“Não ter Bitcoin virou mais arriscado do que ter”, diz gestor de fundos brasileiro

Para ex-banqueiro, existe potencial de valorização proporcional ao crescimento na adoção
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Foto: Shutterstock

O ex-banqueiro Norberto Zaiet, fundador e gestor da Picea Value Investor, empresa de investimentos com sede em Nova York (EUA), escreveu um artigo sobre o Bitcoin, publicado pela IstoÉ Dinheiro na terça-feira (19). Para ele, não ter bitcoins hoje pode ser mais arriscado do que tê-los em carteira.

De acordo com Zaiet, cujo currículo tem a presidência do Banco Pine, a cada dia que passa fica mais fácil justificar uma posição no Bitcoin, pois sua tecnologia se estabelece de maneira mais forte à medida que o tempo passa.

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“Nos dias de hoje, não ter Bitcoin na carteira parece ser mais arriscado do que ter”, disse Zaiet, acrescentando que “aos olhos de hoje, o Bitcoin já não é mais um ativo à margem do sistema financeiro, uma novidade que poucos entendem e menos ainda adotam”.

Bitcoin de 2017 aos dias de hoje

Zaiet não precisou pegar um longo período para tratar sobre o potencial do Bitcoin. Ele considerou apenas de 2017, quando em dezembro 1 BTC chegou a ser negociado em cerca de US$ 20 mil, passando pelas desvalorizações que ocorreram entre 2018 e 2019. Aquela altura, comentou, apesar de alguns sinais, os investidores institucionais ainda estavam de fora.

A retomada do crescimento contínuo do Bitcoin só viria a acontecer no fim de 2020, seguida de um novo marco, uma nova alta histórica. No início deste ano, veio a redenção ao trágico ‘inverno’ de 2018 e a criptomoeda bateu a casa dos US$ 40 mil.

Com o dólar em alta, no Brasil 1 BTC chegou a ser negociado a R$ 220 mil no dia 08 de janeiro; e o valor total do mercado cripto, US$ 1 trilhão.

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Sobre esses fatos, Zaiet ressaltou a entrada de investidores institucionais como um dos fatores principais para a alta do Bitcoin. Dentre eles, citou o fundo Paul Tudor Jones, a Square e o PayPal. Aliás, da fintech, Zaiet trouxe até uma comentário de seu CEO, Dan Schulman: “A mudança para moedas digitais é inevitável…”.

Ele concluiu que existe potencial de valorização proporcional ao crescimento na adoção, citando também as finanças descentralizadas (DeFis) e outras criptomoedas, como a Ether. Para ele, ambos ganham cada vez mais espaço.

Bitcoin e ouro

Zaiet questionou a frequente comparação entre Ouro e Bitcoin, onde o primeiro é historicamente uma reserva de valor e o segundo para alguns é aspirante e para outros já o é. Ele disse que a maioria dessas análises é embasada no fato de que ambos ativos funcionam como uma espécie de proteção contra a inflação.

O que o intriga não é a comparação, onde analistas estimam o tamanho do mercado da criptomoeda em relação ao mercado de ouro, mas a lógica  de como estimar a relação. “Bitcoin representará 10% do mercado de ouro? 20%? 50%? Cada um desses níveis justifica um preço bastante diferente”, questionou Zaiet no artigo.

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Ele ainda dissertou sobre a diferença das modalidades de ativos; enquanto o ouro serve de proteção contra oscilações dos ativos de risco, o Bitcoin, sugere o texto, é extremamente volátil. “Tem suas limitações”, disse Zaiet.