A LocalBitcoins, que nas últimas semanas tem tido uma crescente alta no volume de negociação de bitcoin no Irã, segundo dados da Coin.Dance, deixou de oferecer o serviço a usuários do país.
A plataforma é considerada a mais popular entre os usuários do bitcoin que utilizam o meio peer-to-peer para negociar.
A exchange, cuja sede fica em Helsinque, capital da Finlândia, não disse por que os iranianos estão sendo excluídos de seus serviços, embora as sanções dos EUA sejam quase certamente a causa, disse a Coindesk.
Segundo o site, a notícia apareceu pela primeira vez no início da semana em grupos do Telegram. No idioma local, os usuários relataram que a plataforma havia bloqueado os iranianos.
À princípio, os relatos foram sobre dificuldades em registrar novas ofertas, bem como em atualizar as que já haviam sido lançadas.
A cópia de uma print que circula nas redes sociais, foi reproduzida pela Coindesk. Nela, consta o seguinte.
“Infelizmente, a LocalBitcoins não está disponível na região selecionada. Se você já possui uma conta, poderá retirar seus bitcoins, mas não poderá usar a plataforma para negociação. Pedimos desculpas pelo inconveniente”.
Conforme a reportagem, os primeiros relatos de revolta já começaram a surgir, como no caso do operador de bitcoin, Soroush Hakimi. À Coindesk, ele desabafou.
“Como eu negociava volumes relativamente altos, a LocalBitcoins era a minha melhor opção porque eu podia encontrar boas ofertas com pessoas reais”, disse.
Ele acrescentou que sua preferência pela LocalBitcoins é porque as taxas nas exchanges locais são desfavoráveis em muitos casos, enquanto o volume total de criptoativos é baixo.
“Você mal consegue encontrar dois bitcoins para venda em qualquer dia”, explicou o operador.
Procurada pela reportagem para esclarecer sobre a proibição de negociação de bitcoin naquele país, a LocalBitcoins não se manifestou. No entanto, a Coindesk afirma que várias pessoas tiveram como resposta que a decisão foi devido a riscos, sem maiores detalhes.
Proibição pode aumentar fraudes
Milad Jahandar, CEO da fintech iraniana Bahamta, acredita que a proibição pode contribuir no aumento de fraudes no comércio relacionado ao bitcoin.
“Os usuários serão forçados a recorrer a transações cara a cara e confiar uns nos outros, o que aumenta os riscos de fraude, prejudica a comunidade local e atrasa a adesão ao bitcoin”, disse.
Decisão ofende natureza do bitcoin
Jahandar também acredita que a exclusão de usuários de qualquer país por razões políticas contraria a natureza descentralizada do bitcoin.
“Bitcoin é uma rede global que não conhece fronteiras, cores ou etnias. Então, quando uma exchange proíbe usuários iranianos, ela está basicamente reduzindo suas aplicações para as moedas fiduciárias”.
Compre Bitcoin na Coinext
Compre Bitcoin e outras criptomoedas na corretora mais segura do Brasil. Cadastre-se e veja como é simples, acesse: https://coinext.com.br