“Nunca investimos”, dizem empresas de bitcoin que estão no balanço da Singu, de Tallis Gomes

Briga entre o influenciador Raiam Santos e o criador da Easy Taxi respingou na Natura
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Tallis Gomes criou a startup Singu (Foto: Divulgação)

O que era uma discussão entre o influencer Raiam Santos e o criador da Easy Taxi, Tallis Gomes, virou algo maior. Santos divulgou o balanço de uma startup chamada Singu, criada por Gomes, no qual existem algumas informações estranhas.

Duas corretoras brasileiras de criptomoedas — a Bitcointrade e a Foxbit — constam nos documentos obtidos na Junta Comercial de São Paulo como se tivessem emprestado, no total, cerca de R$ 2 milhões. Contudo, procuradas pelo Portal do Bitcoin, ambas empresas negaram o investimento.

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Outra empresa que consta no balanço é DRX Consultoria, situada em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre. A reportagem entrou em contato com o dono Thiago André Bellebone Klein, que disse não poder comentar sobre caso por ter assinado um NDA (acordo de não divulgação) com a empresa de Gomes.

Briga no Instagram

A briga respingou na gigante Natura, que comprou a Singu de Gomes. Raiam afirmou para os seus 1,5 milhão de seguidores no Instagram que a compra teria sido, na verdade, um resgate da empresa.

Alguns veículos de imprensa relacionaram a queda das ações da Natura durante a terça-feira (01) com os comentários de Raiam, que começou a divulgar dados do balanço da Singu que mostravam, na sua visão, ter sido uma aposta errada da gigante de cosméticos. Pelos documentos da Junta Comercial, a empresa pagou R$ 65 milhões pela startup.

Uma das maiores críticas é que quem assumiu o comando da empresa é Matheus Farah Leal, filho da esposa do dono da Natura, Guilherme Leal, em possível conflito de interesses já que Matheus já havia investido mais de R$ 600 mil na companhia.

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Danos morais

Antes Raiam afirmou que estava sendo processado pelo criador da Singu, que pedia R$ 20 mil de indenização por danos morais, mas não foi possível encontrar o caso. Um advogado do influencer, Felipe Sales da Silva, disse que um outro colega estava cuidando do caso, mas não passou o contato do outro profissional à reportagem.

Na terça-feira, Tallis Gomes gravou um pronunciamento e o divulgou no seu perfil no Instagram. Ele disse aos seus seguidores que ele não havia se pronunciado sobre as críticas porque estava “preocupado” com o que ele chama de a coisa certa.

Ele defendeu a Singu e disse que o aplicativo chega a fazer uma manicure ganhar até R$ 7 mil por mês. “O investimento da Natura só nos ajuda a subsidiar o crescimento da plataforma”.

O empresário afirmou que faz dois anos que não recebe salário da empresa e que ainda usa do próprio dinheiro para bancá-la. “Quem sabe ler balanço viu o caso”, disse em referência aos documentos vazados.

Procurada via redes sociais, a Singu não comentou o caso.

No Instagram Tallis Gomes, da Singu, se defende de Raiam Santos