Manhã cripto: Bitcoin (BTC) pisa no freio e perde os US$ 26 mil; ex-CEO de exchange pega mais de ‘11 mil anos’ de prisão

A exchange turca Thodex deu um calote de mais de US$ 2 bilhões em criptomoedas em 400 mil clientes
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Foto: Shutterstock

As principais criptomoedas perdem terreno nesta sexta-feira (8) em meio ao mau humor de traders de ações, preocupados com crescentes sinais de desaquecimento da economia na Europa e na China. O índice europeu Stoxx 600 recua pelo oitavo dia, na maior sequência de perdas desde 2016, mostram dados da Bloomberg

O Bitcoin (BTC) desacelera os ganhos da madrugada e opera estável nas últimas 24 horas, cotado a US$ 25.822, segundo dados do Coingecko.   

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Em reais, o BTC ainda sobe 0,4%, negociado a R$ 129.259, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

A Binance, maior exchange cripto do mundo, está ampliando sua promoção de negociação com taxa zero para os pares de negociação à vista com o peso argentino, com o real e o rand da África do Sul a partir desta sexta, segundo comunicado no blog da empresa. 

A decisão vem na esteira da queda do volume de trading no mercado de criptoativos, que em agosto atingiu o menor nível do ano, mostram dados compilados pela CCData. O volume combinado no mercado à vista e de derivativos encolheu 11,5%, para US$ 2,09 trilhões, que também é o segundo menor total mensal desde outubro de 2020. 

Jez Mohideen, CEO da Laser Digital, braço cripto da Nomura Holdings, disse à Bloomberg que, com esse baixo volume, as turbulências do mercado e desafios regulatórios, a empresa não vai conseguir dar lucro já em 2024 como havia previsto. 

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Mesmo diante do cenário hostil, uma pesquisa da Coalition Greenwich com 60 gestoras de ativos e hedge funds da Europa e EUA mostrou que quase metade continua interessada na indústria cripto, que deve continuar crescendo nos próximos cinco anos, segundo o levantamento. 

Nesse cenário, Cathie Wood, a gestora popstar de Wall Street, não perde tempo. Sua ARK Investment Management e a 21Shares decidiram mais uma vez sair à frente e lançar um fundo de índice (ETF) com exposição direta ao Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda, que nesta sexta opera em leve baixa de 0,6%, cotada a US$ 1.621,06.  

O pedido foi encaminhado à SEC, a SEC a CVM dos EUA, na quarta-feira (6). A ARK e a 21Shares também estão na fila para lançar um ETF de Bitcoin à vista, enquanto várias empresas têm pedidos para ETFs de futuros de Ethereum. 

Entre as altcoins, o desempenho é misto nesta sexta, com destaque para BNB (+0,4%), XRP (+0,6%), Dogecoin (+0,3%), Cardano (+0,6%), Solana (+1%), Polkadot (+0,5%), Polygon (-2,7%), Shiba Inu (-0,0%) e Avalanche (+0,5%). 

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Token de depósito do JPMorgan 

Prova do interesse de investidores institucionais apesar do longo inverno cripto é o plano do JPMorgan Chase de lançar um token de depósito baseado em blockchain para acelerar pagamentos e liquidações internacionais, disse uma pessoa a par do projeto à Bloomberg. 

O maior banco dos EUA em ativos desenvolveu a maior parte da infraestrutura necessária para executar a nova forma de pagamento, mas só pretende criar o token se o projeto for aprovado por reguladores dos EUA, de acordo com a pessoa, que pediu para não ser identificada. O banco poderia lançar o produto para uso de clientes corporativos menos de um ano após receber autorização, disse a fonte. 

“Os tokens de depósito trazem muitos benefícios potenciais, mas também reconhecemos que os reguladores gostariam de ser cuidadosos e diligentes antes de qualquer novo produto ser desenvolvido e usado”, disse um porta-voz do JPMorgan em comunicado à agência de notícias. 

Plataformas DeFi na mira dos EUA 

De fato, os reguladores americanos não parecem dispostos a dar trégua em meio às inovações de Wall Street. 

A Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC) dos EUA lançou uma ofensiva contra três plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) e sinalizou que mais podem entrar na mira, informou a Bloomberg

A CFTC disse na quinta-feira (7) que as empresas Opyn, ZeroEx e Deridex violaram as regras da agência ao permitir ilegalmente que clientes dos EUA negociassem derivativos de ativos digitais sem registro.  

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A agência reguladora ordenou que as plataformas suspendam as práticas irregulares e impôs o pagamento de penalidades civis de US$ 250 mil, US$ 200 mil e US$ 100 mil, respectivamente. 

Nenhuma das três empresas admitiu ou negou as alegações da CFTC como parte dos acordos. As empresas não responderam de imediato a pedidos de comentários da Bloomberg. 

Diante dessa pressão regulatória, a Coinbase, maior exchange cripto dos EUA, quer focar em mercados com “regras claras” no curto prazo. E entre os escolhidos estão o Brasil, Canadá, Reino Unido, Austrália, Singapura e União Europeia, de acordo com publicação no blog da empresa. 

Outros destaques das criptomoedas  

Mais de 11 mil anos de prisão. Essa foi a sentença imposta a Faruk Fatih Özer, fundador da exchange cripto turca Thodex, que colapsou em abril de 2021. Após suspender as operações naquele mês, a corretora deixou mais de 400 mil clientes sem poder acessar depósitos de US$ 2 bilhões em criptomoedas, de acordo com o CoinDesk.  

Depois de fugir para a Albânia, Özer foi preso em agosto de 2022 com a ajuda de um alerta emitido pela Interpol. A irmã do ex-CEO Serap Özer e seu irmão Güven Özer também receberam a mesma sentença: 11.196 anos, 10 meses e 15 dias, além de uma multa de 135 milhões de liras turcas (cerca de US$ 5 milhões).  

O Lazarus Group, uma organização de hackers norte-coreana, foi responsável pelo roubo de US$ 41 milhões em ativos digitais do cassino online Stake nesta semana, segundo comunicado divulgado pelo FBI. A empresa de jogos de azar apoiada pelo rapper Drake havia informado inicialmente sobre um lote de transações associadas como “transferências não autorizadas” e disse que estava investigando o incidente. 

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Ao compartilhar os resultados de sua própria investigação, o FBI listou endereços de dezenas de carteiras digitais que supostamente contêm os fundos roubados, conforme o Decrypt. O Lazarus enviou os tokens para as redes Bitcoin, Ethereum, Polygon e Binance Smart Chain, disse o FBI. 

O mercado asiático reforça a aposta na web3. Grab, um superaplicativo de transporte com atuação no Sudeste Asiático, incorporou serviços de web3 como pagamentos com tokens não fungíveis (NFTs) e recompensas baseadas em blockchain. Enquanto isso, a Ant Group, fintech do gigante chinês Alibaba, lançou o ZAN, que vai oferecer serviços e produtos baseados em blockchain para desenvolvedores de web3 institucionais e de varejo, informou o The Block