O mercado de criptomoedas opera no vermelho nesta segunda-feira após uma semana de ganhos. O Bitcoin (BTC) mostra baixa de 0,9% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 41.361, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) está parado com -0,1% negociado a US$ 2.912.
No Brasil, o Bitcoin registra queda de 1%, cotado a R$ 208.451, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
Bitcoin e Ethereum acompanharam o desempenho dos mercados acionários na sexta-feira em meio ao maior apetite por risco apesar da tensão geopolítica. Em sete dias, o BTC, maior criptomoeda por valor de mercado, acumula valorização de 8,4%, enquanto o ETF, segunda maior, mostra alta de 14%.
Mas o Bitcoin ainda está longe da máxima de 2022, que foi US$ 47.800 em 1º de janeiro. Para Wilfred Daye, que comanda a Securitize Capital, é improvável que o Bitcoin ultrapasse US$ 46.000 no curto prazo, a menos que aconteça uma “mudança de vibe” no lado macroeconômico. Em entrevista à Bloomberg, Dave disse que, para que essa barreira seja rompida, seria preciso uma maior demanda por ativos de risco e um rali do setor de tecnologia.
Após um começo de perdas, várias criptomoedas começam a valorizar nesta segunda-feira: Binance Coin (+0,1%), XRP (+0,6%), Cardano (+0,3%), Solana (+0,9%), Polkadot (+0,8%), Terra (+3,6%) e Avalanche (+5,4%).
As meme coins estão em pior momento que o restante: Dogecoin (-0,1%) e Shiba Inu (-1,9%).
Guerra Rússia-Ucrânia
A Ucrânia rejeitou a exigência da Rússia para que soldados em Mariupol se rendessem na madrugada desta segunda-feira, noticiou o New York Times. Autoridades acusaram o governo de Moscou de usar as centenas de milhares de pessoas presas na cidade como reféns.
Profissionais do setor de criptomoedas que deixaram a Ucrânia por causa da guerra veem Portugal com mais atrativos do que outros destinos europeus, segundo reportagem da Bloomberg. O país já é considerado um hub cripto ao não cobrar impostos sobre ganhos com moedas digitais, além do custo de vida acessível e clima ameno. Maria Yarotska, de 35 anos, escapou da Ucrânia dirigindo seis dias pela Europa até Lisboa. Agora, pretende expandir seu negócio de blockchain NEAR em Portugal.
Outros destaques
Novos players em mineração: Após instalarem data centers para mineradores de Bitcoin, empresas com acesso direto à eletricidade como a Beowulf Mining Inc. decidiram entrar no ramo de mineração. Com riscos operacionais mais baixos e margens de lucro de até 90%, empresas de energia estão se tornando uma grande força em criptomoedas, mostra reportagem da Bloomberg.
Destinos de viagem: Uma nova pesquisa da Fast Private Jet, uma agente autorizada de jatos particulares, se propôs a mostrar quais capitais globais são as melhores opções para o viajante experiente em criptomoedas que procura gastar em locais e hotéis que aceitam moeda digital como pagamento. Eslovênia lidera a lista, seguida da República Tcheca e Espanha, destaca a Forbes.
Parceria da Euroclear: A empresa de liquidação de valores mobiliários Euroclear anunciou na segunda-feira uma parceria com um consórcio de bancos que desenvolve um sistema de pagamentos para ativos tokenizados, em mais um acordo entre instituições estabelecidas e novatas do setor cripto, informou a Reuters.
Futuro em risco? Em uma longa entrevista à revista Time, Vitalik Buterin, cofundador da blockchain Ethereum, disse estar preocupado com o futuro dos criptoativos. Ele destaca os perigos para investidores muito ansiosos, as altas taxas das transações e ostentação de riqueza por parte de investidores. Buterin espera que a Ethereum se torne a plataforma de lançamento para todos os tipos de experimentação sociopolítica: sistemas de votação mais justos, planejamento urbano, renda básica universal e projetos de obras públicas. Um dos posts recentes de Buterin, por exemplo, defende a criação de um outro tipo de token não fungível (NFT), baseado não no valor monetário, mas em participação e identidade. Leia os destaques da entrevista no Portal do Bitcoin.
Exchanges
Binance na Rússia: O fundador da exchange de criptomoedas ucraniana Kuna, Michael Chobanian, alega que a Binance estaria cooperando com o governo russo, apesar das sanções globais, e que tem feito isso há algum tempo. Em entrevista ao CoinDesk, Chobanian disse que o CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, deve decidir de que lado está após a invasão da Ucrânia pela Rússia no fim de fevereiro. Jessica Jung, porta-voz da Binance, disse: “Preferimos não comentar acusações falsas. Nosso foco é ajudar as pessoas”. Chobanian, que participou de audiência no Comitê Bancário do Senado dos EUA na quinta-feira, também afirmou que a Binance ainda não fez a doação de US$ 10 milhões prometida em comunicado em fevereiro.
Tour do CEO da Binance: O CEO da Binance teve uma intensa agenda no Brasil na semana passada. O executivo concedeu entrevistas aos jornais O Globo e Folha de S. Paulo e ao portal Bloomberg Línea. Não fugiu de assuntos polêmicos, mas foi evasivo sobre as várias denúncias e evidências de compliance e Know Your Customer (KYC) pouco eficientes. A imprensa noticiou um suposto encontro com Luiza Trajano, fundadora da rede Magazine Luiza. O Portal do Bitcoin apurou que esse encontro não ocorreu. CZ se reuniu com outro executivo da empresa.
Aposta contra Coinbase: O gestor de fundos Jim Chanos disse à CNBC que está reduzindo a exposição à exchange de criptomoedas Coinbase, chamando-a de “ação bolha”. Chanos espera compressão de taxas em meio à maior concorrência entre as exchanges de criptomoedas e não acha que a Coinbase vai lucrar este ano.
Regulação, Segurança e CBDCs
Pró-regulação: O setor de criptomoedas tem um novo desafio pela frente: a aprovação de uma legislação que regule os players do mercado no Brasil. Em entrevista ao Estadão, Gustavo Chamati, cofundador do Mercado Bitcoin, diz que a “regulação do mercado cripto não é ruim”, mas necessária. Embora analistas projetem que 2022 será o ano da regulação, Chamati diz que a maturação da indústria de criptoativos passa antes pela educação dos investidores.
Títulos de Bitcoin: A emissão de US$ 1 bilhão em títulos de Bitcoin de El Salvador ” ainda não chegou ao mercado. A volatilidade internacional em consequência da guerra na Ucrânia poderia ser um motivo para o atraso, segundo o CoinDesk. De acordo com o Financial Times, os títulos seriam emitidos por uma estatal de energia, a LaGeo, e não poderiam ser comprados por americanos, pois serão negociados na Bitfinex, que não opera nos EUA. Analistas são céticos em relação a outros países seguirem os passos de El Salvador para o financiamento lastreado em criptomoedas, destaca o FT.
Telegram liberado: O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes revogou no domingo a decisão de suspender o aplicativo de mensagens Telegram no Brasil. Uma delas foi a exclusão de uma mensagem do presidente Jair Bolsonaro, de agosto de 2021, na qual o chefe do Executivo divulgava informações sigilosas de uma investigação sobre uma invasão hacker aos sistemas da Justiça Eleitoral, noticiou o Valor.
Metaverso, Games e NFTs
Avatar de cliente: Com apenas quatro meses no mercado, a operadora digital Nomo procura se destacar pela forma como se relaciona com o consumidor. Em uma jogada de marketing, a empresa criou um NFT com o avatar de um cliente insatisfeito de uma empresa concorrente e o tornou embaixador da marca, conforme a Exame.
Universal compra Bored Ape: A Universal Music anunciou a aquisição de um NFT da coleção Bored Ape Yacht Club por US$ 360 mil, ou 125 ETH. O macaco #5537 vai servir como empresário da banda de NFTs Kingship, formada somente por Bored e Mutant Apes, segundo a Exame.
Esportes
Patrocínio do Vasco: O time entrou em campo contra o Flamengo no domingo já com um novo patrocinador na manga da camisa: o Mercado Bitcoin. A corretora de criptomoedas oficializou no sábado o contrato com o clube cruzmaltino, seis meses depois de estrear o patrocínio de grandes times de futebol com o apoio ao Corinthians, noticiou o Globo.