A Justiça do Distrito Federal determinou que vários carros de luxo apreendidos no caso de pirâmide financeira criada a partir da criptomoeda falsa ‘Kriptacoin’ sejam leiloados. De acordo com o G1, os valores obtidos servirão para ressarcir as vítimas do golpe.
Dentre os 16 carros que vão a leilão — o mais antigo fabricado em 2007 e o mais novo em 2017 — constam os de marcas como Ferrari, BMW, Porsche, Mercedes-Benz, Audi e Land Rover.
Para uma Lamborghini 2015, por exemplo, o lance mínimo será estipulado em R$ 35 mil, mas o valor final pode chegar a mais de R$ 1 milhão, segundo o Leiloeiros de Brasília, um site especializado em leilões.
O leilão acontece no dia 28 de março e no dia 02 de abril. Os veículos poderão ser vistos no Depósito da Polícia Civil no dia 25 de março. O órgão fica na Rota do Cavalo, no município de Sobradinho, Brasília (DF).
De acordo como Ministério Público, uma aeronave, também apreendida na ‘Operação Patrick’ em setembro do ano passado, não fará parte do leilão porque houve um acordo com o proprietário no valor de R$ 1,5 milhão.
Criptomoeda falsa e operação
Em setembro do ano passado, a Polícia Civil deflagrou a ‘Operação Patrik’ e prendeu 11 suspeitos de comercializar a criptomoeda falsa ‘Kriptacoin’ no Distrito Federal e em Goiânia. Na época, 14 pessoas já havia registrados boletins de ocorrência contra a empresa ‘Wall Street Corporate’.
Durante a operação da polícia, foram apreendidos um helicóptero e vários veículos de luxo adquiridos com o dinheiro dos investidores lesados.
Como funcionava o esquema
As fraudes iniciaram no final de 2016 e começou a enraizar em janeiro de 2017.
Os criminosos se passavam por executivos e prometiam altos rendimentos com o negócio, com ganho de 1% ao dia sobre a criptomoeda falsa ‘Kriptacoin’. O resgate do saldo só poderia ser feito após um ano.
Para dar um ar de legalidade, os golpistas reuniam-se, anunciavam em outdoors e difundiam propagandas, tanto na internet quanto na televisão, além de envolver imagens de cantores famosos.
Pirâmide financeira
Os investidores eram persuadidos a chamar mais pessoas para a rede, e, desta forma, eles recebiam 10% de bônus a cada pessoa registrada.
Assim, o lucro crescia proporcionalmente à quantidade de aplicações, mas tudo não passava de um golpe.
Ao tentar, sem sucesso, sacar os valores aplicados e os rendimentos, as vítimas recebiam ameaças dos executivos. Segundo a polícia, um dos investidores lesados disse que aplicou quase R$ 200 mil sem obter nenhum retorno.
Foi apurado, também, que as empresas que vendiam o serviço estavam registradas em nomes de “laranjas”, o que contou com a participação de falsificadores de documentos.
As aplicações eram feitas pela internet por meio de uma plataforma digital, mas os depósitos eram feitos em contas correntes.
Entre os suspeitos, vários deles já tinham passagem pela polícia por crimes de receptação, estelionato, formação de quadrilha, furto tentado, porte ilegal de arma de fogo, entre outros.
Na ocasião, o advogado de defesa da ‘Wall Street Corporate’ disse que não existia crime de pirâmide financeira e que iria provar isso nos tribunais.
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