O mercado de criptomoedas consolida os ganhos nesta terça-feira (30), em meio ao menor volume de retiradas no fundo da Grayscale (GBTC) e perspectiva de manutenção dos juros nos EUA. De olho na decisão do banco central americano amanhã (31), traders de ações também aguardam balanços de gigantes de tecnologia em Wall Street.
O Bitcoin avança 2,7% em 24 horas, para US$ 43.403,00, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC sobe 3%, negociado a R$ 215.802,90, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) tem alta de 1,7%, cotado a US$ 2.311,15.
As principais altcoins acompanham a valorização, entre elas BNB (+0,6%), XRP (+1%), Solana (+6,9%), Cardano (+8,5%), Dogecoin (+0,9%), Chainlink (+3%), Avalanche (+4,3%), Polkadot (+2,5%), Polygon (+2,5%) e Shiba Inu (+2,4%). TRON vai na contramão e perde 1,2%
A memecoin WEN baseada na Solana também opera em terreno negativo, em baixa de 20% após o airdrop e a decisão do projeto de “queimar” todos os tokens que sobraram na distribuição.
Bitcoin hoje
O desempenho do Bitcoin foi afetado recentemente pela realização de lucros depois da conversão do trust da Grayscale em um fundo de índice (ETF) que investe diretamente na maior criptomoeda.
Mas, com a estabilização dos fluxos, o BTC está a caminho de avançar pelo quinto mês consecutivo, no que seria a mais longa sequência de ganhos do token desde o rali da pandemia puxado pelos juros baixos, destaca análise da Bloomberg.
Além disso, enquanto fundos cripto ao redor do mundo registraram saída de US$ 500 milhões, os produtos do Brasil captaram R$ 50 milhões, segundo dados da Coinshares referentes ao período entre 20 e 26 de janeiro.
Outro fator que anima investidores é o próximo halving do Bitcoin. Com base em ciclos passados, o fundador e sócio-gerente da Skybridge Capital, Anthony Scaramucci, vê a maior criptomoeda em pelos menos US$ 170 mil após o evento em abril, quando o número de novos bitcoins em circulação cairá pela metade.
No mercado de ETFs, a Invesco e a Galaxy Asset Management reduziram a taxa de seu fundo de Bitcoin à vista de 0,39% para 0,25%, anunciaram os emissores na segunda-feira (29).
Com o corte, a taxa do ETF Invesco Galaxy Bitcoin fica em linha com a comissão cobrada pela maioria dos outros emissores. Apenas Ark e 21Shares, Bitwise e Franklin Templeton oferecem taxas mais baixas em comparação com seus rivais.
A Invesco afirmou no comunicado que pretende seguir com taxas reduzidas nos primeiros seis meses ou até chegar a US$ 5 bilhões em ativos.
Enquanto as gigantes de Wall Street buscam atrair mais investidores para seus ETFs de Bitcoin spot, fundos com exposição direta ao Ethereum devem demorar para chegar ao mercado americano, talvez apenas no fim de 2025 ou começo de 2026, de acordo com relatório da TD Cowen publicado pelo The Block.
Justiça dos EUA mira operação fake de mineração cripto
A Hyperverse, uma plataforma de criptomoedas fraudulenta, conseguiu escapar do radar de autoridades australianas, mas não do xerife de Wall Street. Na segunda-feira (29), a SEC, a CVM dos EUA, e um grande júri acusaram a empresa de investimento online de roubar quase US$ 2 bilhões de investidores ao redor do mundo com a promessa de enriquecimento rápido.
Em um processo e indiciamento de dois de seus líderes, a HyperVerse, que também operava como HyperFund, HyperCapital e HyperTech desde junho de 2020, é acusada de contratar um ator para fazer o papel de CEO, Steven Reece Lewis, cujos currículo e identidade não puderam ser confirmados.
O processo da SEC alega que Sam Lee, australiano que vive nos Emirados Árabes Unidos, e Brenda “Bitcoin Beutee” Chunga, uma promotora do negócio, de Maryland, enganaram os investidores com um “esquema de pirâmide e Ponzi”. Chunga fechou um acordo com a reguladora para arquivar as acusações, disse a agência.
Além de Lee e Chunga, o Departamento de Justiça dos EUA também acusa Rodney Burton, residente de Miami, de ajudar a promover o golpe que prometia retornos elevados por meio de uma operação fake de mineração de criptomoedas.
Outros destaques das criptomoedas
Desenhos supostamente de autoria de Tarsila do Amaral, cuja autenticidade ainda não foi reconhecida pela Justiça, estão sendo comercializados como autênticos no formato de tokens não fungíveis (NFTs), segundo reportagem da Folha de S. Paulo. As 225 obras digitais, que retratam paisagens do litoral brasileiro, estão disponíveis na plataforma da empresa suíça Zeitls por 0,3 ETH cada.
O tradutor Alípio Neto, proprietário dos desenhos, briga na Justiça para certificar a autoria das obras e incluí-las em uma nova edição do catálogo raisonné de Tarsila, mas a comercialização dos NFTs já teria sido autorizada por pelo menos três herdeiros de Tarsila, entre eles Paulo Montenegro, de acordo com a Folha. Questionado pelo jornal, Montenegro disse que não é “expert no assunto”, mas admitiu que, ao autorizar a venda, os herdeiros estariam “reconhecendo a autenticidade” dos desenhos datados da década de 1920.
No começo do mês, a SkyArk Studio anunciou que a Binance Labs – o braço de capital de risco da exchange de criptomoedas – liderou sua rodada de financiamento de US$ 15 milhões, que antecedeu uma enorme emissão de NFTs. No entanto, o grupo de venture capital corrigiu a informação na segunda-feira (29), dizendo que a SkyArk violou o contrato ao usar a marca Binance Labs de forma indevida e esclareceu que o investimento no estúdio foi realizado em 2021 como parte do programa de sua incubadora, e não na rodada recente.
Em outro destaque sobre a Binance, reportagem do Financial Times diz que a plataforma agora permite que traders deixem seus ativos em bancos independentes, o que poderia refletir certa preocupação dos investidores após a multa de US$ 4,3 bilhões aplicada por autoridades dos EUA à corretora cripto. Antes os investidores precisavam manter os ativos na própria exchange ou em uma empresa de custódia parceira da Binance, a Ceffu.
A OKX anunciou que vai oferecer suporte para os tokens Atomicals (ARC-20), Stamps (SRC-20), Runes e Doginals (DRC-20) à sua plataforma, com planos de lançar um marketplace em breve, de acordo com o CoinDesk. A exchange pretende integrar o padrão para a criação de tokens no Bitcoin SRC-20 para a visualização e transferência de padrões de inscrição em 5 de fevereiro, seguido pela integração dos padrões ARC-20, DRC-20 e Runes no fim do mês que vem.
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