A falida corretora de cripotmoedas FTX pediu proteção judicial na semana passada e interrompeu os saques de clientes, mas as limitações financeiras parecem não ter chegado à nova cúpula da empresa, que assumiu após o afastamento do criador da empresa, Sam Bankman-Fried.
O novo CEO da FTX, John J. Ray III, está recebendo US$ 1.300 (R$ 6,8 mil) por hora. As informações foram apresentadas no domingo (20) em um documento apresentado dentro do processo de recuperação judicial, conforme aponta o portal CoinDesk.
Caso Ray cumpra uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, seu salário mensal como CEO da FTX será de US$ 208 mil (R$ 1,1 milhão).
Outros executivos da falaida empresa também estão recebendo alto: US$ 975 por hora para a Chefe Administrativa (CAO), Kathryn Schultea, para a CFO Mary Cilia e para o Chefe de Informações (CIO), Raj Perubhatla.
Os altos salários foram justificados dentro do processo judicial em um parecer feito por Edgar Mosley, diretor da firma de consultoria Alvarez & Marsal, que está supervisionando os trabalhos. Segundo ele, continuar os pagamentos “é necessário para preservar recursos e valores” da FTX.
“Sem isso, acredito que ainda mais funcionários irão buscar alternativas de oportunidades emprego. Provavelmente diminuindo a confiança dos stakeholders na capacidade dos devedores de conseguirem se reorganizarem com sucesso”, disse Mosley.
A fragilidade da segurança dos ativos da FTX está clara: pouco após a empresa entrar em colapso, um hacker ou pessoal com acesso às informações internas roubou US$ 600 milhões de wallets congeladas. No domingo (20), o criminoso voltou a mexer na quantia, fazendo transferências para wallets e onversão de tokens.
“Nunca vi uma falha tão completa”
Logo após assumir a FTX, John J. Ray III fez uma crítica avassaladora contra Sam Bankman-Fried, o criador da empresa.
“Nunca na minha carreira eu vi uma falha tão completa de controles corporativos e tanta ausência de informações financeiras confiáveis como ocorre aqui”, afirmou o executivo.
“De sistemas compromissados e uma fiscalização regulatória fraca até a concentração de poder na mão de poucos indivíduos inexperientes, pouco sofisticados e potencialmente compromissados, a situação não tem precedentes”, completou.
Não é a primeira vez que John Ray, advogado e novo CEO da FTX, trabalha com empresas multibilionárias que acabam em falência. Ray supervisionou anteriormente o polêmico processo de falência de US$ 23 bilhões da Enron, uma empresa de energia.
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