As maiores criptomoedas disparam nesta terça-feira (24), em um clima de euforia que não se via desde o derretimento dos preços após os colapsos do ecossistema Terra e da FTX.
Os ganhos vêm na esteira da confirmação de uma decisão favorável à gestora Grayscale Investments em sua disputa com reguladores para converter seu fundo em um ETF de Bitcoin à vista e sinais de que a BlackRock pode estar prestes a lançar o mesmo produto no mercado americano.
Após superar a marca de US$ 35 mil em poucos minutos pela primeira vez desde 2022, o Bitcoin sobe 13% em 24 horas, para US$ 34.414,42, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC tem alta de 11,4%, negociado a R$ 171.211,38, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) avança 9,4%, cotado a US$ 1.829,98.
As principais altcoins embarcam no rali, com destaque para BNB (+5%), XRP (+4,4%), Solana (+7,1%), Cardano (+7,8%), Dogecoin (+6,2%), TRON (+3,1%), Toncoin (+3,2%), Polygon (+5,6%), Polkadot (+8,1%), Chainlink (+3,6%) e Shiba Inu (+4,9%).
Investidores voltam a ter apetite pelas criptomoedas-meme, em meio ao salto das taxas na rede Ethereum, com o token PEPE em alta de 30% em 24 horas.
Bitcoin hoje
O Tribunal de Apelações dos EUA emitiu sua decisão final para que a SEC, a CVM dos EUA, revise o pedido de um fundo de índice (ETF) de Bitcoin à vista da Grayscale.
“De acordo com a sentença de 29 de agosto de 2023… este constitui o mandato formal deste tribunal”, escreveu o secretário do Tribunal de Apelações, Mark Langer, em documento registrado na segunda-feira (23).
A SEC tinha 45 dias para recorrer da decisão, mas não o fez.
A Grayscale, que administra o Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), o maior fundo de Bitcoin do mundo, questionava a recusa da SEC em permitir a conversão de seu produto em um ETF, já que o regulador já havia aprovado fundos atrelados a contratos futuros de BTC.
De acordo com o Decrypt, embora a SEC ainda possa negar o pedido da Grayscale, precisaria encontrar uma nova razão para isso não relacionada à sua justificativa anterior: que o mercado de futuros de Bitcoin não está suficientemente conectado ao mercado à vista (spot).
Outro dado que animou traders: a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, já tem seu ETF de Bitcoin à vista listado na DTCC, entidade que processa operações de liquidação e compensação nos mercados americanos.
Segundo publicação no X do analista de ETFs da Bloomberg Intelligence, Eric Balchunas, o produto da BlackRock está listado com o símbolo IBTC.
Leia Também
Embora o ETF da BlackRock ainda não tenha sido aprovado, Balchunas vê grandes chances de um lançamento iminente.
O Bitcoin já acumula alta de 105% no acumulado deste ano, embora ainda esteja distante do pico de US$ 69 mil visto em 2021, mostram dados da Bloomberg.
Dados da CoinGlass indicam que US$ 387 milhões em posições de trading, na maioria de investidores que apostavam na baixa, foram liquidadas em 24 horas.
Ações de empresas do setor de criptoativos também foram beneficiadas pelo otimismo, com o papel da Coinbase em alta de 135% neste ano, embora a Ark Invest, da gestora popstar Cathie Wood, tenha aproveitado o rali para se desfazer de parte de suas posições na exchange americana e no fundo GBTC.
Negociações de credores da FTX
Advogados conseguiram fechar um acordo para pagar credores fora dos EUA com fundos na extinta FTX.com, segundo o CoinDesk.
O acordo prevê a recuperação de 90% dos ativos restantes, não o valor inicial investido, e agora advogados que representam alguns credores buscam atrair um número suficiente desses investidores para concretizar a proposta.
Ainda não se sabe o valor exato que será devolvido após a conclusão do processo de recuperação judicial da corretora.
Os promotores que conduzem as acusações no processo contra o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, estão de folga e pretendem retomar o julgamento na próxima quinta-feira, 26 de outubro. Eles esperam ouvir mais duas testemunhas: um cliente e um investidor da FTX.
Por outro lado, a defesa de Bankman-Fried pretende chamar o especialista financeiro e consultor Joseph Pimbley para comentar as finanças da Alameda Research, o braço de trading do grupo, que também colapsou em novembro passado.
Outros destaques das criptomoedas
Jonathan Farnell, especialista em conformidade que foi chefe da Binance no Reino Unido antes de assumir o comando da subsdiária Bifinity, renunciou ao cargo. Registros corporativos do Reino Unido e o histórico da carreira de Farnell no LinkedIn sugerem que o executivo deixou a Binance Markets Limited no final de setembro.
“Gostaríamos de agradecer a Jonathan por suas contribuições e desejar-lhe tudo de melhor em seu próximo desafio”, disse um porta-voz da Binance ao The Block. Farnell não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
A Prosegur planeja instalar um “bunker” em São Paulo para a custódia de carteiras físicas de criptoativos, ou “hardware wallets”, de acordo com o Valor Econômico. A Prosegur já possui um bunker cripto em Madri, sede da empresa. Um dos objetivos é oferecer um ambiente seguro para que entidades reguladas se protejam contra hackers.
Richard Sanders, fundador da CipherBlade, especializada em investigações de blockchain, disse que a nova administração roubou os ativos de sua empresa, falsificou assinaturas e levou itens de sua casa, de acordo com uma denúncia aberta na semana passada. Sanders fundou a CipherBlade na Pensilvânia, em 2019. Mas as irregularidades teriam começado em 2022, depois de uma viagem do executivo à Ucrânia para se voluntariar em investigações sobre criptoativos, de acordo com o processo.
- Quer ganhar mais com Ethereum? Abra sua conta no Mercado Bitcoin, a corretora mais segura do Brasil, e comece a fazer staking agora mesmo