A Justiça de São Paulo condenou o jogador de futebol Willian “Bigode” a ressarcir o ex-colega Mayke em R$ 4.583.789,31 investidos em uma pirâmide financeira que prometia retornos por meio de investimentos em criptomoedas. A decisão é do juiz Christopher Alexander Roisin, da 14ª vara Cível de São Paulo, e ainda cabe recurso às partes, conforme informa o portal da ESPN.
Ambos eram colegas de Palmeiras quando Bigode convenceu Mayke a investir a quantia de R$ 4,5 milhões na Xland, uma empresa que pagaria retornos por meio de investimentos em criptomoedas. A companhia parou de pagar e o caso veio à tona quando Gustavo Scarpa, outro atleta do Palmeiras (atualmente no Atlético Mineiro), revelou ter caído no golpe e passou a publicamente responsabilizar Bigode (hoje jogador do Santos).
Os investimentos dos jogadores na Xland eram feitos por meio de intermediação da WLJC, uma empresa controlada por Bigode, sua esposa e uma outra sócia.
Agora, a condenação na Justiça de São Paulo estipula que tanto a pessoa jurídica da WLJC, quanto Willian, Loisy Siqueira (esposa do jogador) e Camila Fava (sócia) paguem os prejuízos sofridos por Mayke. Também foram condenados Gabriel de Souza Nascimento e Jean do Carmo Ribeiro, sócios da Xland.
Desde o começo do processo, Mayke não tem falado publicamente, mas Scarpa não tem poupado seu ex-colega Willian Bigode das críticas.
Desta vez não foi diferente e, após a condenação, Scarpa publicou em seu Instagram: “Uma coisa que me deixa decepcionado demais é ver pilantra usando o nome de Deus para justificar suas pilantragens. Todos nós, homens, temos pelo menos uma oportunidade na vida de demonstrar o tamanho da nossa hombridade e caráter. Uns aproveitam, outros se escondem na religião e mostram o tamanho da hipocrisia e falsidade em que vivem. Seja homem e assuma suas responsabilidades. Seja homem e assuma seus B.O.s. Ótimo 2025 pra nós”.
Em outra publicação, Scarpa publicou um print com uma reportagem sobre a condenação e escreveu: “Continuar orando”. Trata-se de uma referência a um episódio do caso, no qual Scarpa reclamou do sumiço do dinheiro e Bigode disse que não tinha mais controle e que agora só restava orar.
Scarpa acreditou na promessa de rendimentos de até 5% ao mês
O caso veio à tona em março de 2023 quando os jogadores Mayke e Gustavo Scarpa procuraram a Justiça de São Paulo para tentar reaver cerca de R$ 11 milhões em investimentos feitos em 2022 na Xland através da WLJC, empresa de Willian “Bigode”.
A WLJC prometia rendimentos de 3,5% a 5% ao mês em supostos investimentos em criptomoedas. No entanto, quando os clientes tentaram resgatar seus fundos, entre agosto e outubro de 2022, não tiveram sucesso.
Willian “Bigode” foi apontado como um dos proprietários da WLJC e o responsável por convencer os colegas de Palmeiras a colocarem dinheiro no negócio. Na época, Bigode, que confirmou que Gabriel Nascimento, dono da Xland, afirmava a clientes que a empresa mantinha R$ 2 bilhões em pedras preciosas como garantia, também disse ter sido vítima no negócio e que teria perdido cerca de R$ 16 milhões.
Enquanto Willian Bigode nega que tenha enganado os atletas, os dois pedem na Justiça o bloqueio de 30% de seus salários no Santos. Para o delegado Glaucius Vinicius Silva, que falou com a reportagem do Fantástico em março de 2023, existem indícios de que houve o crime de estelionato. No mês seguinte, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 7,8 milhões das contas bancárias do jogador Willian “Bigode” bem como de suas sócias na WLJC Gestão Financeira, Loisy de Siqueira e Camila Moreira de Biasi.
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