As principais criptomoedas operam em terreno negativo nesta quinta-feira (18), em linha com a cautela de traders de ações e títulos diante da resiliência da economia americana, o que poderia adiar um alívio monetário nos EUA.
Apesar do sucesso dos novos fundos com exposição direta ao Bitcoin no mercado americano, alguns analistas ainda apontam riscos de baixa. Os chamados ETFs de BTC à vista receberam entradas de quase US$ 1 bilhão em três dias, com um volume de negociação de US$ 10 bilhões no período.
O Bitcoin mostra pouca variação em 24 horas, em queda de 0,3% e cotado a US$ 42.614,57, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC sobe 0,27%, negociado a R$ 212.405,42, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) recua 1,1%, para US$ 2.520,99.
As principais altcoins são negociadas no vermelho, entre elas XRP (-1,4%), Solana (-2,4%), Cardano (-2,9%), Dogecoin (-0,9%), Chainlink (-4,5%), Avalanche (-2,6%), Polkadot (-2,6%), Polygon (-4%) e Shiba Inu (-1,1%). BNB (+1%) e TRON (+0,6%) vão na contramão e operam com ganhos.
CEO do JPMorgan volta a atacar criptomoedas
O lançamento de ETFs de Bitcoin à vista no mercado americano é um dos temas mais comentados por investidores ultimamente, mas Jamie Dimon não aguenta mais falar sobre o assunto.
Em entrevista à CNBC na quarta-feira (17), durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, o CEO do JPMorgan voltou a criticar as criptomoedas e distanciar sua visão de outros gigantes de Wall Street e até mesmo das estratégias adotadas pelo próprio banco.
“Sim, isso é uma coisa importante”, disse Dimon. “Esta é a última vez que falo sobre isso na CNBC, que Deus me ajude.”
Apesar das críticas de Dimon, o JPMorgan foi escolhido entre os parceiros da BlackRock para a estreia do ETF spot da gestora de ativos.
O CEO da BlackRock, Larry Fink, antes um crítico da maior criptomoeda, mudou de lado em entrevista à Fox Business na semana passada, após a aprovação do novo produto da gestora.
Dimon deu de ombros: “Eu não me importo, apenas pare de falar sobre essa ´merda´”, disse Dimon. “Não sei o que ele diria sobre blockchain versus moedas que fazem algo versus Bitcoin que não faz nada – pode ser que não seja diferente de mim.”
Batalha da Coinbase contra SEC
Durante audiência na quarta-feira (17), uma juíza federal de Manhattan, Katherine Polk Failla, desafiou a Coinbase e a SEC em relação às suas opiniões divergentes sobre quando e “se” criptoativos são valores mobiliários. As informações são da agência Reuters.
A Coinbase pediu ao tribunal para anular o processo aberto pela reguladora do mercado de capitais contra a maior exchange cripto dos EUA, acusada de violar as regras da agência.
A corretora cripto argumentou que criptoativos, ao contrário das ações e títulos, não se encaixam na definição de contratos de investimento, uma visão defendida pela grande maioria da indústria cripto.
A juíza perguntou a um advogado da SEC se a definição da agência para valores mobiliários não era muito ampla e poderia ser aplicada a colecionáveis ou commodities, podendo levar a uma ação coletiva da “Beanie Baby”.
Os advogados da SEC disseram que valores mobiliários diferem das compras de itens colecionáveis, como cartões de beisebol ou mesmo as chamadas “Beanie Babies”, em referência a uma tendência da década de 1990 em que americanos compravam essas bonecas com a expectativa de valorização do preço.
A juíza não anunciou uma decisão sobre o caso e ainda vai avaliar algumas questões após a audiência de mais de quatro horas.
Outros destaques das criptomoedas
Donald Trump, em campanha para conseguir ser o republicano que irá disputar a presidência dos EUA com Joe Biden, prometeu que “nunca permitirá” a criação de um dólar digital caso seja eleito. Durante discurso em New Hampshire na quarta-feira (17), o ex-presidente americano disse que a chamada moeda digital do banco central (CBDC, na sigla em inglês) poderia conceder poder excessivo ao governo federal sobre o dinheiro. “(…) Eles poderiam pegar seu dinheiro e vocês nem saberiam que havia desaparecido.”
Na União Europeia, parlamentares chegaram a um acordo provisório sobre partes de um pacote regulatório para combater a lavagem de dinheiro, o que obriga todas as empresas de criptoativos a adotar medidas para checar operações de seus clientes. Sob as novas regras, as plataformas cripto precisam verificar transações de 1.000 euros ou mais, e a regulação introduz passos para mitigar riscos em transferências com carteiras auto-hospedadas. O acordo ainda precisa ser formalmente aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho antes de entrar em vigor, segundo o CoinDesk.
O JPMorgan Chase tem observado um aumento no número de hackers que tentam se infiltrar em seus sistemas, em meio aos esforços de Wall Street para combater crimes cibernéticos, disse Mary Callahan Erdoes, que lidera a divisão de gestão de ativos e patrimônio do banco de investimento. “Os fraudadores estão mais espertos, mais rápidos, mais desonestos, mais maliciosos”, afirmou Erdoes durante painel no Fórum Econômico Mundial, em Davos. “É muito difícil e vai se tornar cada vez mais difícil, e é por isso que estar um passo à frente é realmente o trabalho de cada um de nós.”
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