas desabarem. O bitcoin, por exemplo, chegou a ser brevemente negociado abaixo dos U$ 30 mil no dia 22 — o menor preço desde janeiro.

Publicidade

Já no longo prazo, o embate chinês tem o efeito de mudar a posição das ‘peças’ do cenário global de mineração, dominado pelo próprio país asiático, que concentra 65% do poder computacional, segundo o Índice de consumo de eletricidade Bitcoin, da Universidade de Cambridge.

A nação asiática está no meio de um êxodo de mineradoras, que já começaram a migrar para outros países. Os Estados Unidos, que tem 7% do poder mundial de mineração, são um dos destinos.

Nos próximos dias, a Fenghua International Transportation, uma empresa de logística chinesa, deve transportar por via aérea três toneladas de equipamento de mineração da nação asiática para o país norte-americano, segundo revelou a jornalista Eunice Yoon, da CNBC.

Rudá Pellini, cofundador e responsável pela área de novos negócios da Wise&Trust, gestora de ativos digitais baseada em Nova York (EUA), disse ao Portal do Bitcoin que já tem percebido um aumento da procura de mineradores chineses para o país.

Publicidade

“Essa migração vem ocorrendo consistentemente nos últimos dois anos, e tende a aumentar ainda mais agora”.

Ele falou que vê como positiva essa mudança no cenário global, visto que os EUA possuem um ambiente de negócios mais aberto e competitivo.

“Na China, os acordos de consumo de energia funcionam basicamente mediante incentivo e o poder se concentra muito na mão do poder público. Aqui cada estado possui regramentos e leis específicas para a questão energética, permitindo diferentes tipos de acordos com entes privados”.

David Marcus, co-criador do projeto de criptomoeda do Facebook, também disse no início desta semana que a ida dos mineradores para o país é positiva, pois pode ajudar no desenvolvimento da criptomoeda.

Texas, Wyoming e Flórida já se mostraram receptivos aos empresários do setor. Miami, por exemplo, quer usar energia nuclear barata para atrair mineradores de bitcoin.

Publicidade

Nem toda região dos EUA, no entanto, abriu os braços para o mercado. A deputada Anna Kelles, por exemplo, tentou passar em Nova York um projeto de lei com objetivo de suspender a mineração por três anos por causa de questões ambientais. A proposta só não foi para frente por causa da ação de sindicalistas.

Partiu Cazaquistão

Outro destino dos mineradores é o Cazaquistão. Em comunicado divulgado na segunda-feira (21), a BIT Mining, localizada em Shenzen, na província de Guangdong, disse que já despachou parte de seus equipamentos para o Cazaquistão.

O primeiro lote, composto por 320 máquinas com 18,2 pentahashes por segundo (PH/s) de poder computacional, foi enviado nesta semana. O segundo, com mais 2.600 mineradoras com 102,3 pentashshes, chegará no país dia 1º de julho.

O Cazaquistão tem atraído mineradores porque — assim como a China — tem energia barata. O país ocupa a quarta posição no ranking de poder computacional, atrás apenas da nação asiática e dos Estados Unidos e da Rússia, nos segundo e terceiro lugares, respectivamente.

VOCÊ PODE GOSTAR
Moeda de Bitcoin à frente de logo da SpaceX

Carteira de Bitcoin da SpaceX move R$ 850 milhões após 3 anos parada

Movimentação de 1.308 BTC marca a primeira atividade onchain da empresa de Elon Musk desde 2022
moedas de bitcoin, solana e ethereum

Manhã Cripto: Bitcoin pisa no freio enquanto altcoins estão em alta; a altseason está aqui?

Segundo os analistas da QCP Capital, dados sugerem que a temporada das altcoins já pode ter começado
Imagem de Michael Saylor, da Strategy, gerada por IA

Strategy aumenta em US$ 2 bilhões captação para comprar mais Bitcoin

A gigante do Bitcoin já possui mais de 607 mil unidades da criptomoeda mais valiosa do mundo
Estátua do misterioso fundador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, esculpida por Reka Gergely e Tamas Gilly e instalada em Budapest, na Hungria

Quem é Satoshi Nakamoto, o misterioso criador do Bitcoin?

Após deixar o Bitcoin pronto para ser o que é hoje, em 2010 Satoshi Nakamoto saiu de cena, deixando um legado e um mistério jamais revelado