Após prender quatro suspeitos de ter hackeado o celular de Sérgio Moro nesta quarta-feira (24), o juiz Vallisney de Souza Oliveira quer saber se os envolvidos têm investimentos em criptomoedas.
Segundo O Antagonista, as corretoras Foxbit, Braziliex e Mercado Bitcoin, serão notificadas e devem repassar à Polícia Federal e Ministério Público se os suspeitos fizeram movimentações na plataforma desde janeiro de 2018 até hoje.
Na casa de um dos presos na operação, Gustavo Henrique Elias Santos, foram apreendidos celulares, notebook e R$ 100 mil em dinheiro. Segundo a defesa, a origem do dinheiro pode ser provada.
“O Gustavo é DJ e, segundo ele, estava operando compra e venda de bitcoin. Ele inclusive me autorizou a dizer isso por que tenho como comprovar a origem do dinheiro que tem na minha casa”, afirmou ao G1.
Essa tem sido uma prática cada vez mais comum nos processos no Brasil. As exchanges recebem todos os dias notificações da Justiça para verificar se determinada pessoa tem fundos em dinheiro ou em criptomoedas nas plataformas.
Hackers, Moro e Bitcoin
A Polícia Federal na terça-feira (23) prendeu quatro suspeitos de invadido o celular do Ministro da Justiça Sergio Moro. Entre eles estão três homens e uma mulher: Walter Delgatti Neto, Danilo Cristiano Marques e Suellen Priscila de Oliveira.
No entanto, um deles teve sua identidade revelada após uma matéria veiculada pelo Jornal Nacional. O DJ Gustavo Henrique Elias Santos teve de justificar os R$ 100 mil encontrados em sua casa.
A declaração da defesa de Santos, de que o dinheiro vinha de operação de compra e venda de Bitcoins acabou fazendo com que o juiz Vallisney de Souza Oliveira da 10ª Vara Federal do Distrito Federal (TRF1) mandasse notificar as três das principais exchanges brasileiras a prestar informação à PF e ao MPF para saber se quatro suspeitos presos possuem alguma carteira de criptomoedas junto à essas empresas.
O inquérito está sendo conduzido pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, que, em 2005 e 2006, presidiu o inquérito do mensalão.
As prisões
De acordo com informações do G1, a Polícia Federal cumpriu prisões em nas cidades paulistas de Araraquara, São Paulo e Ribeirão Preto. Os mandados de prisão temporária foram expedidos pelo juiz da 10ª Vara Federal do Distrito Federal. Os presos foram transferidos para Brasília.
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Além de serem suspeitos pelo envolvimento no hackeamento do celular de Moro, os presos estão sendo investigados sobre a invasão nos celulares do desembargado Abel Gomes; do Juiz Federal Flávio Lucas; e dos delegados da Polícia Federal de São Paulo e de Campinas, Rafael Fernandes e Flavio Vieitez Reis.
Segundo informações do R7, a mulher suspeita de estar envolvida no hackeamento do celular do ministro da justiça se chama Suelen Priscila de Oliveira. Ela que possui renda mensal de R$ 2.192, teria movimentado entre os dias 07 de março e 29 de maio desse ano, cerca de R$ 203 mil.
Algo semelhante ocorreu com Santos. O DJ que fatura por mês R$ R$ 2.866, teria movimentado, apenas nos últimos dois meses, R$ 424 mil.
Essa movimentação do casal fez com o Juiz da 10º Vara Federal de Brasília levantasse suspeita.
“Diante da incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal de Gustavo e Suelen, faz-se necessário realizar o rastreamento dos recursos recebidos ou movimentados pelos investigados e de averiguar eventuais patrocinadores das invasões ilegais dos dispositivos informáticos (smartphones)”.
Sérgio Moro se manifestou
No Twitter, o juiz Sérgio Moro parabenizou a Polícia Federal, MPF e a Justiça e disse que os suspeitos estão envolvidos em várias espécies de crime.
Para finalizar, cita a decisão do juiz do caso onde diz ter havido “5.616 ligações efetuadas pelo grupo com o mesmo modus operandi e suspeitas portanto, de serem hackeamentos. Meu terminal só recebeu três. Preocupante.”
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