O Bitcoin recua cerca de 1% nesta quinta-feira (5), sendo negociado a US$ 104.812, enquanto importantes altcoins aprofundam as perdas em um dia negativo para ativos de risco, em meio ao início da aplicação de tarifas mais altas dos EUA sobre o aço e à divulgação de indicadores econômicos fracos. Em reais, o BTC é cotado a R$ 592.759, segundo dados do Portal do Bitcoin.
O XRP e o token da rede de contratos inteligentes Solana recuam 2,6% e 2,9%, respectivamente, enquanto a popular memecoin Dogecoin apresenta queda de 3,5%.
“O cenário macroeconômico global não tem ajudado”, afirmou Mark Connors, estrategista-chefe de investimentos da consultoria em Bitcoin Risk Dimensions, ao Decrypt. Ele mencionou a recente escalada da guerra na Ucrânia e as tarifas sobre o aço como “alguns dos obstáculos”.
No entanto, Connors acrescentou que “qualquer movimento dentro de uma faixa de 3% a 5% para o BTC é difícil de atribuir a um único fator”.
Os mercados de criptomoedas vêm apresentando desempenho fraco nas últimas duas semanas, após um rali no início de maio. Isso ocorreu porque o governo Trump não cumpriu a promessa de recuar na guerra comercial e, em vez disso, voltou a adotar uma retórica mais agressiva, ao mesmo tempo em que outras incertezas macroeconômicas voltaram à tona.
A administração aumentou as tarifas sobre o aço e o alumínio. Enquanto isso, o relatório de empregos da ADP mais recente mostrou que os empregadores adicionaram apenas 37 mil vagas em maio nos EUA — bem abaixo da projeção de 115 mil —, e o índice PMI de serviços não industriais, amplamente monitorado, recuou para 49,9%. Foi apenas a quarta vez desde a recessão de 2020 que esse índice caiu abaixo da marca de 50%, que indica estabilidade.
Na quarta-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que a Rússia retaliaria contra a Ucrânia por um ataque devastador com drones ocorrido no início da semana, elevando ainda mais as tensões naquele ponto crítico do cenário geopolítico.
Os mercados acionários tiveram desempenho misto: o Nasdaq, com forte presença de empresas de tecnologia, subiu levemente, enquanto o S&P 500 — que também tem grande peso do setor de tecnologia — permaneceu praticamente estável. O ouro, considerado um ativo de proteção, teve leve queda.
Apesar das quedas generalizadas, o Ethereum acumula valorização de 4% nas últimas duas semanas, mesmo com o Bitcoin e outras criptomoedas em território negativo no período, e já sobe 45% no acumulado do mês.
ETFs que acompanham a segunda maior criptomoeda em valor de mercado atraíram quase US$ 190 milhões em investimentos — superando, de forma rara, os ETFs de Bitcoin.
Em um comunicado publicado na quarta-feira, a market maker de criptoativos Wintermute destacou que “com o dia 9 de julho se aproximando, os investidores otimistas esperam que acordos concretos sejam firmados até lá — caso contrário, o risco de uma nova onda de volatilidade gerada por manchetes continua elevado”.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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