Manhã Cripto: Gestora brasileira entra na corrida por ETF de Bitcoin nos EUA; PEPE confirma roubo de US$ 15 milhões em tokens e CVM deve julgar o “Faraó” nesta terça 

Enquanto o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) operam no vermelho, Hashdex aposta em estratégia inovadora para obter aprovação da SEC; segundo jornal, tendência é que CVM condene criador da GAS Consultoria por unanimidade
Ilustração de bandeira do Brasil dentro moeda de Bitcoin

Marco Legal das Criptomoedas no Brasil foi sancionado em dezembro de 2022 (Foto: Shutterstock)

As principais criptomoedas começam a segunda-feira (28) no vermelho, enquanto no mercado acionário investidores parecem mais animados com medidas da China para impulsionar a negociação na renda variável. 

O Bitcoin (BTC) recua 0,6% nas últimas 24 horas, para US$ 25.897,37, segundo dados do Coingecko.   

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Em reais, o BTC perde 0,52%, negociado a R$ 127.343,65, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) mostra queda de 1%, cotado a US$ 1.633,59.  

Outras altcoins também registram perdas, entre elas BNB (-0,4%), XRP (-2,8%), Cardano (-1,5%), Dogecoin (-1,8%), Solana (-1,4%), Polkadot (-1,8%) e Avalanche (-1,8%). Polygon vai na contramão e sobe 1%. 

Shiba Inu cai 2,2%, apesar da retomada dos saques em sua rede de segunda camada Shibarium, após os problema registrados no lançamento da primeira versão. 

PEPE recua 4,4% após o projeto confirmar que três pessoas que pertenciam ao time roubaram cerca de US$ 15 milhões em tokens na semana passada da carteira “multisig” da memecoin. As criptomoedas foram ilegalmente transferidas para as exchanges OKX, Binance, Kucoin e Bybit e depois vendidas, segundo o The Block

Hashdex inova em proposta de ETF 

A brasileira Hashdex, maior gestora de criptoativos da América Latina, entrou na corrida de gigantes que buscam aprovação para lançar um fundo de índice (ETF) de Bitcoin à vista, ou spot, nos EUA. 

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Segundo o Decrypt, ao contrário da abordagem adotada por empresas como a BlackRock, que optaram por uma parceria com a Coinbase para cumprir exigências da SEC para evitar a manipulação de preços e fraudes, a Hashdex escolheu uma bolsa regulada para sua estratégia, a CME. 

A ideia da gestora seria incluir Bitcoin à vista em seu ETF de futuros de Bitcoin já disponível no mercado e mudar o nome do fundo para “Hashdex Bitcoin ETF”. 

De acordo com documento regulatório enviado à SEC por meio da NYSE, a Hashdex propõe comprar Bitcoin à vista diretamente de corretoras dentro da própria CME, em vez de “transações em exchanges spot não reguladas”.  

Especificamente, investir no Hashdex Bitcoin ETF envolveria a troca de contratos futuros por uma exposição equivalente spot, no lugar de compras em dinheiro nas exchanges, de acordo com tuíte do analista da Bloomberg James Seyffart. 

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Com US$ 435 milhões sob gestão, a Hashdex destaca que foi a primeira a lançar um ETF com exposição a criptoativos no Brasil e o primeiro do mundo, conforme o Decrypt. 

Em comentário no X, antigo Twitter, Alistair Milne, fundador do Altana Digital Currency Fund, classifica o novo pedido da Hashdex como “difícil de rejeitar” pela SEC. 

Enquanto traders aguardam a decisão de reguladores nos EUA sobre ETFs de Bitcoin à vista, gestoras reforçam a aposta em fundos de índice atrelados a contratos futuros de BTC e Ethereum, como é o caso da Ark Invest e 21Shares, que fizeram um pedido conjunto para lançar esses produtos. 

Bitcoin hoje 

Após as vendas que levaram à reversão de posições compradas, ou que apostam na alta dos preços, o Bitcoin retoma a tendência de estabilidade, na casa dos US$ 26 mil. 

Apesar das fortes perdas recentes, o JPMorgan vê pouco potencial de baixa no curto prazo para os criptoativos, pois essa reversão estaria mais perto do fim do que do começo, segundo relatório. 

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No entanto, análise da Bloomberg destaca que os mercados financeiros globais devem começar a semana em clima de cautela após autoridades monetárias dos EUA e da Europa sinalizarem que as taxas de juros permanecerão altas por mais tempo. 

Durante a conferência em Jackson Hole, Wyoming, o presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, não descartou novas altas de juros se necessário, ressaltando que tudo dependerá dos dados, já que a economia americana ainda se mostra aquecida. 

Mas no mercado cripto as temperaturas ainda estão baixas em meio ao prolongado inverno: duas novas métricas buscam prever quanto tempo o “bear market” vai durar. 

Julgamento do Faraó do Bitcoin 

Reportagem do Estadão diz que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) prepara o julgamento de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó do Bitcoin”, para amanhã (29).  

Além do roubo do dinheiro de milhares de investidores brasileiros pela pirâmide financeira da GAS Consultoria, o Faraó também é acusado de ser líder de uma organização que monitorava e assassinava rivais no mercado de criptomoedas, como mostram áudios obtidos pelas autoridades

O relator do caso é o presidente da CVM, João Pedro Nascimento. Para especialistas ouvidos pela Agência Estado, o fundador da GAS deve ser condenado por unanimidade.  

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Conforme o jornal O Globo, credores lesados vão receber uma proposta de conciliação para pagamento das dívidas da GAS. 

Glaidson Acácio dos Santos também é investigado pela CPI das Pirâmides Financeiras em andamento no Congresso.  

E uma das empresas recém-investigadas pela CPI é a agência de viagens 123milhas, que teve a quebra de sigilo bancário aprovada por deputados. Os sócios da empresa entraram com pedido no Supremo Tribunal Federal para recorrer da decisão, informou o Valor Econômico

Tributação de criptoativos 

A ideia de criar um imposto para investimentos em criptomoedas no exterior parece que foi deixada de lado pelo Congresso neste momento, mostra reportagem do Portal do Bitcoin. O chamado jabuti – uma medida colocada dentro do texto de uma outra lei de um tema completamente diferente – havia sido incluído na Medida Provisória 1.172/2023, que aumenta o salário mínimo e amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda. 

Já nos EUA, o governo avança com os planos de tributação da indústria.  

Corretoras de criptomoedas, incluindo exchanges e processadoras de pagamentos, teriam que declarar novas informações sobre as vendas e trocas de ativos digitais dos usuários ao Internal Revenue Service (IRS), equivalente à Receita Federal, sob uma proposta do Departamento do Tesouro dos EUA publicada na sexta-feira (25).  

A regulamentação abordaria as plataformas cripto mais como corretoras que lidam com ações e fundos mútuos do que como exchanges de ativos digitais, o que gerou críticas na comunidade

Outros destaques das criptomoedas  

A Binance parou de oferecer aos clientes a opção de pagar uns aos outros por meio de bancos da Rússia sancionados, segundo o Wall Street Journal, que em recente reportagem havia detalhado como a maior exchange cripto do mundo estava supostamente ajudando russos a enviar dinheiro para o exterior.

O chamado serviço “peer-to-peer” da plataforma já não lista cinco bancos russos sob sanções como método para usuários transferirem rublos entre si. Em resposta ao WSJ, um porta-voz da Binance disse: “Atualizamos regularmente nossos sistemas para garantir a conformidade com os padrões regulatórios locais e globais. Quando lacunas nos são apontadas, procuramos abordá-las e remediá-las o mais rápido possível”. 

Na Coreia do Sul, exchanges de criptomoedas precisarão reservar pelo menos 3 bilhões de wons (US$ 2,3 milhões) mantidos em contas bancárias a partir de setembro, em uma medida para reforçar a proteção aos consumidores, segundo o The Block, que cita informações da agência de notícias sul-coreana News1

Grandes corretoras do país, entre elas Upbit e Bithumb, estão em condições de cumprir as novas regras, de acordo com diretrizes divulgadas em julho pela Federação de Bancos da Coreia. O montante mínimo exigido para reservas seria equivalente a 30% da média de depósitos diários, como forma de cobrir perdas de usuários em caso de um evento de risco.  

Enquanto isso, a nova stablecoin do PayPal ainda mostra baixa procura, de acordo com relatório da empresa de dados Nansen, com poucas pessoas usando e mantendo o token PYUSD em carteiras de autocustódia. 

“Na superfície, há uma falta de demanda dos usuários de criptomoedas por PYUSD quando existem outras alternativas”, disse a Nansen, segundo a qual a fraca demanda poderia ser explicada porque a gigante de pagamentos tem como alvo um grupo demográfico diferente. A stablecoin foi lançada em parceria com a Paxos, que ainda detém mais de 90% da oferta de PYUSD, enquanto exchanges como Kraken, Gate.io e Crypto.com respondem por 7%.