O conflito entre a Rússia e a Ucrânia atinge em cheio os ativos de risco e o mercado de criptomoedas. O Bitcoin (BTC) opera em baixa de 8,3%, cotado a US$ 34.913,50 nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) caía 12,2%, para US$ 2.343,83.
No Brasil, o Bitcoin perde quase 9%, negociado a R$ 178.483,26, mostra o índice do Portal do Bitcoin.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou o início de uma “operação militar especial” na Ucrânia nesta quinta-feira, após meses de especulação sobre as intenções do governo russo enquanto enviava dezenas de milhares de soldados à fronteira ucraniana. Em discurso televisionado transmitido nesta manhã, Putin disse que seu objetivo era “desmilitarizar”, mas não ocupar o país, segundo o New York Times.
Várias cidades ucranianas estavam sob ataque nesta quinta-feira (24). O presidente dos EUA, Joe Biden, condenou as ações de Putin e disse que falará à nação americana hoje.
Entre as criptomoedas no vermelho nesta quinta-feira (24) estão Solana (9,3%), Avalanche (13,7%), Polkadot (12,3%), XRP (11,2%), Dogecoin (15,6%) e Shiba Inu (13,2%).
O mercado cripto registrou mais de US$ 242 milhões em liquidações nas primeiras horas de negociação na Ásia em reação ao ataque à Ucrânia, mostram dados do CoinDesk. Os futuros atrelados ao Bitcoin somaram US$ 72 milhões em liquidações, seguidas de US$ 70 milhões do Ethereum.
Os índices futuros das bolsas americanas também perdiam terreno, enquanto os preços dos títulos e petróleo disparavam. Os contratos S&P 500 e Nasdaq caíam cerca de 2%, de acordo com a Bloomberg. O índice Stoxx 600 Europe perdia 2,5%, e um indicador de referência da Ásia-Pacífico caiu para o menor nível desde 2020. O índice da Bolsa de Moscou registrou queda recorde após suspender as negociações.
A escalada da Rússia vai resultar em “mais movimentos de fuga do risco para ativos de refúgio, considerando que a situação permanecerá volátil com medidas de retaliação das potências ocidentais”, disse à Bloomberg Jun Rong Yeap, estrategista da IG Asia Pte, acrescentando que o cenário atual deve pressionar ainda mais a inflação.
Criptomoedas x sanções
Entidades russas se preparam para atenuar alguns dos piores efeitos das sanções impostas pelo Ocidente por meio de acordos com qualquer um disposto a trabalhar com elas, disseram especialistas ao New York Times. E essas entidades poderiam usar moedas digitais para escapar dos controles usados pelos governos – principalmente transferências de dinheiro através de bancos – com o objetivo de bloquear a execução de negócios.
Segundo a reportagem do NYT, embora as transações de criptomoedas sejam registradas em blockchain, tornando-as transparentes, novas ferramentas desenvolvidas na Rússia podem ajudar a mascarar a origem de tais operações. O rublo digital e ransomware estariam entre as opções.
Outros destaques
Balanço do Mercado Livre: A gigante de comércio eletrônico conseguiu elevar a receita acima da expectativa no quarto trimestre e ganhou participação de mercado no Brasil, mesmo com o avanço de rivais asiáticos. Em comentários sobre o balanço, a empresa disse que está animada pelo número de usuários brasileiros que fazem transações com cripto por meio da carteira digital do Mercado Livre, segundo a Bloomberg.
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Moeda atrelada a adubo: A Cibra Fertilizantes, empresa que tem como sócios a britânica Anglo American e a americana Omimex, prepara seu desembarque no universo dos ativos digitais, conforme o Valor. Em março, diz o CEO Santiago Franco, lançará a CibraCoin, primeira moeda vinculada a preços de fertilizantes.
De olho em cripto: Gestoras de fundos de ações tradicionais como Velt, Squadra e Constellation estão acompanhando de perto as criptomoedas, informou o Valor. “Os clientes não estão mais com paciência de esperar a bolsa abrir. Querem comprar ativos 24 horas por dia, sete dias por semana”, disse Florian Bartunek, sócio-fundador da Constellation, durante evento do BTG Pactual.
Regulação e CBDCs
Porta giratória: Houve quase 240 casos da chamada porta giratória no mercado de criptomoedas, onde funcionários deixaram o governo para trabalhar no setor privado e vice-versa, de acordo com novo relatório do Tech Transparency Project publicado pela Bloomberg. Dezenas de funcionários da SEC à Casa Branca agora são empregados ou estão trabalhando em nome de empresas como Coinbase Global, Binance e Ripple Labs, segundo a análise.
Regulação na UE: A União Europeia planeja conceder a um novo órgão de fiscalização financeira a responsabilidade de supervisionar a lavagem de dinheiro e riscos associados à indústria de criptomoedas, segundo artigo da Bloomberg publicado pelo Portal do Bitcoin. A iniciativa seria liderada pela Comissão Europeia, com previsão de início em 2024.
Multa da CVM: A Comissão de Valores Mobiliários aplicou uma multa de R$ 932.667,04 na Alpes Corretora de Câmbio, empresa de investimentos que está sob liquidação extrajudicial. Em 2016, a corretora chegou a transferir fundos sem autorização ou ciência do investidor. O diretor da empresa, Reginaldo Alves dos Santos, também recebeu uma multa de R$ 300 mil.
Metaverso, Games e NFTs
Leilão de Dodges: O Mercado Bitcoin e Block4 lançam hoje (24) leilão de NFTs de quatro Dodges do acervo de Alexandre Badolato, considerado o maior colecionador da marca americana no Brasil, segundo o UOL. Os modelos são um Dodge Dart Sedan 1970 Verde Imperial, um Dart Coupé 1971 Vermelho Etrusco, um Charger LS 1974 White e um Charger LS 1974 Black, cujos índices de raridade, segundo a empresa, são de 3/5, 3/5, 4/5 e 5/5, respectivamente. Os lances começam a partir de R$ 1.000.
Leilão suspenso: A venda de uma coleção de 104 CryptoPunks com expectativa de arrecadar até US$ 30 milhões foi suspensa na quarta-feira em um leilão muito aguardado na Sotheby’s. Um representante da Sotheby’s disse que o vendedor decidiu retirar o lote. Segundo o CoinDesk, o motivo pode ter sido a recepção morna ao megalote.
Esportes
Token dos Santos: A primeira remuneração do token será resultado da venda do jogador Yuri Alberto, formado na base do Santos e que foi negociado pelo Internacional com o Zenit, da Rússia. A negociação com o Zenit somou 25 milhões de euros. Na simulação do portal do Mercado Bitcoin, o contrato renderia R$ 5,85 por token. Quem comprou dez unidades receberia R$ 58,50, de acordo com A Tribuna.