Manhã cripto: Binance suspende depósitos em dólar australiano; SBF é alvo de novo processo da FTX

Binance sofre um revés nesta quinta-feira (18) ao perder o parceiro que processava suas transferências bancárias na Austrália
Logo da Binance

(Imagem: Shuttestock)

Mesmo marcado pela baixa liquidez, o mercado de criptomoedas opera no azul nesta quinta-feira (18), em linha com o maior otimismo de investidores de ações, focados nos últimos dias nas negociações para elevar o teto da dívida americana, que dão sinais de avanço. 

Embora a temática seja repetitiva e a possibilidade de um default remota, se o governo americano ficar sem dinheiro para pagar suas obrigações o impacto nos mercados pode ser devastador e atingir várias classes de ativos, incluindo as criptomoedas. 

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Não é à toa que as emissoras das maiores stablecoins estão diversificando suas reservas para se proteger de um possível calote dos EUA. 

A Tether, emissora da USDTvai investir 15% de todo seu lucro em Bitcoin, enquanto a Circle, que opera a USDCestá transferindo para o portfólio US$ 8,7 bilhões em acordos de recompra (conhecidos pela sigla repo) administrados pela BlackRock. 

Após cair abaixo de US$ 26 mil, o Bitcoin (BTC) avança 1,9% nas últimas 24 horas, para US$ 27.366,69, segundo dados do Coingecko.  

Em reais, a maior criptomoeda sobe 1,8%, cotada a R$ 136.175,45, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

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O Ethereum (ETH) opera com ganho de 1%, negociado a US$ 1.825,88.  

Segundo reportagem do Financial Times, cinco emissoras de fundos de índice pediram registro para ETFs de futuros de Ethereum na semana passada: Grayscale Investments, Direxion, Roundhill Investments, Bitwise e Kelly Strategic Management, embora esta última tenha cancelado sua solicitação. 

A SEC, a CVM dos EUA, já autorizou ETFs de futuros de Bitcoin, embora tenha rejeitado registros de fundos de índice de BTC à vista, alegando risco de manipulação e fraude, de acordo com o FT. 

Aliás, a Grayscale, controlada pelo Digital Currency Group (DCG), alertou investidores que uma equipe de especialistas da SEC disse em uma carta com comentários à gestora que o token Filecoin se enquadra na definição de valor mobiliário, embora a análise ainda não represente uma opinião formal da agência, informou o The Block

A SEC pediu que a Grayscale retire seu pedido de registro para o fundo Filecoin Trust. 

Já a Ripple, empresa de blockchain também em disputa com a reguladora americana em torno de seu token XRP pelo mesmo motivo, fechou a compra da empresa de custódia cripto Metaco por US$ 250 milhões.  

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GALA é destaque negativo, em queda de 3,8% nas últimas 24 horas, mesmo depois de a Gala Games ter anunciado uma “queima” de quase 21 bilhões de tokens no valor de US$ 637 milhões no momento da transação, conforme o Decrypt

Dogecoin mostra pouca variação, mas tokens criados na rede elevaram o volume de transações diárias para nível recorde. 

Outras altcoins também são negociadas no azul nesta quinta, entre elas BNB (+1%), Cardano (+2,4%), Solana (+0,8%), Polygon (+2,2%), Polkadot (+2,1%), Shiba Inu (+0,9%) e Avalanche (+1,4%). 

Binance na Austrália 

O braço da exchange cripto Binance na Austrália sofreu um revés nesta quinta-feira depois que a plataforma local perdeu o acesso a alguns serviços de depósito em dólares australianos e alertou sobre a interrupção dos saques por transferência bancária, informou a Bloomberg

A Binance Austrália tuitou que não pode mais oferecer os chamados depósitos PayID devido a medidas tomadas por um provedor de pagamento terceirizado.  

Um porta-voz disse que os depósitos em dólares australianos por meio de transferências bancárias não estão mais disponíveis para usuários da Binance na Austrália e que os saques por transferência bancária também serão afetados. 

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Os clientes ainda podem usar cartões de débito e de crédito para as transações. 

“Estamos trabalhando duro para encontrar um provedor alternativo para continuar oferecendo depósitos e saques em AUD para nossos usuários”, disse a Binance Austrália. 

Também no radar de reguladores nos EUA, a Binance.US desistiu de comprar a plataforma de crédito cripto Voyager Digital. Sem interessados, a Voyager informou que vai liquidar as operações e que os clientes devem receber 35% de seus depósitos, segundo a Reuters. 

Novo processo contra Bankman-Fried 

A equipe que supervisiona o processo de recuperação judicial da FTX, da Alameda Research e as mais de 100 outras empresas afiliadas ao império falido de Sam Bankman-Fried estão processando o ex-CEO da FTX, o cofundador da FTX Gary Wang e o ex-executivo sênior da FTX Nishad Singh sobre o que, segundo o novo comando, foi uma aquisição extremamente cara apenas algumas semanas antes da implosão da exchange, segundo o The Block

Em uma ação movida no Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito de Delaware na quarta-feira (17), a atual liderança da FTX alega que Bankman-Fried e outros executivos sabiam que a Alameda Research, o braço de trading também de propriedade de Bankman-Fried, estava insolvente quando finalizou um acordo de quase US$ 250 milhões para comprar a plataforma de compensação de ações Embed. 

Enquanto isso, o U.S. Trustee, uma divisão do Departamento de Justiça dos EUA, pediu novamente que seja conduzida uma investigação independente da FTX. 

Outros destaques das criptomoedas   

O MB (Mercado Bitcoin) fechou um consórcio com a bandeira de cartões Mastercard, a registradora Cerc e com a Sinqia, fintech de software financeiro, para participar dos testes do real digital desenvolvidos pelo Banco Central, segundo o Valor Econômico.  

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“O consórcio endereça as três vertentes dada a diversidade dos parceiros, com foco em testar os itens priorizados pelo Bacen para essa etapa, como interoperabilidade, privacidade e segurança da rede”, disse Reinaldo Rabelo, CEO do MB. 

Enquanto isso, a Microsoft apresentou na terça-feira (16) uma tecnologia para liquidação de ativos tokenizados que visa criar uma ponte entre o real digital e redes blockchain externas fora do controle do BC, como o Ethereum, conforme o InfoMoney

De acordo com a reportagem, “o objetivo é contribuir para que o real digital seja ‘agnóstico’ — ou seja, que possa funcionar em qualquer ambiente, seja em sua rede oficial quanto em sistemas financeiros de nova geração usados pelas criptomoedas”.