O mercado de criptomoedas consegue respirar nesta segunda-feira (13) em meio às medidas de reguladores nos EUA para acalmar investidores após a falência do Silicon Valley Bank (SVB), o banco das startups, e à decisão de autoridades americanas de fechar o Signature Bank, outra instituição com vários clientes da indústria cripto.
As bolsas europeias operam em baixa nesta manhã, apesar dos planos do HSBC de comprar os ativos do SVB no Reino Unido, enquanto os índices futuros dos EUA também são negociados em terreno negativo, mesmo com o anúncio de que clientes do SVB poderão acessar fundos a partir de hoje e a oferta de mais recursos públicos para outros bancos americanos, de acordo com a CNBC.
No Brasil, o Nubank disse que não foi afetado pela crise do SVB, embora tenha iniciado uma nova rodada de demissões.
O destaque fica para a fintech Magalu, que estuda criar o token nativo Lucoin em um programa de benefícios, conforme o Valor Econômico.
O Bitcoin (BTC) sobe 9% nas últimas 24 horas, para US$ 22.283,42, segundo dados do Coingecko. Em reais, a maior criptomoeda avança 8,7%, negociada a R$ 113.926,28, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda, opera em alta de 8,3%, cotada a US$ 1.584,18.
Traders que apostavam em mais perdas para o mercado de criptomoedas foram pegos de surpresa, com liquidações de US$ 183 milhões em posições vendidas, segundo o CoinDesk.
Os ganhos também são puxados pelo anúncio da Binance, maior exchange cripto do mundo, de que vai converter US$ 1 bilhão da stablecoin Binance USD (BUSD) em BTC, ETH e BNB coin, que dispara 7,6% nas últimas 24 horas, entre outros tokens.
A transação da Binance, que acessou o fundo do setor, levou 5 segundos e custou apenas US$ 1,29, disse o CEO da corretora, Changpeng “CZ” Zhao, em tuíte nesta segunda-feira.
Outras altcoins também ensaiam uma recuperação, entre elas XRP (+0,2%), Cardano (+9%), Polygon (+4%), Dogecoin (+4,5%), Solana (+6,9%), Polkadot (+5,6%), Shiba Inu (+3,4%) e Avalanche (+8,9%).
Crise bancária nos EUA
A decisão de reguladores de fechar o Signature Bank, um banco que contava com várias empresas cripto entre os clientes, marca outro grande revés para os ativos digitais, à medida que o setor se torna cada vez mais isolado do sistema bancário, destaca reportagem da Bloomberg.
O Departamento do Tesouro dos EUA disse que o Signature Bank foi fechado por reguladores do estado de Nova York no domingo (12) e que clientes terão acesso aos depósitos nesta segunda-feira.
O anúncio veio na esteira do colapso do Silvergate Capital e do Silicon Valley Bank, todos com forte atuação no setor de criptoativos.
O Signature começou a se distanciar dos ativos digitais após a quebra da FTX, mas ainda tinha US$ 16,5 bilhões em depósitos de clientes relacionados à indústria cripto em 8 de março.
A Coinbase Global, a maior exchange de criptomoedas dos EUA, disse na sexta-feira (10) que tinha um saldo de US$ 240 milhões no banco. A Paxos Global informou que sua exposição no Signature era de US$ 250 milhões.
Todos os clientes do Silicon Valley Bank terão acesso a seus fundos a partir de hoje, disseram os reguladores bancários e financeiros federais em um comunicado conjunto no domingo.
“Depois de receber uma recomendação dos conselhos da FDIC e do Federal Reserve, e consultar o presidente, a secretária Yellen aprovou ações que permitem à FDIC concluir sua resolução sobre o Silicon Valley Bank, de maneira a proteger totalmente todos os depositantes”, segundo comunicado da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e de Martin J. Gruenberg, presidente da agência reguladora do setor bancário dos EUA, a FDIC.
“Hoje estamos tomando ações decisivas para proteger a economia dos EUA, fortalecendo a confiança do público em nosso sistema bancário”, diz o comunicado.
Empresas de tecnologia bem financiadas podem aproveitar a crise para comprar startups em dificuldades, de acordo com análise do Financial Times.
Cerca de 10 mil pequenas empresas, cada uma com mais de US$ 250 mil em depósitos – o máximo segurado pela FDIC – operavam exclusivamente com o SVB, de acordo com a Y Combinator, um investidor de empresas em estágio inicial. Segundo o FT, essas startups podem ter problemas para pagar funcionários e arcar com outros custos de curto prazo.
Impacto nas stablecoins
Antes do anúncio dos reguladores dos EUA, a Circle, emissora da stablecoin USDC, afirmou na madrugada do domingo (12) que iria “cobrir qualquer déficit” causado pelo congelamento US$ 3,3 bilhões de seus fundos mantidos no SVB.
Na sexta-feira, a USDC perdeu a paridade e chegou a recuar para US$ 0,87 em meio ao receio de investidores sobre as reservas da stablecoin. Mesmo com as garantias do governo americano, a Circle agora enfrenta o desafio de encontrar um novo parceiro bancário. A USDC já mostra recuperação, mas ainda é negociada abaixo de US$ 1.
O MB (Mercado Bitcoin), maior plataforma de ativos digitais da América Latina, listou o token Tether (USDT), stablecoin lastreada em dólar dos EUA. O ativo já está disponível em sua versão ERC-20 para compra e venda na plataforma do MB.
Vista como “dólar seguro” do mercado, a USDT representa um grande volume no Brasil – onde passa por uma explosão de popularidade – e no mundo, ocupando a primeira posição entre as moedas digitais pareadas ao dólar.
Outros destaques das criptomoedas
A fintech Magalu, braço financeiro do Magazine Luiza, estuda criar um token nativo próprio para servir como moeda digital em um programa de benefícios voltado para consumidores e lojistas do ecossistema de varejo, como fizeram no ano passado o Nubank e o rival Mercado Livre, segundo o Valor Econômico. O nome mais provável para a criptomoeda é “Lucoin”, em referência ao avatar da varejista.
Um dia depois do caso dos investimentos frustrados de mais de R$ 10 milhões em criptoativos dos ex-companheiros de Palmeiras Gustavo Scarpa e Mayke vir à tona, os processos judiciais dos jogadores seguem na Justiça de São Paulo, de acordo com o jornal O Globo. Novidades divulgadas sobre o caso apontam que as empresas envolvidas e sócios delas, incluindo o atacante Willian Bigode (ex-colega de Palmeiras da dupla e hoje jogador do Fluminense), tiveram contas verificadas e bloqueadas (e posteriormente, desbloqueadas) após as decisões.
Comerciantes da zona do euro podem ser obrigados a aceitar um euro digital se este for considerado moeda legal, de acordo com documento que será apresentado aos ministros das Finanças nesta segunda-feira e visto pelo CoinDesk. Dar à moeda digital do banco central (CBDC) o mesmo status que as cédulas e moedas significaria que os pagamentos cumpririam legalmente as obrigações de pagamento e com aceitação obrigatória pelo valor total de face, de acordo com a proposta.
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