O mercado criptomoedas é marcado por perdas nesta sexta-feira (19), em contraste com a valorização dos índices futuros das bolsas em Nova York, impulsionados pelo cenário positivo para o setor de chips.
Em meio às saídas do fundo da Grayscale, o Bitcoin cai 2,4% em 24 horas, para US$ 41.380,78, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC recua 3%, negociado a R$ 205.788,39, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB).
Em uma novidade no mercado brasileiro, a B3 planeja ampliar o horário do pregão para derivativos do Ibovespa e futuros de Bitcoin até o fim do ano.
O Ethereum (ETH) tem baixa de 1%, cotado a US$ 2.489,70.
A sexta-feira também é de queda para as principais altcoins, entre elas XRP (-2,2%), Solana (-3,7%), Cardano (-2,9%), Dogecoin (-2,3%), Avalanche (-4,2%), Polkadot (-2,5%), Polygon (-1,3%) e Shiba Inu (-1,8%). Chainlink (+1,4%), BNB (+0,7%) e TRON (+0,2%) conseguem se manter em terreno positivo.
Bitcoin hoje
Em meio à realização de lucros, o Bitcoin caiu para o nível mais baixo desde meados de dezembro e eliminou aos ganhos acumulados desde janeiro. Em sete dias, as perdas já encostam em 10%, mostram dados do CoinGecko.
“Esse tipo de correção após uma valorização significativa é normal para o Bitcoin”, disse à Bloomberg Greg Moritz, cofundador do hedge fund cripto AltTab Capital.
Além disso, o Bitcoin está sob pressão de investidores saindo do Grayscale Bitcoin Fund (GBTC), com US$ 25 bilhões em ativos, que foi convertido em um fundo negociado em bolsa (ETF).
Dados do JPMorgan indicam que o GBTC já registrou saídas de US$ 1,5 bilhão, e o banco alerta que o fundo pode sofrer ainda mais perdas.
“Se a estimativa anterior de US$ 3 bilhões se provar correta e dado que US$ 1,5 bilhão já saiu, então poderá haver mais US$ 1,5 bilhão ainda para deixar o espaço do Bitcoin por meio da realização de lucros no GBTC, colocando assim ainda mais pressão sobre os preços do BTC nas próximas semanas”, disseram em nota analistas da equipe do JPMorgan liderada por Nikolaos Panigirtzoglou.
As saídas do GBTC também pressionam o fundo para reduzir as taxas, disseram, reiterando sua visão de que a comissão atual de 1,5% é “muito alta” em comparação com outros ETFs de Bitcoin à vista.
Novo ETF de Bitcoin spot
Após uma semana de negociações, os ETFs de Bitcoin à vista ultrapassaram os fundos de índice atrelados à prata no mercado americano em termos de ativos sob gestão, segundo o The Block, com o novo produto da BlackRock já com US$ 1 bilhão na carteira.
De olho no grande interesse de investidores, a empresa de serviços financeiros Venture Smart Financial Holdings Limited, com sede em Hong Kong, planeja lançar seu fundo spot de Bitcoin no primeiro trimestre, com uma meta de US$ 500 milhões em ativos sob gestão até o final do ano, de acordo com a Bloomberg.
A empresa, que afirma ser a primeira gestora de ativos virtuais aprovada em Hong Kong, ainda não apresentou o pedido para lançar o ETF à Comissão de Valores Mobiliários e Futuros da cidade.
Nos EUA, a SEC adiou até 5 de março a decisão sobre a proposta da Fidelity para colocar no mercado um ETF com exposição direta ao Ethereum, de acordo com documento divulgado na quinta-feira (18).
A gestora apresentou sua proposta para lançar o Fidelity Ethereum Fund em novembro, e usou como argumento uma decisão judicial na qual a postura da SEC em não permitir ETFs de Bitcoin à vista foi questionada, já que a agência já havia liberado a negociação de fundos de futuros de BTC.
Outros destaques das criptomoedas
Uma autoridade do Departamento do Tesouro dos EUA diz que o Congresso do país precisa avançar na regulamentação do mercado de criptoativos para evitar uma nova crise. Em evento organizado na quinta-feira (19) pela Faculdade de Direito da Universidade George Washington, o secretário adjunto do Tesouro para Instituições Financeiras, Graham Steele, destacou que regras costumam ser criadas após uma crise financeira, como foi o caso da Lei Dodd-Frank, em 2010.
“Ao mesmo tempo, é fundamental que quaisquer propostas legislativas não prejudiquem as já robustas bases regulatórias que se aplicam a instituições financeiras e mercados de capitais”, acrescentou.
Na China, o governo criou um grupo de trabalho para promover a padronização do setor de metaverso, de acordo com comunicado do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação compartilhado pelo The Block nesta sexta-feira (19). O grupo é formado por gigantes da tecnologia chineses, como Huawei, Ant Group, Tencent, Baidu, NetEase e Sense Time.
O ministério destacou em documento divulgado em setembro que o desenvolvimento de normas básicas, como a terminologia do metaverso e a arquitetura de referência, poderia facilitar o consenso entre participantes desse mercado.
Na Meta, dona do Facebook e do Instagram, outro grupo de trabalho agora foca no campo da inteligência artificial generativa, abrindo caminho para um potencial rival do ChatGPT. “Chegamos à conclusão de que, para construir os produtos que queremos, temos que trabalhar em prol da inteligência geral”, disse o CEO Mark Zuckerberg, em entrevista publicada quinta-feira (18) no The Verge.
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