Os planos da BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, de lançar um fundo de índice de Bitcoin (ETF) à vista (spot) impulsiona as maiores criptomoedas nesta sexta-feira (16), após a onda de vendas provocada pelo temor de juros mais altos e pressão regulatória nos EUA.
Nos mercados acionários, investidores na Europa digerem o aumento da taxa básica pelo Banco Central Europeu anunciado na quinta-feira (15), enquanto os futuros dos EUA sobem, com traders mais calmos após o susto com a perspectiva de mais aperto monetário no mercado americano.
O Bitcoin (BTC) avança 2,7% nas últimas 24 horas, para US$ 25.570,50, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC sobe 2,2%, negociado a R$ 123.717,26, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) opera em alta de 2,1%, cotado a US$ 1.669,35.
As altcoins também se recuperam do tombo nesta sexta, entre elas BNB (+1%), Cardano (+2,2%), Dogecoin (+1,9%), Solana (+1%), Polkadot (+1%), Shiba Inu (+2,6%) e Avalanche (+3%). Polygon vai na contramão, com baixa de 3,4% nas últimas 24 horas.
XRP opera com estabilidade, em alta de 0,9%. A Ripple, emissora do token, anunciou uma parceria com o banco central colombiano para testar casos de uso e aprimorar o sistema de pagamento de altos valores do país, usando a plataforma de CBDC (moeda digital de banco central, na sigla em inglês) da empresa.
ETF de Bitcoin da BlackRock
A unidade iShares da BlackRock entrou com um pedido à SEC, a CVM dos EUA, para lançar um ETF de Bitcoin à vista, informou o CoinDesk.
Apesar de aprovar uma série de ETFs de bitcoin baseados em contratos futuros, a SEC rejeitou outras tentativas de gestoras de fundos para operar ETFs de BTC à vista, incluindo os da Grayscale, VanEck e WisdomTree.
Mas a BlackRock é um páreo duro para a SEC. É a maior gestora de ativos do mundo, com mais de US$ 10 trilhões em ativos sob gestão, e a empresa e seu CEO, Larry Fink, têm poder político para fazer frente à SEC e ao presidente da agência, Gary Gensler, destaca o CoinDesk.
Com a recuperação do mercado cripto nesta manhã após a notícia, posições vendidas em Bitcoin, ou seja, que apostavam na baixa, registraram perdas de US$ 16 milhões com liquidações.
“Cerca de 20% dos americanos já possuíram bitcoin em algum momento. O ETF proposto pela BlackRock potencialmente oferece aos outros 80% uma opção totalmente mais familiar e acessível”, disse Sui Chung, CEO da CF Benchmarks, em e-mail ao CoinDesk.
Binance demite nos EUA e sai da Holanda
A Binance.US, afiliada da Binance nos EUA, decidiu cortar empregos na esteira do processo que acusa a maior exchange do mundo de violar as leis de valores mobiliários americanas e em meio à tentativa de reguladores de congelar seus ativos, disseram duas pessoas com conhecimento do assunto à Reuters e publicações de funcionários nas redes sociais. Uma das fontes disse que cerca de 50 pessoas foram demitidas. A Reuters não conseguiu confirmar a informação e um porta-voz da Binance não comentou.
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Nesta sexta-feira, a Binance anunciou que vai deixar a Holanda. A corretora não conseguiu obter uma licença como provedora de serviços de ativos virtuais (VASP, na sigla em inglês), que comprova conformidade com as diretrizes para o combate à lavagem de dinheiro. A partir de 17 de julho, residentes da Holanda só poderão sacar fundos da plataforma, de acordo com comunicado. Há dois dias, a Binance também informou que pretende sair do Chipre.
Enquanto isso, a CoinEx vai encerrar suas operações nos EUA depois de fechar um acordo com o governo de Nova York, disse a procuradora-geral do estado, Letitia James, que processou a empresa por falta de registro. De acordo com o Wall Street Journal, a CoinEx, sediada em Hong Kong, também vai pagar US$ 1,8 milhão, parcialmente na forma de reembolsos aos clientes, como parte do acordo anunciado na quinta-feira (15).
Ainda nos EUA, reguladores do Texas informaram que a plataforma de crédito cripto Abra está insolvente desde pelo menos 31 de março de 2023. O “Texas State Securities Board” alegou que a Abra (também conhecida como Plutus Financial), Abra Boost, Plutus Lending e o fundador da Abra, William Barhydt, enganaram investidores e cometeram fraudes com valores mobiliário, conforme o CoinDesk.
A Blockchain Association entrou com um pedido respaldado pela Lei de Liberdade de Informação junto à SEC, a CVM dos EUA, solicitando detalhes sobre as interações do regulador com uma corretora cripto pouco conhecida chamada Prometheum, informou o The Block. A plataforma tem sido alvo de polêmica desde que seu codiretor-presidente Aaron Kaplan foi ao Congresso defender a SEC e seus meios de regular as exchanges cripto, além de criticar grande parte do setor. A empresa diz que é uma corretora que recebeu aprovação da Autoridade Reguladora do Setor Financeiro como um sistema de negociação alternativo.
Investidores de varejo da Coinbase Global começam a migrar para a Robinhood Markets, de acordo com o analista da Mizuho Securities, Dan Dolev, em relatório publicado pela Bloomberg. A Coinbase está perdendo participação competitiva para a Robinhood ou sua taxa de ‘take’ – o valor retido em cada transação – diminuiu, conclui o analista com base em sua análise dos dados da carta aos acionistas da Coinbase e no relatório mensal de métricas da Robinhood.
A OKX, uma das maiores exchanges cripto do mundo, busca aprovação regulatória para operar em Dubai com o objetivo de se expandir no Oriente Médio, disse um executivo à Reuters na quinta-feira (15). A regulamentação é uma tendência do setor, disse o chefe global de relações governamentais da OKX, Tim Byun. “Gostaríamos de sair à frente dessa curva e ser regulados de maneira sólida”, afirmou.
Criador da FTX enfrenta dois julgamentos e juiz estuda tokens do Terra
O processo criminal contra Sam Bankman-Fried, cofundador da exchange cripto FTX, foi dividido em dois, segundo a Bloomberg. Um juiz de Nova York decidiu que o ex-CEO deve enfrentar julgamentos separados por causa de uma disputa não resolvida sobre sua extradição das Bahamas.
Bankman-Fried, que enfrenta 13 acusações ligadas à quebra da FTX, contestou cinco delas, porque não foram cobertas por um acordo de extradição que permitiu seu retorno aos EUA em dezembro passado. O primeiro julgamento, com oito acusações, está previsto para outubro deste ano. Um segundo, no qual é acusado de fraude bancária e suborno internacional, está planejado para março de 2024.
Em meio às investigações sobre o colapso do ecossistema Terra, na quinta-feira (15) um juiz dos EUA ouviu argumentos para determinar se as criptomoedas criadas pela Terraform Labs (Luna e TerraUSD) eram valores mobiliários, uma questão central para o processo de fraude aberto pela SEC contra a empresa e seu fundador, Do Kwon, que pedem a anulação do caso, de acordo com a Reuters. O juiz anuncia sua decisão até 14 de julho.
Outros destaques das criptomoedas
Uma coleção de arte digital que pertencia ao Three Arrows Capital, hedge fund cripto que colapsou no ano passado, levantou quase US$ 11 milhões na Sotheby’s em Nova York, segundo o Financial Times, estabelecendo um novo recorde de leilão para obras vendidas como tokens não fungíveis (NFTs), apesar do desaquecimento do mercado.
O Intesa Sanpaolo, maior banco da Itália, lançou na quinta-feira um braço digital chamado Isybank, que vai operar com tecnologia de nuvem fornecida pela britância ThoughtMachine, conforme a Reuters. Os serviços são fornecidos pelo Google, que investiu 1 bilhão de euros (US$ 1,1 bilhão) na Itália para configurar as duas regiões de nuvem nas quais o Intesa vai operar.
A exchange cripto Bybit está integrando uma ferramenta de inteligência artificial baseada no ChatGPT em sua plataforma de negociação para automatizar a análise de dados de mercado. O novo recurso, chamado ToolsGPT, é um chatbot de IA que usuários podem consultar para “análise técnica, dados de preços testados e outras métricas essenciais”, disse a empresa em comunicado na quinta-feira.
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