O mercado de criptomoedas opera nesta terça-feira (28) com poucas oscilações em meio à uma pausa do rali do Bitcoin neste mês de fevereiro. Nas bolsas internacionais, o clima é de cautela com relatórios que apontaram inflação acima das expectativas na Espanha e na França, o que volta a reforçar as apostas em juros mais altos por mais tempo.
O Bitcoin (BTC) é negociado com estabilidade nas últimas 24 horas, cotado a US$ 23.321,83. Em reais, o BTC cai 0,13%, negociado a R$ 121.587,02, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
A maior criptomoeda mostra ganho de apenas 2% neste mês após disparar quase 40% em janeiro, o que envia um sinal de alerta a investidores, mostra análise da Bloomberg. Produtos de investimento em BTC registraram saques pela terceira semana seguida, totalizando US$ 12 milhões, de acordo com relatório da CoinShares.
Além disso, segundo analistas do Bernstein, a correlação entre o Bitcoin e eventos macro e bolsas dos EUA diminui no último mês.
Já o Ethereum (ETH), que registra ganho de 3% em 30 dias, também mostra pouca variação nesta terça, em baixa de 0,9%, para US$ 1.624,56, segundo dados do Coingecko.
Uma segunda rede de testes (testnet), conhecida como Sepolia, replicou com sucesso os resgastes de ETH depositados na Ethereum, em mais um passo da blockchain para a tão esperada atualização Shanghai. Agora, resta outro ensaio na testnet Goerli antes da atualização final.
As principais altcoins têm desempenho misto, entre elas BNB (-0,8%), XRP (+0,4%), Cardano (+0,1%), Polygon (-2,2%), Dogecoin (+0,3%), Polkadot (-0,4%) e Avalanche (-3,2%).
SOL, token nativo da rede Solana, registra baixa de 2,1% nas últimas 24 horas. Desenvolvedores da blockchain ainda não têm uma explicação clara para a pane que afetou a rede no último fim de semana.
Shiba Inu (SHIB) perde 2,4% com a notícia de que um investidor transferiu mais de 182 bilhões tokens para as exchanges Gemini e Crypto.com na segunda-feira (27), o que poderia pressionar o preço no curto prazo se o volume for vendido, de acordo com o CoinDesk.
Transferências da Binance
Reportagem da Forbes revela que, no fim do ano passado, a Binance, maior exchange cripto do mundo, movimentou US$ 1,8 bilhão em garantias destinadas a apoiar stablecoins de seus clientes – algo “muito similar” aos movimentos sem autorização de fundos de clientes pela FTX antes de quebrar, segundo a reportagem.
Segundo dados examinados pela Forbes, de 17 de agosto ao início de dezembro, época que coincidiu com a crise da FTX, “os detentores de mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) em criptomoedas conhecidos como tokens B-peg USDC ficaram sem garantia para instrumentos que a Binance alegou que seriam 100% respaldados por qualquer token ao qual foram vinculados”.
Em resposta à Forbes, Patrick Hillmann, diretor de estratégia da Binance, sugere que a movimentação de bilhões de ativos entre carteiras faz parte da conduta normal de negócios da exchange. “Não houve mistura” entre fundos da corretora e de clientes, diz ele.
Pouco após a reportagem da Forbes, o criador da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, se manifestou através de sua conta no Twitter. Em uma série de publicações, ele rebateu a matéria, que classificou como FUD. Também disse que “eles [a Forbes] parecem não entender como uma exchange funciona” e afirmou que a corretora é diferente da FTX.
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I am reluctantly spending time on FUD again (4). Forbes wrote another FUD article with lots of accusatory questions, with negative spins, intentionally misconstruing facts. They referred to some old blockchain transactions that our clients have done. 1/9
— CZ 🔶 Binance (@cz_binance) February 28, 2023
As operações com stablecoins entraram no radar de reguladores, o que levou a SEC, a CVM dos EUA, a obrigar a Paxos, parceira da corretora, a suspender a emissão da BUSD, que leva a marca da Binance.
Nesse contexto, a rival Coinbase, maior exchange cripto dos EUA, decidiu encerrar as negociações com a BUSD, que “não atende mais aos padrões de listagem”, segundo a corretora.
Enquanto isso, a stablecoin trueUSD (TUSD) ganha espaço e já é a quinta maior em capitalização de mercado, segundo o CoinDesk. Dados da Nansen mostram que a Binance emitiu US$ 130 milhões em TUSD nos últimos sete dias.
No mercado brasileiro, a novidade é a Euro Coin (EUROC). Emitido pela Circle, que também opera a stablecoin USDC, o token atrelado ao euro já pode ser negociado na Bitso, de acordo com o InfoMoney.
Real Digital
No caso da moeda digital do Banco Central do Brasil, o plano é ter um piloto em março, de acordo com o presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
Em evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) na segunda-feira (27), Campos Neto afirmou que o modelo do real digital tem o objetivo de “fomentar novos negócios” no segmento de serviços financeiros, diferentemente do que é visto por outros países em seus estudos de tokenização das moedas soberanas, de acordo com o Valor.
Em relação ao marco regulatório, Campos Neto disse que o BC está “trabalhando muito” com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na regulação de criptoativos. “É importante a CVM estar 100% alinhada com a gente.” A regulação das criptomoedas também foi destacada como prioridade pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que esteve reunido com o presidente do BC.
Outros destaques das criptomoedas
A Robinhood Markets disse em documento na segunda-feira (27) que recebeu uma intimação investigativa em dezembro da SEC relacionada a listagens de criptomoedas, na esteira da quebra da corretora FTX, informou a Reuters. A Robinhood disse que a intimação que recebeu da SEC tem relação com criptos negociadas na Robinhood Crypto LLC, que é uma subsidiária integral da corretora, bem como sua custódia de criptomoedas e outras operações de plataforma.
A Yuga Labs, empresa de US$ 4 bilhões por trás da coleção tokens não fungíveis (NFTs) Bored Ape Yacht Club, lançará seu primeiro projeto NFT baseado em Bitcoin no final desta semana, anunciou a empresa na segunda-feira, de acordo com o Decrypt. A coleção, chamada de TwelveFold, consistirá em 300 peças de arte de edição limitada, cada uma inscrita na blockchain do Bitcoin.
A Decentraland, plataforma imersiva baseada na blockchain Ethereum, anunciou as datas da segunda edição do Metaverse Fashion Week (MVFW), que acontece entre hoje (28) e 31 de março de 2023, informou a Forbes. O principal objetivo do evento é revelar ao público o grande potencial da moda digital. O projeto é realizado pelas plataformas Decentraland e UNXD. Na edição de 2023, fashionistas de todo o mundo participarão do evento.
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