Manhã Cripto: Bitcoin (BTC) retoma alta de olho no FED e Casa Branca revela planos de taxar mineração

Banco central dos Estados Unidos deve decidir por subir os juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira (3)
moeda de bitcoin com bandeira dos EUA no fundo

Shutterstock

As maiores criptomoedas operam com ganhos, enquanto as altcoins mostram estabilidade nesta quarta-feira (3), dia de decisão de juros nos EUA. Nas bolsas internacionais, investidores de renda variável apostam em uma pausa no ciclo de aperto monetário nos próximos meses, apesar do aumento dos juros esperado para hoje. 

O Bitcoin (BTC) avança 2,4% nas últimas 24 horas, para US$ 28.713,95, segundo dados do Coingecko.  

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Em reais, o BTC ganha 2,3%, negociado a R$ 144.930,27, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) mostra valorização de2,1%, cotado a US$ 1.871,20.  

As principais altcoins operam sem rumo definido nesta manhã, com destaque para BNB (+0,0%), XRP (-0,6%), Cardano (-0,4%), Dogecoin (-0,0%), Polygon (+2,4%), Polkadot (+0,1%), Shiba Inu (+0,9%) e Avalanche (+0,3%). 

O token PEPE é destaque de baixa, com queda de quase 19% nas últimas 24 horas, apesar de ter disparado 300% em sete dias, segundo o CoinGecko. 

Três traders da criptomoeda-meme conseguiram realizar lucros de mais de US$ 4 milhões em duas semanas, em um mercado de baixa liquidez. 

Bitcoin hoje 

Na terça-feira (2), o Bitcoin voltou a ganhar força depois de dados que mostraram um desaquecimento do mercado de trabalho americano. 

A abertura de postos de trabalho nos EUA caiu pelo terceiro mês seguido em março e as demissões aumentaram para o maior nível em mais de dois anos, de acordo com o relatório JOLTS

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Além disso, investidores também estão preocupados com o impasse do teto da dívida do governo dos EUA e com a saúde do setor bancário americano após a compra do First Republic pelo JPMorgan Chase. 

Diante desse cenário, apesar do consenso de que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, vai decidir por subir os juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta, um número crescente de traders aposta em uma pausa dos aumentos a partir de junho e talvez cortes da taxa básica no fim do ano, segundo pesquisa da Bloomberg. 

Todas as atenções se voltam para o comunicado do FED após a decisão, em buscas de pistas sobre o rumo da política monetária. Caso o presidente do BC americano, Jerome Powell, sinalize mais aperto, é provável que investidores fujam de ativos como ações e o Bitcoin. 

Aposta perdida 

Enquanto traders ajustam as estratégias sobre os juros nos EUA, Balaji Srinivasan, ex-diretor da Coinbase, acaba de perder uma aposta feita em março de que o Bitcoin chegaria a US$ 1 milhão em 90 dias. 

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Mesmo muito distante de US$ 1 milhão, a maior criptomoeda já subiu cerca de 70% este ano, em parte pela rotação de investidores se desfazendo de stablecoins para investir em Bitcoin, aponta o CoinDesk. 

O número de stablecoins em endereços associados a exchanges descentralizadas caiu para o menor patamar em dois anos, em um sinal de maior aversão ao risco. 

Mineração cripto no alvo da Casa Branca 

O presidente dos EUA, Joe Biden, defende aplicar um imposto sobre as operações de mineração de criptomoedas pelos “danos impostos à sociedade”, argumentou o Conselho de Assessores Econômicos (CEA) da Casa Branca na terça-feira (2) em uma publicação online

De acordo com o CoinDesk, o artigo do órgão defende um imposto nos EUA equivalente a 30% dos custos de energia de uma mineradora cripto, uma taxa que poderia encolher os lucros do setor. 

“Atualmente, empresas de ‘criptomineração’ não precisam pagar o custo total que impõem aos outros, na forma de poluição ambiental local, preços mais altos de energia e impactos do aumento das emissões de gases de efeito estufa no clima”, de acordo com a descrição do CEA do chamado imposto de energia de mineração de ativos digitais. 

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Enquanto outras indústrias intensivas em energia seriam isentas do novo imposto, o CEA afirma que “a criptomineração não gera os benefícios econômicos locais e nacionais normalmente associados a empresas que usam volumes semelhantes de eletricidade”. 

Entre as maiores mineradoras cripto dos EUA estão Riot Platforms, Marathon Digital, Cipher Mining, Greenidge Generation, BitDeer e CleanSpark. 

Mineração cripto no Butão 

Enquanto isso, a Bitdeer Technologies, braço de investimentos do Butão listada na Nasdaq, está em busca de investidores para um fundo de até US$ 500 milhões que será usado para desenvolver atividades de mineração cripto verde no reino do Himalaia. 

A captação de recursos com alvo em investidores institucionais começa no final de maio, e tem como objetivo minerar ativos digitais sem emissões poluentes que aproveite a abundante energia hidrelétrica do Butão, de acordo com comunicado divulgado nesta quarta-feira (3) pela Bloomberg. 

Coinbase e Gemni lançam exchanges de derivativos 

Com reguladores nos EUA apertando cada vez mais o cerco, exchanges cripto sediadas no país buscam alternativas nos mercados internacionais. 

Na terça-feira (2), a Coinbase Global, maior corretora cripto dos EUA, lançou a Coinbase International Exchange, ampliando o acesso a ativos digitais para clientes institucionais. A nova plataforma de derivativos cripto da Coinbase segue a aprovação regulatória da Autoridade Monetária das Bermudas (BMA) e vai oferecer inicialmente contratos futuros perpétuos de Bitcoin e Ethereum. 

A exchange Gemini também estreou na terça uma plataforma de derivativos para clientes fora dos EUA, conforme o Wall Street Journal. A nova Gemini Foundation começa oferecendo contratos perpétuos de Bitcoin denominados em Gemini Dollar, a stablecoin criada pela corretora. 

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Futuros perpétuos são um tipo de derivativo cripto que permite contínuas apostas alavancadas em oscilações de preços das moedas digitais, sem datas de vencimento. 

Apenas clientes institucionais fora dos EUA poderão negociar derivativos na Coinbase International. No caso da Gemini, clientes no Reino Unido e na União Europeia também estão excluídos da nova plataforma. 

‘Fintech na frente, DeFi atrás’ 

Análise da Bloomberg aponta que parte da indústria cripto tem migrado para as finanças tradicionais em busca de expansão. 

Essa estratégia de unir Wall Street com as finanças descentralizadas (DeFi) é chamada de “DeFi mullet”, em referência a um estilo de corte de cabelo popular nos anos 80, curto na frente e nas laterais e comprido na nuca. 

Segundo a Bloomberg, esse foi o caminho escolhido pela Hashnote, uma gestora DeFi fundada este ano por um ex-executivo da empresa de trading DRW. A Hashnote permite que investidores institucionais aloquem recursos em uma série de fundos, assim como fariam com uma gestora de ativos tradicional.  

A Hashnote usa diferentes estratégias DeFi, algumas das quais dependem de opções, para gerar retornos. Os produtos da Hashnote são voltados principalmente para investidores “tradicionais” com conhecimento limitado de DeFi. 

Outros destaques das criptomoedas  

Durante o Web Summit, evento que acontece até amanhã (4) na cidade do Rio de Janeiro, a startup Obvius lançou oficialmente uma carteira digital que permite pagar ou receber em cripto sem precisar abrir conta em exchanges de ativos digitais, segundo o jornal O Globo. A carteira digital da Obvius faz a conversão, utilizando PIX e a tecnologia blockchain. O produto é voltado para empresas ou produtores de conteúdo que recebem em criptomoedas e queiram convertê-las em reais. 

Autoridades internacionais fecharam um marketplace online e prenderam quase 300 pessoas que supostamente o utilizavam para comprar e vender fentanil e outros opioides perigosos, assim como outros mercados da “dark web”, informou o Wall Street Journal. A operação durou mais de 18 meses e abrangeu três continentes, disseram autoridades dos EUA na terça-feira (2). 

Os agentes também apreenderam mais de US$ 53 milhões em dinheiro e criptomoedas, além de armas e quase 900 quilos de drogas. Cem vezes mais potente que a morfina, o fentanil é um opioide por trás de uma crise de overdose nos EUA que mata 70 mil americanos por ano.  

Ainda nos EUA, a exchange cripto bitFlyer USA foi multada em US$ 1,2 milhão pelo Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York (NYDFS) por não cumprir os requisitos de segurança cibernética do estado, disse o regulador nesta quarta-feira. 

No entanto, o NYDFS reconheceu os esforços da bitFlyer USA para intensificar a cibersegurança. A corretora apresentou ao regulador um plano de remediação, que visa atender às leis de segurança cibernética do estado até o final do ano.