Novo chip do Google acelera a entrada da computação quântica no mercado, dizem especialistas

O Google afirma que seu novo chip quântico introduz uma correção de erros inovadora, aumentando a confiabilidade e a praticidade
Ilustração de chip ultramoderno

Shutterstock

O Google revelou o Willow, seu mais recente chip de computação quântica, alegando que ele pode executar tarefas que normalmente levam um tempo inimaginável para os supercomputadores mais rápidos, em pouco menos de cinco minutos.

O anúncio da gigante da tecnologia ocorre em um momento em que a corrida para levar os computadores quânticos ao mercado está se intensificando, com empresas como IBM, Microsoft, Amazon e Nvidia investindo bilhões na tecnologia de última geração. O Google afirma que o Willow pode reduzir significativamente os erros ou interrupções no nível quântico durante os cálculos, já que mais qubits são usados em tempo real.

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“Os erros são um dos maiores desafios da computação quântica, pois os qubits, as unidades de computação dos computadores quânticos, tendem a trocar informações rapidamente com seu ambiente, dificultando a proteção das informações necessárias para concluir um cálculo”, disse Hartmut Neven, fundador e líder do Google Quantum AI, em um comunicado.

“Normalmente, quanto mais qubits você usar, mais erros ocorrerão e o sistema se tornará clássico”, acrescentou ele, o que significa que o sistema perde suas propriedades quânticas, como superposição e emaranhamento, geralmente devido ao ruído quântico.

Meet Willow, our state-of-the-art quantum chip

Ao enfrentar esse grande desafio na correção de erros quânticos, o Google pretende tornar os computadores quânticos confiáveis e práticos o suficiente para serem usados em um ambiente de produção.

Há muito tempo anunciados como o próximo grande avanço tecnológico, os computadores quânticos supostamente poderão resolver melhor problemas que vão desde a modelagem climática até a descoberta de novos medicamentos e a compreensão da teoria das cordas. Os computadores quânticos também serão capazes de quebrar esquemas de criptografia comumente usados, como o RSA, e, como tal, são considerados uma ameaça em potencial aos sistemas baseados em blockchain.

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“A correção de erros é enorme para a computação quântica em geral, e o que está corrigindo o erro para eles é o tempo de coerência; eles conseguem fazer com que seus qubits vivam mais tempo”, disse ao Decrypt o Dr. Erik Garcell, diretor de desenvolvimento empresarial quântico da Classiq. “Eles não estão adicionando tanto ruído à medida que você faz cálculos, e isso é uma melhoria muito boa para os qubits supercondutores.”

O que é Computador Quântico?

Diferentemente dos computadores clássicos que processam dados usando bits (0s e 1s), os computadores quânticos usam qubits, que podem existir em um estado de superposição — representando 0, 1 ou ambos simultaneamente. Essa propriedade exclusiva permite que os computadores quânticos realizem vários cálculos ao mesmo tempo e explorem inúmeras possibilidades com muito mais rapidez do que a computação tradicional baseada em silício.

O entrelaçamento liga os qubits de modo que seus estados fiquem interconectados, permitindo que os computadores quânticos resolvam problemas que os clássicos não conseguem resolver.

Implicações comerciais da computação quântica

Os avanços do Google com o Willow não são apenas teóricos, disse Garcell. Eles estão preparando o terreno para que os computadores quânticos entrem no mundo dos negócios nos próximos anos.

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“O avanço do Google na computação quântica com o Willow aumenta a probabilidade de as empresas usarem computadores quânticos nos negócios nos próximos dois ou três anos”, disse o Dr. Garcell. “Esse avanço que o Google está divulgando definitivamente acelerou minha visão pessoal de quando a quântica começará a agregar valor às empresas. As pessoas já estão estudando como colocar essas máquinas ao lado de seus computadores de alto desempenho.”

O Google testou o Willow com o benchmark Random Circuit Sampling, um teste desenvolvido pela divisão Quantum AI do Google em 2019. Esse benchmark mede o desempenho de um computador quântico em relação a um computador clássico. Embora o sucesso do Willow demonstre um progresso significativo, o Google reconhece que o próximo desafio é provar que uma computação “útil, além da clássica” é relevante para aplicativos do mundo real.

“O que realmente vai importar é quando ela começar a gerar dinheiro para as pessoas”, disse Garcell. “As pessoas vão se perguntar: faz mais sentido usar um computador clássico ou um computador quântico? E essa é realmente a referência que usaremos no final das contas.”

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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