O mercado de criptomoedas acompanha nesta sexta-feira (3) o mau humor de investidores de ações, que reagem aos balanços negativos de Apple, Amazon e Alphabet, dona do Google. As gigantes de tecnologia sentem os efeitos da queda da demanda, o que ofusca o otimismo com a expectativa de alívio do aperto monetário nos EUA.
Dessa forma, o Bitcoin (BTC) recua 1,5% nas últimas 24 horas, para US$ 23.427,45. Em reais, o BTC perde 1,48%, negociado a R$ 118.889,93, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) registra queda de 1,6%, cotado a US$ 1.641,66, segundo dados do Coingecko.
A principais altcoins operam em direções opostas, entre elas BNB (-2,1%), XRP (-0,5%), Cardano (-0,3%), Dogecoin (-2,2%), Polygon (-3,7%), Solana (-2,5%), Polkadot (+3,6%), Shiba Inu (+2,8%) e Avalanche (-3,6%).
Bitcoin hoje
O cenário mais positivo para a inflação global tem a ajudado a impulsionar os mercados acionários e o Bitcoin, que já subiu 40% neste ano. Mas o impacto dos juros mais altos nos resultados corporativos pode limitar os ganhos.
Após a decisão do banco central americano, que elevou a taxa básica em 0,25 ponto na quarta-feira (1), os volumes de negociação do BTC e do ETH deram um salto.
Cerca de US$ 32 bilhões em bitcoins mudaram de mãos na quinta-feira (2), um aumento de 20% em relação ao dia anterior, mostram dados do CoinDesk. O volume de Ethereum foi 30% maior do que na quarta-feira.
Na temporada de balanços, a MicroStrategy, companhia de software conhecida por suas apostas no Bitcoin, registrou prejuízo de US$ 249,7 milhões no quarto trimestre de 2022. A empresa fundada por Michael Saylor teve perdas contábeis de US$ 197,6 milhões no período devido à desvalorização da maior criptomoeda. A companhia vendeu 704 bitcoins por US$ 11,8 milhões para reforçar o caixa no quarto trimestre, o que resultou em ganhos de US$ 900 mil.
Quem vendeu bitcoins minerados pela primeira vez foi a Marathon Digital, uma das maiores mineradoras de capital aberto. Em janeiro, a empresa vendeu um total de 1.500 BTC para aproveitar o recente rali. A mineradora disse em comunicado na quinta-feira que os recursos foram usados para cobrir parte das despesas.
Já o pool de mineração Luxor está sendo criticado por usuários e desenvolvedores do Bitcoin por ter cunhado um token não fungível dentro da rede da maior criptomoeda do mundo, gerando um bloco gigante de 3,96 MB (megabytes), aparentemente para promover uma futura coleção das artes digitais de um protocolo.
Investimento no Capitual
No Brasil, a fintech de criptoativos Capitual, antiga parceira comercial da Binance no país, recebeu um aporte de 15 milhões de euros da italiana Azimut, uma das maiores empresas de investimento independentes da Europa, informou o Valor. O acordo tem como objetivo capitalizar a startup brasileira para atuar no mercado europeu e prevê a expansão no México, onde a Azimut também atua.
Apesar do aporte na Capitual, startups cripto têm enfrentado mais desafios para levantar recursos. Dados do CoinDesk mostram que fundos de venture capital e outros investimentos no setor despencaram 91% em janeiro, para US$ 548 milhões, comparados a US$ 6 bilhões no mesmo mês de 2022.
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JBS e ataque hacker
A gigante global de alimentos JBS pagou o segundo maior resgate em Bitcoin após um ataque de hackers, segundo novo levantamento da empresa de software de segurança Immunefi divulgado pelo InfoMoney. O caso envolvendo a empresa brasileira veio a público em janeiro de 2021. Na época, a empresa teve seu sistema “sequestrado” e precisou transferir US$ 11 milhões em BTC para os hackers liberarem o acesso. A seguradora CNA Financial, com sede em Chicago, pagou o maior resgate em Bitcoin até hoje, de US$ 40 milhões, para recuperar o controle de seus sistemas.
Investigações na FTX
Em mais um capítulo sobre o colapso da FTX, promotores dos EUA da unidade de fraude do Departamento de Justiça estão investigando as negociações do banco Silvergate Capital com a exchange cripto e com seu braço de trading, a Alameda Research, disseram pessoas a par do assunto à Bloomberg.
A investigação criminal tem como foco as contas do Silvergate vinculadas aos negócios de Sam Bankman-Fried (SBF), fundador da FTX, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas.
E depois de ser proibido de usar o aplicativo Signal e de entrar em contato com funcionários e ex-colegas da FTX, SBF tenta negociar os termos do acordo de sua fiança, que permitiu sua liberdade condicional, de acordo com seu advogado.
Executivos da Tether no radar
Outra empresa na mira de reguladores é a Tether Holdings, que opera a maior stablecoin da indústria cripto, com valor de mercado de US$ 68 bilhões.
Reportagem do The Wall Street Journal revela que os fundadores e proprietários da empresa mostram pouca experiência em finanças comparada ao peso da stablecoin no mercado. Um dos fundadores, Brock Pierce, foi ator mirim e se tornou um dos primeiros investidores em criptomoedas. Antes de entrar no mercado cripto, Giancarlo Devasini, outro fundador e principal acionista, trabalhou com cirurgia plástica e importação de eletrônicos.
De acordo com documentos analisados pelo WSJ que datam de vários anos, quatro executivos controlam 86% da Tether Holdings. A empresa não quis comentar sobre o controle acionário e como o grupo é administrado.
Outros destaques das criptomoedas
A Binance adquiriu uma participação majoritária na corretora de criptomoedas GOPAX, com sede na Coreia do Sul, o que marca o retorno da empresa ao mercado sul-coreano após dois anos. Segundo a Bloomberg, a empresa assumiu uma posição acionária “significativa” na GOPAX, que suspendeu saques de certos produtos em novembro, de acordo com Yibo Ling, diretor de negócios da Binance. O movimento já era esperado pelo mercado.
Avraham Eisenberg, que admitiu manipular negociações na exchange descentralizada Mango Markets e drenar mais de US$ 110 milhões em criptomoedas, agora enfrenta acusações criminais e civis nos EUA. O trader, de 27 anos, compareceu na quinta-feira (2) em um tribunal federal de Manhattan depois de ser preso em 26 de dezembro em San Juan, Porto Rico, segundo o Departamento de Justiça. Eisenberg, que negocia liberdade condicional, enfrenta acusações de fraude de commodities, manipulação do mercado e fraude eletrônica.
Em Nova Jersey, nos EUA, um homem admitiu em um tribunal federal que tentou contratar um assassino de aluguel na dark web ao pagar US$ 20 mil em Bitcoin, de acordo com o New York Times. Seu plano era matar um adolescente de 14 anos por temer seu depoimento contra ele em um caso de pornografia infantil. John Michael Musbach, 31, se confessou culpado na quinta-feira (2) e pode pegar até 10 anos de prisão quando for julgado em 13 de junho.
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