Mineração de bitcoin terá consumo de energia limitado na Islândia

País passa por escassez de energia elétrica e irá controlar fornecimento para mineração
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A Islândia está sofrendo uma escassez de energia, fazendo com que o país suspenda o fornecimento a algumas indústrias, entre elas a de mineração de bitcoins, conforme aponta reportagem da Bloomberg.

Landsvirkjun, a principal fornecedora de energia elétrica do país, está reduzindo fornecimento a fundições de alumínio, centros de dados, fábricas de farinha de peixe e mineradoras de bitcoin (BTC).

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De acordo com Tinna Traustadottir, vice-presidente de serviços de vendas e a consumidores, a demanda recorde teve um papel fundamental nessa decisão.

Essa é o mais novo desafio em uma longa lista de adversidades para a indústria de mineração na região nórdica, que esteve hesitante em permitir que recursos de fontes renováveis fossem tomados pela indústria cripto.

Islândia, Escandinávia e o bitcoin

Mineradores de bitcoin invadiram a Islândia e outros países nórdicos em busca de eletricidade barata.

Até hoje, empresas como Hive Blockchain, Genesis Mining e Bitfury têm uma presença estabelecida na Islândia.

Apesar da atratividade do país, autoridades de energia locais estão bem menos propensas a acolher a mineração de bitcoin.

“Haverá pouco excesso de energia em 2021 e 2022”, alertou Hordur Arnarson, CEO da Landsvirkjun. “Por conta dos problemas climáticos que vemos, muitos dos segmentos interessantes estão crescendo rapidamente e diversos deles precisam de eletricidade.”

Em outro local da região Nórdica, essa tendência fez com que autoridades banissem a mineração de cripto que consome muita energia.

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Finansinspektionen, a autoridade de supervisão financeira na Suécia, fez isso em novembro deste ano.

“A Suécia precisa da energia renovável utilizada por produtores de criptoativos para a transição de nossos serviços essenciais e o crescente uso por mineradores ameaça nossa capacidade em cumprir com o Acordo de Paris”, afirmou a reguladora, acrescentando que “portanto, a mineração de criptoativos de consumo elevado deve ser proibida”.

A reguladora sueca não é a única que quer tomar medidas mais extremas contra a mineração cripto, mesmo se isso indicar o uso de energia limpa.

“Digo isso há muito tempo: você não pode gastar recursos de forma sustentável. Usar fontes renováveis para a mineração cripto não é uma solução”, afirmou Alex de Vries, fundador do Digiconomist, ao Decrypt.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.