Imagem da matéria: Maior corretora de criptomoedas da Índia, comprada pela Binance, é investigada por lavagem de US$ 350 milhões
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O ministro das Finanças da Índia, Pankaj Chaudhary, revelou na terça-feira (2) que a corretora de criptomoedas WazirX, comprada pela Binance em 2019, está sendo investigada pelos crimes de lavagem de dinheiro e violações das leis cambiais pela Diretoria de Execução, uma organização multidisciplinar do Ministério que investiga violações deste gênero.

A informação chega em meio à acusações similares contra a Binance. A corretora pode ter sido usada para lavar bilhões de dólares em fundos ilícitos nos últimos cinco anos, de acordo uma investigação da agência de notícias Reuters. Aqui no Brasil, o Banco Central acendeu o alerta sobre a existência de riscos nesse sentido na corretora.

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De acordo com o The Economic Times, a WazirX, que é considerada a maior do país, está sendo investigada por supostamente facilitar a lavagem do equivalente a U$ 350 milhões (em rupias indianas) – o equivalente a cerca de R$ 1,8 bilhão – de origem ilícita na sua plataforma.

Segundo disse Chaudhary em uma nota enviada ao parlamento indiano, a corretora é investigada em dois casos diferentes por violar a Lei de Gerenciamento de Câmbio de 1999 (FEMA).

“Em um dos casos, a investigação feita até agora revelou que uma plataforma indiana de troca de criptomoedas, WazirX, operada pela Zanmai Labs Private Limited na Índia, estava usando a infraestrutura murada da exchange Binance baseada nas Ilhas Cayman. Descobriu-se que todas as transações cripto entre essas duas exchanges não estavam sendo registradas na blockchain e, portanto, estavam envoltas em mistério”, escreveu o ministro.  

Neste cenário, o órgão enviou a WazirX um ‘Aviso de Justificativa’ cobrando explicações sobre a remessa de criptomoedas no valor de U$ 350 milhões para carteiras desconhecidas.

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O The Economic Times também ressaltou que o ministro chamou atenção para outro caso, no qual a WazirX permitiu a conversão de criptomoedas em sua plataforma por usuários estrangeiros.

A confirmação veio depois que membros do parlamento indiano questionaram o Ministério das Finanças se exchanges que atuam no país permitiam ou não que investidores de outros países  fizessem transações em suas plataformas sem precisar seguir as normas padrões de conformidade, como o KYC.

Chaudhary disse reconhecer que criptomoedas e tokens não fungíveis (NFT) são sem fronteiras por definição, mas que exigem “colaboração internacional para evitar a arbitragem regulatória”.

Pressão no mercado cripto indiano

Essa não é a primeira vez que as autoridades indianas estranham as operações da corretora WazirX. 

Em julho do ano passado, o Ministério de Finanças já havia enviado uma advertência similar a  WazirX, exigindo detalhes sobre transações suspeitas de criptomoedas no valor de US$ 382 milhões, segundo o CoinDesk.

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Apesar de a Chainalysis ter informado que a Índia era o segundo país que mais utilizava criptomoedas, a crescente pressão fiscal no país e o atual mercado de baixa fizeram com que algumas empresas migrassem para regiões mais favoráveis, como Dubai e Singapura.

Recentemente, Nischal Shetty e Siddharth Menon, cofundadores da WazirX, mudaram-se para Dubai com suas famílias, de acordo com o jornal Indian Express.

Muitas empresas migraram para os Emirados Árabes Unidos, principalmente para Dubai, devido à sua natureza favorável à cripto. Dubai criou diversas zonas livres de impostos que emitem licenças para empresas de criptomoedas.

Ao criar a sede de uma empresa nessas zonas livres de impostos em Dubai, também é possível obter um visto de residência.

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