O mercado de criptomoedas reduz a volatilidade dos últimos dias, mas apresenta desempenho misto nesta sexta-feira (18). O Bitcoin (BTC) opera com pouca variação nas últimas 24 horas, cotado a US$ 40.729,41, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) sobe 1,5% negociado a US$ 2.809,99.
No Brasil, o Bitcoin está em baixa de 1,1%, cotado a R$ 205.166, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
Em meio a uma semana com aumento dos juros pelo Federal Reserve, impasse nas negociações entre Rússia e Ucrânia e sinais de aceleração da inflação em vários países, o Bitcoin, maior criptomoeda por valor de mercado, ainda mostra alta de 3,3% nos últimos sete dias, enquanto o Ethereum, segunda maior, avança 7,3% no período.
No cenário macro, analistas esperam ganhos limitados para o dólar, o que pode ser positivo para o Bitcoin, segundo análise do CoinDesk, que destaca o baixo volume de negociação da criptomoeda entre as maiores exchanges.
“O dólar americano se valorizou desde que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia, o que não é uma surpresa, já que o dólar tem um histórico de ganhos em resposta a eventos geopolíticos”, destaca um relatório da MRB Partners, uma empresa global de pesquisa de investimentos. “No entanto, essa força geralmente foi seguida por uma fase de consolidação.”
Outras criptomoedas mostram desempenho misto nesta sexta-feira como Binance Coin (+0,7%), XRP (+0,1%), Cardano (-1,5%), Avalanche (+4,1%), Polkadot (+2,1%), Dogecoin (-1,6%) e Shiba Inu (-2,4%).
Guerra Rússia-Ucrânia
Nos últimos eventos da invasão da Ucrânia, mísseis russos atingiram a cidade de Lviv no oeste do país, até então protegida do conflito, noticiou o New York Times. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversa nesta sexta-feira com o líder chinês, Xi Jinping, com o objetivo de dissuadir a China a apoiar o governo russo.
Em audiência ao Comitê Bancário do Senado dos EUA na quinta-feira (17), especialistas em criptomoedas disseram que o mercado é considerado “muito pequeno” para que a Rússia consiga contornar as amplas sanções impostas pelo Ocidente. “Não vimos evidências de que a Rússia ou (Vladimir) Putin usem sistematicamente criptomoedas para evitar as sanções”, disse Jonathan Levin, cofundador da Chainalysis.
Senadores democratas dos EUA apresentaram um projeto de lei na quinta-feira que permitiria ao presidente penalizar empresas estrangeiras de criptomoedas que fazem negócios com entidades russas sancionadas e impedi-las de fazerem transações com clientes americanos, de acordo com a Reuters.
Outros destaques
Risco DeFi: No estudo “DeFi: Shadow Banking 2.0?” publicado pela Bloomberg, Hilary Allen, professora de direito do Washington College of Law da American University, compara as finanças descentralizadas, ou DeFi, a derivativos como o CDS (credit default swap) e títulos lastreados em hipotecas, que estrangularam o sistema financeiro há mais de uma década. Allen destaca que os três instrumentos têm a mesma alavancagem, complexidade e rigidez e alerta para os riscos de instituições financeiras entrarem em DeFi com a oferta de stablecoins, por exemplo, ou juros acima das taxas do mercado.
Distribuição de XRPs: A Ripple, empresa de pagamentos por trás da criptomoeda XRP, anunciou na quinta-feira (17) que vai distribuir 1 bilhão de tokens para acelerar o desenvolvimento de novos casos de uso da blockchain da empresa.
Leia Também
Binance no Brasil: Em artigo publicado pelo Portal do Bitcoin, a contadora Ana Paula Rabello e especialistas comentam como a Binance teria que se adequar à legislação brasileira e o que isso pode significar para os clientes no país após o anúncio do CEO da exchange, Changpeng “CZ” Zhao, de que a corretora irá abrir uma operação oficial no Brasil. Atualmente não se sabe qual é a sede física e domicílio fiscal da empresa, mesmo esta tendo sido alvo de investigação e proibições em vários países.
Regulação, Segurança e CBDCs
Processo contra a Meta: A Comissão Australiana de Concorrência e Consumidores (ACCC, na sigla em inglês) processou a Meta Platforms e a Meta Platforms Ireland por suposta “conduta falsa” ao publicar anúncios fraudulentos com celebridades australianas para promover investimentos em criptomoedas, de acordo com comunicado publicado na sexta-feira. Um porta-voz da Meta em Sydney disse à Bloomberg que não quer que seus anúncios prejudiquem usuários do Facebook e que a empresa vai analisar a queixa da agência.
Alerta da UE: As Autoridades Europeias de Supervisão alertaram para os riscos dos criptoativos, classificados como “um investimento altamente arriscado e especulativo” em comunicado divulgado na quinta-feira. As agências destacam que o alerta vem no contexto da crescente atividade e interesse de consumidores em criptoativos e a promoção “agressiva” desses ativos e produtos relacionados ao público, inclusive por meio das redes sociais.
Segredo nuclear: O casal americano que tentou vender segredos dos submarinos nucleares dos Estados Unidos chegou a pedir US$ 5 milhões pelo material. Ao negociar com um agente disfarçado do FBI, Jonathan e Diana Toebbe conseguiram receber US$ 100 mil em criptomoedas —para então serem presos, pondo fim ao caso, noticiou a Folha.
Exigência do FMI: O Senado argentino aprovou na noite de quinta-feira um acordo de dívida de US$ 45 bilhões com o Fundo Monetário Internacional vinculado a um texto que inclui um dispositivo que desencoraja o uso de criptomoedas, informou o CoinDesk.
Metaverso, Games e NFTs
Listagem da ApeCoin: O Mercado Bitcoin listou na quinta-feira (17) o token ApeCoin da Yuga Labs, dona da coleção de NFTs Bored Apes Yacht Club, que já conquistou celebridades como Neymar e Justin Bieber. Recentemente, a Yuga Labs comprou os direitos autorais da coleção CryptoPunks. Quem comprar ApeCoins poderá votar nas decisões da ApeCoin DAO, uma organização criada para gerir os projetos futuros da comunidade, destacou o Portal do Bitcoin. O token disparou no lançamento e chegou a atingir US$ 39,40, segundo dados da Coinbase e do CoinMarketCap, mas depois reduziu os ganhos.
Informação privilegiada? Nos dias que antecederam a compra dos direitos de propriedade intelectual da coleção Meebits da Larva Labs pela Yuga Labs em 11 de março, mais de 12 endereços na blockchain Ethereum compraram uma grande quantidade de tokens não fungíveis, aponta reportagem da Bloomberg. Em 12 de março, o preço mínimo de venda subiu para 6,134 Ethereum, ou cerca de US$ 15.800, quase o dobro dois dias antes. Especialistas dizem que, devido à confidencialidade e fraca regulação em torno dos NFTs, é difícil saber se houve vazamento de informações antes do negócio. Larva Labs e Yuga Labs não comentaram.
Confusão como atrativo: Em artigo no Financial Times publicado pelo Valor, Tim Bradshaw destaca que, para a maioria das pessoas, o próprio conceito de um NFT – uma obra de arte digital que usa a tecnologia blockchain para comprovar a propriedade – ainda é sentido como impenetrável, e os ares de especulação que o cercam são ainda mais perturbadores. Mas, para operadores de NFTs engajados, muitos dos quais abraçaram o rótulo de “degenerados”, a confusão é simplesmente parte da atratividade.
NFTs no NBB: A Liga Nacional de Basquete entrou no mundo dos NFTs. A primeira ação será no Jogo das Estrelas, mais precisamente no Torneio das Enterradas, patrocinado pela Penalty e que acontece nesta sexta-feira, na Arena 1 do Parque Olímpico, no Rio, noticiou o Estadão.
Identidade digital: O CPQD está lançando o CPQD iD, uma solução de identidade digital descentralizada baseada em tecnologia blockchain, desenvolvida com o objetivo de dar mais segurança à autenticação de pessoas, empresas e também de coisas. O CPQD iD será utilizado no caso de uso a ser desenvolvido pelo Mercado Bitcoin em parceria com o CPQD, Bitrust e ClearSale para avaliar aplicações de uma criptomoeda nacional emitida pelo Banco Central.
Esportes
Torcedores proprietários: Alex Rodríguez, ex-jogador do time de beisebol New York Yankees, destacou as vantagens da tecnologia blockchain durante uma conferência da Futures Industry Association, em Boca Raton, na Flórida. “Com o blockchain, acho que milhões de pessoas no mundo todo mundo terão a oportunidade de serem donas de um time ou pelo menos terem uma pequena participação”, conforme o Tech Times.